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Personagem: Samuel Blay
Por: Museu da Pessoa,

Memórias de uma vida de luta no Brás

Esta história contém:

Memórias de uma vida de luta no Brás

P/1- Boa tarde, Sr. Samuel!

R - Boa tarde.

P/1- Nós gostaríamos de começar a nossa entrevista, com o senhor falando seu nome completo, local e data de nascimento.

R - Eu sou Samuel Blay, filho de Leon e Dora Blay, nascido em São Paulo, em 29 de novembro de 1922.

P- Sr. Samuel qual é a origem de sua família?

R - A origem: são de religião judaica. Eram da Polônia, considerados cidadãos poloneses, mas sempre pela religião judaica.

P- Como eles vieram para o Brasil? Conta um pouquinho.

R - A história começou no começo do século. A família do meu pai e da minha mãe moravam na Polônia, numa cidade chamada Rovno [Rivne], perto de Kiev e era da parte do meu pai composto pelo casal e oito filhos e um dos filhos tinha falecido muito jovem lá, sobraram sete e o meu avô era um leiteiro e a vida lá era de uma miséria tremenda e quando as crianças começaram a ficar com a idade dos catorze anos, quinze anos, havia a possibilidade que aos dezoito anos servissem o exército, mas era muito complicado, quem saía depois dos três anos voltava completamente arrebentado. Porque era muito rigoroso as manobras, como eles faziam. Chegando na idade dos catorze, quinze anos (suspiro) a minha avó já estava começando a pedir para os seus filhos: “vão embora daqui, vão para outros países, nos Estados Unidos, ou para a América do Sul, que é a Argentina”, na época era muito conhecida. Então um tio mais velho, o que está na fotografia que eu estou deixando aqui, emigrou em 1909 e o meu pai Leon Blay saiu também em 1909 em direção a Argentina, aos quinze anos, completamente sem dinheiro, sem conhecer o idioma. Aventurou-se para trabalhar lá e andar na medida do possível, dinheiro para eles poderem se manter, porque a miséria lá era imensa, muito forte, e, de fato ele chegou a Buenos Aires em 1909 e começou a trabalhar e ficou lá durante quatro anos. Em 1913 já havia grandes dificuldades para sobreviver e os amigos disseram...

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Depoimento do Acervo do Museu da Pessoa

Entrevista de Samuel Blay

Entrevistado por Rosali Henrique e Sandro Cajé

São Paulo, 30/10/1999

Entrevista MA_EA_HV110

Transcrito por Diana Blay

Revisado por Gustavo Kazuo

P/1- Boa tarde, Sr. Samuel!

R - Boa tarde.

P/1- Nós gostaríamos de começar a nossa entrevista, com o senhor falando seu nome completo, local e data de nascimento.

R - Eu sou Samuel Blay, filho de Leon e Dora Blay, nascido em São Paulo, em 29 de novembro de 1922.

P- Sr. Samuel qual é a origem de sua família?

R - A origem: são de religião judaica. Eram da Polônia, considerados cidadãos poloneses, mas sempre pela religião judaica.

P- Como eles vieram para o Brasil? Conta um pouquinho.

R - A história começou no começo do século. A família do meu pai e da minha mãe moravam na Polônia, numa cidade chamada Rovno [Rivne], perto de Kiev e era da parte do meu pai composto pelo casal e oito filhos e um dos filhos tinha falecido muito jovem lá, sobraram sete e o meu avô era um leiteiro e a vida lá era de uma miséria tremenda e quando as crianças começaram a ficar com a idade dos catorze anos, quinze anos, havia a possibilidade que aos dezoito anos servissem o exército, mas era muito complicado, quem saía depois dos três anos voltava completamente arrebentado. Porque era muito rigoroso as manobras, como eles faziam. Chegando na idade dos catorze, quinze anos (suspiro) a minha avó já estava começando a pedir para os seus filhos: “vão embora daqui, vão para outros países, nos Estados Unidos, ou para a América do Sul, que é a Argentina”, na época era muito conhecida. Então um tio mais velho, o que está na fotografia que eu estou deixando aqui, emigrou em 1909 e o meu pai Leon Blay saiu também em 1909 em direção a Argentina, aos quinze anos, completamente sem dinheiro, sem conhecer o idioma. Aventurou-se para trabalhar lá e andar na medida do possível, dinheiro para eles poderem se manter, porque a miséria lá era...

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