Na juventude, entre sonhos e uma realidade dura, acabei conhecendo o mundo das drogas. Sem destino, visitando cidades e estados do nosso Brasil, assim também de países vizinhos, resolvi fazer uma parada em uma pequena cidade chamada Nhapim. Enquanto aguardava minhas roupas secarem, comecei a cantar e dedilhar alguma coisa no violão. E logo, alguém desceu o morro onde eu estava, tocando uma flauta transversal. O som era magnífico e o desconhecido, jovem como eu, fazia improvisos em cima das notas que eu dedilhava no violão. Aproximou-se, sentou-se e ficamos tocando por alguns minutos. Sorrimos, nos apresentamos, e alguma conversa rolou sobre a vida e suas dificuldades. Eu tinha separado um cigarro proibido para fumar e ofereci ao recém chegado. Ele recusou-se, disse que não usava drogas. Estranhei, pois a maioria dos jovens, vagamundos, faziam uso. Não acendi o cigarro. Instantaneamente, o amigo do improviso, levantou-se e despediu-se. Seguiu seu caminho tocando a flauta que parecia mágica. Então, algo inesperado aconteceu. Peguei o cigarro e o joguei na água de uma pequena corredeira cheia de pedras. Bateu uma vontade louca de retornar para minha casa, onde minha mãe me esperava, pacientemente, como sempre fazia. Aquele personagem, vindo de não sei onde e indo para onde eu também nem sabia, mexeu com meu lado espiritual. Ajuntei meus trapos, arrumei-os na mochila e fui para a estrada pegar carona. De volta prá casa, onde minha mãe me aguardava, eu era palco de suas orações diárias, apesar de meus cinco irmãos estarem presentes o tempo todo. Chegando, lhe disse que não iria mais usar drogas e nem sair caminhando pelo mundo. A figura do amigo temporário, flautista, não saia de minha memória. E foi assim que deixei às drogas e passei a conviver com outros jovens que não eram dependentes. Passei a tocar meu violão nos grupos de jovens ligados às religiões. E com o tempo, resolvi ajudar outros jovens a deixarem às drogas. E hoje, comemorao...
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Na juventude, entre sonhos e uma realidade dura, acabei conhecendo o mundo das drogas. Sem destino, visitando cidades e estados do nosso Brasil, assim também de países vizinhos, resolvi fazer uma parada em uma pequena cidade chamada Nhapim. Enquanto aguardava minhas roupas secarem, comecei a cantar e dedilhar alguma coisa no violão. E logo, alguém desceu o morro onde eu estava, tocando uma flauta transversal. O som era magnífico e o desconhecido, jovem como eu, fazia improvisos em cima das notas que eu dedilhava no violão. Aproximou-se, sentou-se e ficamos tocando por alguns minutos. Sorrimos, nos apresentamos, e alguma conversa rolou sobre a vida e suas dificuldades. Eu tinha separado um cigarro proibido para fumar e ofereci ao recém chegado. Ele recusou-se, disse que não usava drogas. Estranhei, pois a maioria dos jovens, vagamundos, faziam uso. Não acendi o cigarro. Instantaneamente, o amigo do improviso, levantou-se e despediu-se. Seguiu seu caminho tocando a flauta que parecia mágica. Então, algo inesperado aconteceu. Peguei o cigarro e o joguei na água de uma pequena corredeira cheia de pedras. Bateu uma vontade louca de retornar para minha casa, onde minha mãe me esperava, pacientemente, como sempre fazia. Aquele personagem, vindo de não sei onde e indo para onde eu também nem sabia, mexeu com meu lado espiritual. Ajuntei meus trapos, arrumei-os na mochila e fui para a estrada pegar carona. De volta prá casa, onde minha mãe me aguardava, eu era palco de suas orações diárias, apesar de meus cinco irmãos estarem presentes o tempo todo. Chegando, lhe disse que não iria mais usar drogas e nem sair caminhando pelo mundo. A figura do amigo temporário, flautista, não saia de minha memória. E foi assim que deixei às drogas e passei a conviver com outros jovens que não eram dependentes. Passei a tocar meu violão nos grupos de jovens ligados às religiões. E com o tempo, resolvi ajudar outros jovens a deixarem às drogas. E hoje, comemorao 35 anos de trabalhos com dependentes químicos, alcoólatras, tudo de forma gratuita. Quem seria o jovem flautista?
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