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Por: Museu da Pessoa, 1 de junho de 2003

Uma história sobre os fios

Esta história contém:

Uma história sobre os fios

P - Gostaria que o senhor me dissesse o seu nome completo, o dia e o local onde o senhor nasceu, e o nome do seu pai e da sua mãe.

R –Bom, nasci em Monte Alegre do Sul. Filho de José Marcolino Rosa, e a minha mãe se chamava Maria Antonia de Jesus, mas no meu registro é Maria Clara, porque o meu pai inverteu as marcas aí. Eu fui registrado pra casar… (risos) Bom, casei...

P - Que dia o senhor nasceu?

R – Eu nasci em quinze de fevereiro de 1927.

P – Como era o seu pai?

R – Meu pai era baixinho, moreno, ele tinha sumido dezoito anos, nem notícia. O dia que eu soube o paradeiro dele, eu saí daqui de Uberlândia e falei: “Eu vou atrás do meu pai. Saí daqui eu e um sobrinho meu - sobrinho está até aqui numa fazenda aqui - eu saí daqui num dia, no outro dia eu cheguei na casa dele. Ele não me conheceu. Magrinho... E trouxe ele pra dentro da minha casa. Ele e a véia, que era minha madrasta. Levei ele lá em cima, quartinho lá no meio ali, e falei: “Meu pai, ó, esse quarto aqui é do senhor mais a véia. Ele olhou tudo, aquela beleza, as parede tudo maciazinha, tudo, (taquiadinho?), envernizado, tudo, e falou: “Muito bom, meu filho. Mas isso aqui num serve pro véio. O véio não dá conta de subir essa escada aqui”.

P – O local era esse aqui mesmo?

R – É, esse local aqui. Rua República do Piratini, número 494. Ele ficou aqui comigo dois anos, até ele morrer. Aí o que é que eu fiz. Tinha um quartinho aqui no fundo, e não tinha essa porta aqui não. A porta era do lado de lá. Levei ele lá, coloquei uma cama de casal lá pra ele mais a véia. Mostrei pra ele e falei: “Meu pai, isso aqui serve pro senhor?”. Ele falou : “Serve, meu filho”. E daí ele ficou lá até morrer. Eu tava lá no meu serviço a hora que ele acabou aqui. (soluço)

P – Que atividade ele tinha?

R – Nada, ele não sabia fazer nada... Ele não conhecia...

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Visita do patrão

Dados da imagem Visita do comendador Alexandrino Garcia ao senhor Sebastião Gomes em seu local de trabalho, a oficina da Companhia de Telecomunicações do Brasil Central (CTBC), no Grupo Algar, onde hoje é o refeitório que tem o nome de Sebastião como uma homenagem.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Uberlândia

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
oficina, patrão, amizade, visita, trabalho, companhia de telecomunicações do brasil central (ctbc)

Visita do comendador Alexandrino Garcia ao senhor Sebastião Gomes em seu local de trabalho, a oficina da Companhia de Telecomunicações do Brasil Central (CTBC), no Grupo Algar, onde hoje é o refeitório que tem o nome de Sebastião como uma homenagem.

Aniversário em família

Dados da imagem Família de Sebastião reunida para comemorar o aniversário de Maria, sua esposa, no sítio que ele comprou na represa de Pirapitinga quando se aposentou. Esq.-dir.: Elisete, Divino, Edna, Sebastião, Maria, Elisa e Elisabete.

Período:
Ano 1999

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
comemoração, aniversário, festa, sítio, bolo, bolo de aniversário, família

Família de Sebastião reunida para comemorar o aniversário de Maria, sua esposa, no sítio que ele comprou na represa de Pirapitinga quando se aposentou. Esq.-dir.: Elisete, Divino, Edna, Sebastião, Maria, Elisa e Elisabete.

Exímio dançarino

Dados da imagem Sebastião dança com a esposa Maria no noivado de sua filha, Edith. Ao fundo, sua outra filha, Elsa.

Período:
Ano 1993

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
comemoração, festa, casal, noivado, dança

Sebastião dança com a esposa Maria no noivado de sua filha, Edith. Ao fundo, sua outra filha, Elsa.

Como um filho

Dados da imagem Sebastião e o neto Bruno em frente ao Jipe que ganhou de Alexandrino Garcia. Quando Sebastião estava para sair de férias, o patrão virou para José Leonardo e comentou:

Período:
Ano 1990

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
criança, pneu, férias, carro, automóvel, chapéu, avô, sítio, neto, jipe

Sebastião e o neto Bruno em frente ao Jipe que ganhou de Alexandrino Garcia. Quando Sebastião estava para sair de férias, o patrão virou para José Leonardo e comentou: "Zé, o Bastião está saindo de férias. Ele gosta das pescadinhas dele e não tem condução. Compra um carro para ele pescar. Para ele, tem que ser um Jipe.". Desde então, Sebastião cuida do automóvel como se fosse um filho.

Beijinho doce

Dados da imagem Sebastião se diverte mandando um beijinho para a câmera durante o aniversário de seu genro Reginaldo, que aconteceu no sítio que comprou na represa de Pirapitinga. Carismático e cheio de gracinhas, nem sempre Sebastião teve a oportunidade de se divertir e brincar: aos oito anos de idade perdeu a mãe e seu pai saiu sem rumo pelo mundo, sendo que aos quinze já precisou se manter sozinho.

Período:
Ano 1999

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
aniversário, festa, brincadeira, idoso, sítio, beijo

Sebastião se diverte mandando um beijinho para a câmera durante o aniversário de seu genro Reginaldo, que aconteceu no sítio que comprou na represa de Pirapitinga. Carismático e cheio de gracinhas, nem sempre Sebastião teve a oportunidade de se divertir e brincar: aos oito anos de idade perdeu a mãe e seu pai saiu sem rumo pelo mundo, sendo que aos quinze já precisou se manter sozinho.

Mesa farta

Dados da imagem Sebastião e Maria (esposa) seguram peixes pescados na represa de Pirapitinga, em um sítio que compraram após trinta anos de trabalho árduo e onde residem atualmente. Sebastião considera os peixes, que consome com sua família, fruto do seu lazer e seu atual trabalho, agora que está aposentado.

Período:
Ano 1988

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
peixe, pescaria, casal, sítio, alimento, represa, pesca

Sebastião e Maria (esposa) seguram peixes pescados na represa de Pirapitinga, em um sítio que compraram após trinta anos de trabalho árduo e onde residem atualmente. Sebastião considera os peixes, que consome com sua família, fruto do seu lazer e seu atual trabalho, agora que está aposentado.

Construção e sinuca

Dados da imagem Quando estava construindo a sua casa, Sebastião recebeu uma visita do comendador Alexandrino Garcia, que chegou a subir no segundo pavimento da casa mesmo quando já estava debilitado. Olhou tudo, desceu, bateu no ombro de Sebastião e disse:

Período:
Ano 1987

Local:
Brasil / Minas Gerais / Uberlândia

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
casa, homem, chapéu, construção, sinuca

Quando estava construindo a sua casa, Sebastião recebeu uma visita do comendador Alexandrino Garcia, que chegou a subir no segundo pavimento da casa mesmo quando já estava debilitado. Olhou tudo, desceu, bateu no ombro de Sebastião e disse: "Você está de parabéns", chegando a dar 230 sacos de cimento para ajudar na construção. Além de pescaria, Sebastião também adora jogar sinuca, e levou essa mesa consigo quando foi morar no sítio.

Pescando na represa

Dados da imagem Como Cícero e Pedro, os companheiros de trabalho de Sebastião na Companhia de Telecomunicações do Brasil Central (CTBC) não perdiam oportunidade de participar das pescadas em companhia de Sebastião e Maria, sua esposa, no sítio que compraram na represa de Pirapitinga.

Período:
Ano 1987

Local:
Brasil / Minas Gerais / Araguari

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
pescaria, barco, amizade, represa, pesca, natureza, água

Como Cícero e Pedro, os companheiros de trabalho de Sebastião na Companhia de Telecomunicações do Brasil Central (CTBC) não perdiam oportunidade de participar das pescadas em companhia de Sebastião e Maria, sua esposa, no sítio que compraram na represa de Pirapitinga.

Reencontrando o pai

Dados da imagem Depois de dezoito anos sem notícias do pai, Sebastião soube de seu paradeiro e foi atrás dele com a ajuda de um sobrinho. Seu pai não o reconheceu, mas mesmo assim Sebastião o trouxe para dentro de casa, onde viveram junto por dois anos, até o seu falecimento. Esq.-dir.: Maria, Elisa, Sebastião, Sebastiana (madrasta) e José (pai).

Período:
Ano 1986

Local:
Brasil / Minas Gerais / Uberlândia

Imagem de:
Sebastião José Gomes

História:
Uma história sobre os fios

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
pai, abandono, sala de estar, família, reencontro

Depois de dezoito anos sem notícias do pai, Sebastião soube de seu paradeiro e foi atrás dele com a ajuda de um sobrinho. Seu pai não o reconheceu, mas mesmo assim Sebastião o trouxe para dentro de casa, onde viveram junto por dois anos, até o seu falecimento. Esq.-dir.: Maria, Elisa, Sebastião, Sebastiana (madrasta) e José (pai).

Dados de acervo

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Projeto Memória da Companhia Telefônica Central do Brasil

Depoimento de Sebastião Gomes

Entrevistado por Luiz Egypto

Realização Museu da Pessoa

01/06/2003

Transcrito por Marina D’Andréa

Revisado por Luiza Gallo Favareto

P - Gostaria que o senhor me dissesse o seu nome completo, o dia e o local onde o senhor nasceu, e o nome do seu pai e da sua mãe.

R –Bom, nasci em Monte Alegre do Sul. Filho de José Marcolino Rosa, e a minha mãe se chamava Maria Antonia de Jesus, mas no meu registro é Maria Clara, porque o meu pai inverteu as marcas aí. Eu fui registrado pra casar… (risos) Bom, casei...

P - Que dia o senhor nasceu?

R – Eu nasci em quinze de fevereiro de 1927.

P – Como era o seu pai?

R – Meu pai era baixinho, moreno, ele tinha sumido dezoito anos, nem notícia. O dia que eu soube o paradeiro dele, eu saí daqui de Uberlândia e falei: “Eu vou atrás do meu pai. Saí daqui eu e um sobrinho meu - sobrinho está até aqui numa fazenda aqui - eu saí daqui num dia, no outro dia eu cheguei na casa dele. Ele não me conheceu. Magrinho... E trouxe ele pra dentro da minha casa. Ele e a véia, que era minha madrasta. Levei ele lá em cima, quartinho lá no meio ali, e falei: “Meu pai, ó, esse quarto aqui é do senhor mais a véia. Ele olhou tudo, aquela beleza, as parede tudo maciazinha, tudo, (taquiadinho?), envernizado, tudo, e falou: “Muito bom, meu filho. Mas isso aqui num serve pro véio. O véio não dá conta de subir essa escada aqui”.

P – O local era esse aqui mesmo?

R – É, esse local aqui. Rua República do Piratini, número 494. Ele ficou aqui comigo dois anos, até ele morrer. Aí o que é que eu fiz. Tinha um quartinho aqui no fundo, e não tinha essa porta aqui não. A porta era do lado de lá. Levei ele lá, coloquei uma cama de casal lá pra ele mais a véia. Mostrei pra ele e falei: “Meu pai, isso aqui serve pro senhor?”. Ele falou : “Serve, meu filho”. E daí ele ficou lá até morrer. Eu tava lá no...

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