Rosemeire Lucas de Lima, nascida no dia 25/11/1976 no município de Xapuri, em uma colônia localizada no ramal Araxá. Filha de Raimunda Cristina Lucas de Lima e Raimundo Nonato Lucas de Lima, ambos seringueiros e agricultores de profissão, sendo criadores também de animais para seu consumo e subsistência. Terceira filha de um total de 8 irmãos. Mulher forte, guerreira e trabalhadora, desde muito nova sempre trabalhou na extração de seringa junto com seu pai e seus irmãos, além de trabalhar na roça, cultivando frutas e verduras, prestava auxílio à sua mãe, ajudando-a a fazer comida e no cuidado de seus irmãos mais novos. Mas ela brincava? A resposta é sim. Ela conta que, quando não estava ajudando os seus pais, brincava muito, corria, brincava de boneca, jogava bola. Viveu no Araxá até os seus 15 anos de idade para trabalhar no município de Rio Branco como empregada doméstica. Ao chegar em Rio Branco, trabalhou em várias casas como empregada, porém, nunca ficava muito tempo em um mesmo lar, devido, aos patrões a dispensarem quando as coisas apertavam. Mas, como é filha de seringalistas, Rosemeire sempre soube se virar e segurar as pontas, nunca precisou morar de favor ou pedir dinheiro para alguém. Aos 16 anos, conheceu Francisco José da Silva Santos, um trabalhador, que trabalhava em um estabelecimento comercial chamado Casa Cearense, como conferente de mercadorias, no setor de carga e despacho, casou-se com ele no mesmo ano, e esse é o primeiro e único homem de sua vida. Logo após seu casamento, que aconteceu no parque de exposições de forma gratuita e coletiva em um evento beneficente, engravidou de sua primeira filha, Roselane Lima Santos. Com o passar de 7 anos, quando ela completou 23, deu à luz a seu segundo e último filho, dando-lhe o nome de Alexandre Lima Santos. Após o casamento, sempre se manteve em casa cuidando de seus filhos. Devido a esses acontecimentos, teve que abandonar seus estudos para cuidar de seus filhos,...
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Rosemeire Lucas de Lima, nascida no dia 25/11/1976 no município de Xapuri, em uma colônia localizada no ramal Araxá. Filha de Raimunda Cristina Lucas de Lima e Raimundo Nonato Lucas de Lima, ambos seringueiros e agricultores de profissão, sendo criadores também de animais para seu consumo e subsistência. Terceira filha de um total de 8 irmãos. Mulher forte, guerreira e trabalhadora, desde muito nova sempre trabalhou na extração de seringa junto com seu pai e seus irmãos, além de trabalhar na roça, cultivando frutas e verduras, prestava auxílio à sua mãe, ajudando-a a fazer comida e no cuidado de seus irmãos mais novos. Mas ela brincava? A resposta é sim. Ela conta que, quando não estava ajudando os seus pais, brincava muito, corria, brincava de boneca, jogava bola. Viveu no Araxá até os seus 15 anos de idade para trabalhar no município de Rio Branco como empregada doméstica. Ao chegar em Rio Branco, trabalhou em várias casas como empregada, porém, nunca ficava muito tempo em um mesmo lar, devido, aos patrões a dispensarem quando as coisas apertavam. Mas, como é filha de seringalistas, Rosemeire sempre soube se virar e segurar as pontas, nunca precisou morar de favor ou pedir dinheiro para alguém. Aos 16 anos, conheceu Francisco José da Silva Santos, um trabalhador, que trabalhava em um estabelecimento comercial chamado Casa Cearense, como conferente de mercadorias, no setor de carga e despacho, casou-se com ele no mesmo ano, e esse é o primeiro e único homem de sua vida. Logo após seu casamento, que aconteceu no parque de exposições de forma gratuita e coletiva em um evento beneficente, engravidou de sua primeira filha, Roselane Lima Santos. Com o passar de 7 anos, quando ela completou 23, deu à luz a seu segundo e último filho, dando-lhe o nome de Alexandre Lima Santos. Após o casamento, sempre se manteve em casa cuidando de seus filhos. Devido a esses acontecimentos, teve que abandonar seus estudos para cuidar de seus filhos, mas, no intervalo entre um filho e outro, retomou os estudos através do EJA e terminou o ensino fundamental I, logo após dar à luz a seu segundo filho, terminou o ensino fundamental I e começou a estudar o ensino médio, porém, ela já não conseguia mais estudar pois, as matérias como física e química se tornaram um empecilho e ela optou por parar os seus estudos e ficar apenas com o ensino fundamental II completo. Com apenas 23 anos de idade já era mãe de dois filhos e relata que nunca achou um peso cuidar dos filhos enquanto seu marido trabalhava, pois ela sempre teve o sonho de ser mãe, portanto, se dedicar em tempo integral para educar seus filhos não era uma tarefa que a incomodava. Desse modo, prosseguiu nessa nova etapa de sua vida sendo uma mãe extremamente jovem e, além disso, dona de casa. Pois seu marido trabalhava das 7:00 horas da manhã às 19:00 horas, portanto, era ela quem passava a maior parte do dia com os filhos. Rosemeire é um exemplo do êxodo rural muito comum no Acre, que acontece ainda hoje, pessoas que vêm do campo para a cidade buscando melhores condições de emprego e uma vida melhor, tanto para si quanto para a sua família. Trabalhar nunca foi um problema, força de vontade e determinação nunca lhe faltaram. Essa mulher é mãe, conselheira, fiel e trabalhadora, sempre se dedicando na educação de seus filhos, buscando ensinar-lhes o que lhe era possível, mesmo tendo terminado somente o ensino fundamental II, lutou para alfabetizar seus filhos e ajudá-los em seus deveres de casa, mesmo com sua leitura e escrita sendo limitada. Uma mulher que apesar de ter terminado apenas o ensino fundamental II, sempre depositou muita fé na escola, por isso, sempre incentivou os seus filhos a estudarem, pois ela via e vê a educação como uma poderosa ferramenta para poder ter uma condição de vida digna. Rosemeire é uma das muitas “Marias” que temos no Brasil, mulheres que lutam para melhorar suas condições de vida e de sua família. Mulheres essas que, apesar de suas condições de vida não serem as melhores, buscam uma mudança para esse cenário.
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