P: Boa tarde Alberto, obrigada por você ter vindo. Vamos dar início ao nosso bate-papo, com você falando seu nome, data e local de nascimento.
R: Está ok, meu nome é Alberto José da Silva, nasci em Florianópolis, Santa Catarina, no dia 6 de agosto de 1951.
P: Alberto, você mora em São Paulo há quanto tempo?
R: Moro em São Paulo desde de quando nós fomos transferidos da AC do Rio de Janeiro, aqui pra São Paulo, em setembro, outubro de 1994.
P: A sua função na companhia qual é?
R: Hoje, eu sou gerente de projetos especiais dentro da diretoria industrial.
P: O que é um gerente de projetos especiais?
R: Eu estou envolvido principalmente com os novos negócios da companhia, ou seja, aquisições no exterior, projetos internos aqui no Brasil, de forma que não são projetos rotineiros, então chamam de projetos especiais. Eu, durante bastante tempo, trabalhei com refrigerantes dentro da diretoria industrial, então eu sou mais conhecido como uma pessoa de refrigerante durante este tempo todo aqui na companhia.
P: Você está há quantos anos aqui?
R: 29 anos.
P: E como você entrou aqui na companhia?
R: Eu era estudante de engenharia química, eu fiz parte do primeiro grupo de profissionais que não eram formados na Alemanha como cervejeiros, a maioria das pessoas daquela época, praticamente 100%, na época de Brahma, era formada na Alemanha. Eu não falo alemão, então eu fiz parte do primeiro grupo que foi pros EUA estudar tecnologia cervejeira.
P: O que é um mestre cervejeiro, você é um mestre cervejeiro?
R: Sim, eu me considero um mestre cervejeiro, apesar de que eu tenha trabalhado uns cinco ou seis anos com cervejas, diretamente no processo, como cervejeiro mesmo, depois eu migrei para a área de concentrados para refrigerantes, depois pra refrigerantes durante bastante tempo e hoje eu estou na área de projetos.
P: Você podia me contar o que é um mestre cervejeiro, o que ele faz?
R: O mestre cervejeiro ele é encarregado,...
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P: Boa tarde Alberto, obrigada por você ter vindo. Vamos dar início ao nosso bate-papo, com você falando seu nome, data e local de nascimento.
R: Está ok, meu nome é Alberto José da Silva, nasci em Florianópolis, Santa Catarina, no dia 6 de agosto de 1951.
P: Alberto, você mora em São Paulo há quanto tempo?
R: Moro em São Paulo desde de quando nós fomos transferidos da AC do Rio de Janeiro, aqui pra São Paulo, em setembro, outubro de 1994.
P: A sua função na companhia qual é?
R: Hoje, eu sou gerente de projetos especiais dentro da diretoria industrial.
P: O que é um gerente de projetos especiais?
R: Eu estou envolvido principalmente com os novos negócios da companhia, ou seja, aquisições no exterior, projetos internos aqui no Brasil, de forma que não são projetos rotineiros, então chamam de projetos especiais. Eu, durante bastante tempo, trabalhei com refrigerantes dentro da diretoria industrial, então eu sou mais conhecido como uma pessoa de refrigerante durante este tempo todo aqui na companhia.
P: Você está há quantos anos aqui?
R: 29 anos.
P: E como você entrou aqui na companhia?
R: Eu era estudante de engenharia química, eu fiz parte do primeiro grupo de profissionais que não eram formados na Alemanha como cervejeiros, a maioria das pessoas daquela época, praticamente 100%, na época de Brahma, era formada na Alemanha. Eu não falo alemão, então eu fiz parte do primeiro grupo que foi pros EUA estudar tecnologia cervejeira.
P: O que é um mestre cervejeiro, você é um mestre cervejeiro?
R: Sim, eu me considero um mestre cervejeiro, apesar de que eu tenha trabalhado uns cinco ou seis anos com cervejas, diretamente no processo, como cervejeiro mesmo, depois eu migrei para a área de concentrados para refrigerantes, depois pra refrigerantes durante bastante tempo e hoje eu estou na área de projetos.
P: Você podia me contar o que é um mestre cervejeiro, o que ele faz?
R: O mestre cervejeiro ele é encarregado, responsável por todo o processo de tecnologia de fabricação de cervejas. Ele se prepara, faz um curso de especialização depois da faculdade e dentro de uma planta de uma fábrica de cervejas ele é responsável por toda a parte do processo, desde a entrada da matéria-prima até o ponto de ter a cerveja pronta, filtrada preparada para o envasamento, seja em garrafa, em latas, ou em barris.
P: Pelo seu desenvolvimento dentro da cervejaria, de ter passado por mestre cervejeiro, de conhecer a fabricação de toda... de como é uma cerveja, isso colaborou muito te deu um know-how para os outros produtos?
R: Sem dúvida, a formação de cervejeiro, primeiro de engenheiro, depois como cervejeiro é muita ampla e te dá a possibilidade de ter uma visibilidade de todo o processo produtivo e, logicamente, muitas das coisas que se sabe de cerveja podem se aplicar em refrigerantes, em concentrados ou em qualquer outra atividade industrial. Em termos de companhia, eu sou um ex-Brahma então, logicamente, o meu conhecimento de cerveja me ajudou muito no meu desenvolvimento posterior.
P: E como foi a sua fase refrigerante?
R: Eu trabalhei com cerveja durante uns cinco ou seis anos. Quando a companhia começou a mudar, nós comprávamos concentrado pra refrigerantes de fornecedores, praticamente tudo pronto e a companhia lá em 1981, ela resolveu construir uma fábrica de concentrados para refrigerantes. As pessoas chamam muitas vezes o concentrado para refrigerante de extrato ou de xarope, na verdade, são matérias-primas que a companhia comprava de fornecedores, de terceiros e a partir daí ela resolveu construir uma fábrica de refrigerantes, desculpe, de concentrado para refrigerantes e eu fui escolhido para ser, primeiro para participar da montagem do projeto e depois eu fui o primeiro gerente da planta. Era no Rio de Janeiro e por sinal esta atividade continua e está em Manaus.
P: E depois desta fase, você veio para São Paulo.
R: Exatamente, eu no Rio eu trabalhei depois seis ou sete anos na Aro-Sucos que é a fábrica de concentrados, aí eu me mudei para a diretoria industrial passando a ser responsável pela área de refrigerantes dentro da diretoria industrial, ainda no Rio de Janeiro, trabalhei durante uns três anos, aproximadamente, no Rio, depois nós mudamos com toda a AC para São Paulo.
P: E durante todos estes anos na empresa, o que você poderia dizer de seu maior desafio?
R: Olha, eu tive grandes desafios na companhia, mas eu creio que eu não falaria em desafio, eu tive vários desafios porque eu tive a oportunidade de participar de toda a evolução de bebidas não alcoólicas dentro da companhia, ou seja, desde o tempo que os refrigerantes eram Brahma, passamos pelo Pepsi, pelo Antarctica, depois para o Marathon, depois pelo Gatorade, depois por água mineral e assim por diante. Então eu tive a oportunidade de passar por todos esses desafios novos, de novidades, então eu tive oportunidade de fazer parte de todo este processo de crescimento da área de não alcoólicos dentro da companhia.
P: Qual é o marco da companhia, aquilo que para você é um marco que tenha acontecido?
R: Olha, o marco foi a decisão, há muito tempo atrás, de sair de uma carreira de cervejeiro estabelecida dentro de planta, praticamente para começar uma coisa totalmente nova dentro da companhia que foi a fábrica de concentrados. Para mim foi a grande mudança que aconteceu, o resto foi tudo conseqüência.
P: Como é trabalhar na companhia, na AMBEV?
R: Olha, sempre durante a minha carreira que falei para você, eu tive sempre junto das inovações: de concentrado para refrigerantes, novos produtos, novos processos. Então em meu encarreiramento na companhia, a rotina nunca fez parte de minha vida, durante muito tempo eu nunca fiz a mesma coisa. Para mim, o ponto mais importante mesmo foi ter trabalhado em diversas áreas dentro da área de refrigerantes, de não alcoólicos, sempre teve uma coisa nova que me motivou, que me manteve de maneira motivada dentro da companhia.
P: Durante estes anos todos tem alguma coisa engraçada que aconteceu com você ou com um colega de trabalho, um episódio?
R: Esta eu vou pular, dessa eu não tô lembrando de nada.
P: E como vocês vê a companhia estar preocupada em fazer este projeto Memória Viva, de estar resgatando sua história, de estar cuidando dos acervos?
R: Tá bom, eu acho que história é fundamental, logicamente uma companhia que queira olhar o futuro, ela também tem que olhar o seu passado. Este projeto é absolutamente fundamental, primeiro para manter viva toda a história e, principalmente, permitir dar a oportunidade para as pessoas, para os funcionários e profissionais de mostrar o seu valor e se sentir cada vez mais participante de todos os processos da empresa.
P: E da empresa estar convidando seus funcionários para estar contando um pouquinho da história?
R: Olha, na verdade, a empresa são os funcionários, nós somos uma companhia de gente, então o fato das pessoas, a gente participar, isso aqui é o processo, na verdade.
P: Alberto voltando um pouquinho, qual o produto que te marcou, que você lembra que tenha marcado alguma campanha, um produto que você tenha participado mais diretamente?
R: Na verdade, eu passei, nós passamos eu e minha equipe, pesquisando formas de nos igualarmos ao melhor guaraná do Brasil, que era o Guaraná Antarctica, nós tinhamos o Guaraná Brahma, então nós passamos praticamente cinco ou seis anos pesquisando, tentando buscar uma fórmula que fosse idêntica a da Antarctica. Então eu me vi dentro da Antarctica, com a fusão, da AMBEV, de repente eu tinha perto de mim aquele produto que eu persegui durante tanto tempo, então isso foi uma satisfação muito grande.
P: Tem alguma coisa que você queira falar que eu não perguntei, alguma coisa que você ache importante?
R: Não, eu acho que a entrevista foi boa.
P: Você quer deixar algum recado?
R: Não, eu acho que está bom.
P: Então, obrigada por você ter vindo.
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