IDENTIFICAÇÃO
Eu me chamo Belaniza Maria Maciel de Sousa Santos, nasci em Aracaju, Sergipe, em 19 de novembro de 1949.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu vim pra Salvador para fazer vestibular. Estava cursando Belas Artes, cursei o primeiro e o segundo ano de Belas Artes e Artes Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA, mas, de família humilde – o meu pai é mecânico –, nessa época, meu pai estava sem condições de manter a família lá em Aracaju e mais eu aqui, que morava com colegas em apartamento, dividia. Eu já não queria mais voltar para Aracaju, então procurei começar a trabalhar. E o trabalho que eu encontrei foi aqui, que não me dava condições de fazer o curso normal na faculdade. Comecei aqui como contratada em janeiro de 1972. Passei dois anos como contratada quando, em 1974, fiz concurso e passei para a Petrobras.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
O meu trabalho era como auxiliar. Na época, era auxiliar de escritório e trabalhava em várias contratadas na área de contratação, na área de prestação de serviços. Eu trabalho numas seis empresas contratadas. Quando houve a oportunidade de fazer o concurso para a Petrobras, em 1974, eu fiz, passei.
AJUDANTE ADMINISTRATIVO
No ano seguinte, teve concurso para a Refinaria, já para ajudante administrativo. Eu fiz e passei. Mas, já na época, eu namorava uma pessoa daqui e o superintendente, Doutor Stael Prata, perguntou se eu gostaria de continuar aqui ou ir para a Refinaria. E, é claro, eu preferi ficar aqui no Terminal. Fui promovida para ajudante, continuei aqui – isso em 1975, a promoção.
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Quando foi em 1982, eu passei para assistente administrativo. Trabalhei até me aposentar, em 1997, já no último nível de assistente.
APOSENTADORIA
Eu pensei em mudar muito, mas eu já estava acostumada no Terminal durante muito tempo e, na época em que eu saí, o Terminal estava sendo assumido pela Refinaria. Estava sofrendo um esvaziamento. E, na realidade, a política...
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IDENTIFICAÇÃO
Eu me chamo Belaniza Maria Maciel de Sousa Santos, nasci em Aracaju, Sergipe, em 19 de novembro de 1949.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu vim pra Salvador para fazer vestibular. Estava cursando Belas Artes, cursei o primeiro e o segundo ano de Belas Artes e Artes Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA, mas, de família humilde – o meu pai é mecânico –, nessa época, meu pai estava sem condições de manter a família lá em Aracaju e mais eu aqui, que morava com colegas em apartamento, dividia. Eu já não queria mais voltar para Aracaju, então procurei começar a trabalhar. E o trabalho que eu encontrei foi aqui, que não me dava condições de fazer o curso normal na faculdade. Comecei aqui como contratada em janeiro de 1972. Passei dois anos como contratada quando, em 1974, fiz concurso e passei para a Petrobras.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
O meu trabalho era como auxiliar. Na época, era auxiliar de escritório e trabalhava em várias contratadas na área de contratação, na área de prestação de serviços. Eu trabalho numas seis empresas contratadas. Quando houve a oportunidade de fazer o concurso para a Petrobras, em 1974, eu fiz, passei.
AJUDANTE ADMINISTRATIVO
No ano seguinte, teve concurso para a Refinaria, já para ajudante administrativo. Eu fiz e passei. Mas, já na época, eu namorava uma pessoa daqui e o superintendente, Doutor Stael Prata, perguntou se eu gostaria de continuar aqui ou ir para a Refinaria. E, é claro, eu preferi ficar aqui no Terminal. Fui promovida para ajudante, continuei aqui – isso em 1975, a promoção.
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Quando foi em 1982, eu passei para assistente administrativo. Trabalhei até me aposentar, em 1997, já no último nível de assistente.
APOSENTADORIA
Eu pensei em mudar muito, mas eu já estava acostumada no Terminal durante muito tempo e, na época em que eu saí, o Terminal estava sendo assumido pela Refinaria. Estava sofrendo um esvaziamento. E, na realidade, a política estava mudando, muita gente com medo de não conseguir se aposentar. Então, pra mim, foi gratificante ter saído. Aí eu pensei: “Meu Deus, o que é que eu vou fazer da minha vida aposentada?” Mas comecei a trabalhar voluntariamente. Eu fazia visitas a aposentados, a asilos, trabalhava com crianças com câncer, ia aos núcleos de assistência a crianças com câncer, promovia tardes de lazer com eles. E fiz muito curso. Eu sei que dentro de casa eu não parava.
ÁREA DE CONTRATAÇÃO
Fiz muitos cursos até 2000, quando me convidaram para vir fazer um trabalho aqui, de três meses. Seria na área de gerenciamento. E, nesses três meses, já vou fazer quatro anos de retorno, agora como contratada. Trabalho na área de contratação. Me colocaram no nível de estatístico, mas, na realidade, eu trabalho com prestação de serviço, com empresas prestadoras de serviços aqui dentro. Eu fiquei de abril de 1997 a outubro de 2000 como aposentada realmente. E já tenho quatro anos novamente em atividade.
COTIDIANO DE TRABALHO
Eu acho que muda porque as pessoas são muito vaidosas, não é? E contratada, às vezes – você sabe que tem todo tipo de pessoa –, não é por todo mundo, mas o contratado é, assim, discriminado. Mas como o meu temperamento é tranqüilo, não sei se pelo fato de ter vivido muito tempo aqui e ter angariado uma boa amizade, ser da casa, ter muito conhecimento lá fora – porque eu fiz muito curso, viajei muito – então, eu não sinto tanto. Mas eu vejo muita reclamação dos outros contratados.
AMBEP
Sou [sindicalizada]. E também participo da Ambep – Associação de Mantenedores e Beneficiárias da Petros. Sou associada. Eles cobram da gente um percentual por mês e você pode inscrever seus familiares na assistência médica. Nós temos a nossa assistência médica, AMS, mas a Ambep tem uma tabela, os médicos atendem pela tabela Petrobras. Embora você, na hora, pague aquele valor, mas é pela tabela Petrobras. E ela lhe dá uma ampla abertura para você colocar parentes, você pode colocar amigos, até no meu caso eu botei a minha empregada, que pra mim não é empregada, é uma pessoa já da minha família e está comigo há 15 anos. Eu botei ela e o filho dela como meus dependentes. Eles também oferecem auxílio funeral pra gente. Tanto eu, como meu marido, que somos associados, nós temos tudo já pago e garantido. E colocamos algumas pessoas. Eu coloquei minha mãe, coloquei uma irmã, e eles fazem todo o acompanhamento.
SINDICATO
Eu só era associada.
MOVIMENTO SINDICAL
Participei daquele maior, se não me engano foi em 1982. Um dos maiores aqui da Bahia. Não me lembro a data. Mas, às vezes, você tem uma função que você não pode participar. Você fica meio, digamos assim, em cima do muro. Você quer realmente lutar pelos seus direitos e, às vezes, fica meio complicado. Mas quando podia eu participava sim.
HISTÓRIA/CAUSOS/LEMBRANÇAS
Eu procurei lembrar, mas são tantas coisas e, assim, não dá pra lembrar. Não me lembro. Eu acho que tem, mas, sinceramente, eu não recordo. Fica difícil. Eu até perguntei ao meu marido: “Se lembre aí alguma coisa” Mas não me lembro, não.
PREMIAÇÃO
Uma coisa que me marcou – não sei se é interessante – mas a equipe de contratação que eu trabalhava foi agraciada com um elogio por escrito. E isso foi um momento feliz pra mim. Não foi só pra mim, foi pra equipe, mas isso foi bastante interessante. É o reconhecimento do trabalho.
APOSENTAORIA
Depois que eu aposentei, eu consegui reunir um grupo de 33 colegas. É o clube da “Luluzinha”. Todo mês a gente se encontra. É claro que a vida vai afastando a gente. Dessas 33, temos 15 que, religiosamente, todos os meses, nós nos encontramos para almoçar juntas. Desse mês, está marcado para a folga que, se não me engano, é dia 29 de outubro. Hoje é aniversário de uma, já tentei falar. A gente faz viagens, passeios. Estamos sempre juntas, nos telefonando. Então, é um grupo bastante coeso.
CAMPANHA PRATO LIMPO
Nós já participamos de diversos trabalhos. E, normalmente, no dia-a-dia, nós estamos com a “Campanha do prato limpo”. Todos os dias nós temos que comer uma quantidade e não deixar nada no prato. Recebemos um ticketzinho, juntamos cinco e trocamos por um outro que vai ser sorteado. E essa sobra que, digamos, iria para o lixo, a sobra do dia está sendo encaminhada para umas entidades daqui de Madre de Deus. E, de vez em quando, se faz algumas campanhas aqui. Final do ano sempre se faz alguma coisa. No Natal também.
MEMÓRIA PETROBRAS
Interessante. Já tem alguns anos, depois que eu aposentei, quando eu saí, eu recebi um álbum com umas fotos, como se fosse uma recordação dos tempos trabalhados. Eu juntei a outras fotos do meu último ano aqui também e fiz um álbum. Foi uma equipe lá em casa e entrevistou a mim, meu marido, meu filho mais novo – o mais velho não estava, estava na faculdade – e saímos no Jornal da Refinaria, na época. Sempre iam fazendo alguma coisa.
FAMÍLIA
O meu marido trabalhava aqui. O Elias já está aposentado, mas também está trabalhando. Ele está trabalhando na Prefeitura de Lauro de Freitas. Ele trabalha numa área hospitalar.
IMAGEM DA PETROBRAS
Eu só tenho a dizer que tudo o que eu tenho, tudo o que eu possuo, eu agradeço a Petrobras. E tenho a Petrobras como uma mãezona. Continuo e continuarei vestindo a camisa Petrobras. Eu sempre digo: “Eu fui crachá amarelo, depois o crachá foi verde, passou para azul e voltei pra amarelo.” É porque contratado tem um tipo de crachá, amarelo, o crachá do pessoal da ativa é verde e o aposentado é azul. Eu fui Petrobras, sou Petrobras e vou morrer sendo Petrobras. Por quê? Porque eu estou aposentada e ninguém vai me tirar esse privilégio. Tem muita gente que está com crachá verde e não sei se vai chegar até onde eu cheguei. Então, pra mim é uma satisfação muito grande ter sido da Petrobras.
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