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Personagem: Rosana Leddomado
Por: Museu da Pessoa, 31 de março de 2016

"Eu inovei bastante!"

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"Eu inovei bastante!"

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Olha, cada dia é um dia no comércio. Não tem regra (risos). A gente viajava, ia fazer negócio no Rio Grande do Sul, ia pro Rio Grande. Fizemos muita viagem pra China pra comprar alho. Fizemos viagens pra Espanha, pra Argentina, pro México. Onde cheirava o alho a gente estava lá. (risos). Foi assim. Ah, teve uma história engraçada (risos). Nós tivemos uma reunião com a cúpula de um banco na Argentina. E nós estávamos todos reunidos, estava o dono do banco, o banqueiro mesmo, toda a cúpula do banco, estava toda a turma do comércio, aqui do sindicato. Estava no meio da reunião eu comecei a dormir (risos) e os caras ficaram loucos da vida comigo. Sabe oque é dormir numa reunião com um banqueiro? No dia seguinte eu me encontrei com os banqueiros, eles não estavam chateados, não, os primeiros que eles vieram cumprimentar foi a mim. “Oi!” (risos). Eu falei: “Sabe por que ele veio cumprimentar? Porque o cara que dormiu na frente deles é porque não precisa de dinheiro” (risos). Não é por aí, não? (risos)

A viagem foi sobre alho. Porque a China revolucionou esse mercado. Porque antigamente não existia esse negócio de falar: “Eu quero um navio de alho”. Ninguém te preparava um navio de alho nunca, levava dez anos pra te pôr um navio, não tinha produção pra tanto. E a China é o único lugar do mundo que apareceu, você diz assim: “Eu quero um navio com 500 mil caixas de dez quilos. Daqui dez ou 15 dias consegue embarcar?” “É pra já”. Não tem medo de quantidade? Não é o que acontece em outros lugares. Em outros lugares você quer comprar 10 mil, 20 mil caixas, nossa... Precisa pegar de muita gente e mesmo assim você não consegue reunir tanta mercadoria.Mas a coisa rola dessa forma. Por isso que nós fomos pra China e nós trouxemos de fato, todos juntos. Nós fomos e carregamos a maior carga que veio da China, foi por intermédio do Dadá. Foi mais de 500 mil caixas em...

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Dados de acervo

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P/1 – Rosana, primeiro obrigado pelo tempo e pela paciência com a gente. Me fala o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Rosana Leddomado. A data de nascimento, sete de agosto de 1964, São Paulo, cidade onde eu nasci.

P/1 – Você nasceu em hospital, onde foi?

R – Eu nasci na Maternidade Matarazzo.

P/1 – Ah, é? Onde fica?

R – Bela Vista.

P/1 – E o seu pai, qual o nome dele?

R – O meu pai, Giuseppe Leddomado.

P/1 – Ele nasceu onde?

R – Ele nasceu na Itália, ele era italiano.

P/1 – Em que cidade ele nasceu?

R – Bari. Muito próximo a Polignano a Mare, que existe aqui a Igreja São Vitor. Ele era da Itália.

P/1 – Ele nasceu em que dia?

R – Ele nasceu no dia oito de fevereiro de 1927. Ele veio pro Brasil ele tinha 25 anos. Pela Marinha, né? Ele veio e na realidade quando ele chegou no Brasil ele foi trabalhar como carregador de frutas no Mercado Municipal do Rio de Janeiro.

P/1 – Ah, é?

R – É.

P/1 – Antes de chegar no Brasil, então, ele falava para você como era a vida lá na Itália?

R – Sim, sim.

P/1 – Porque ele veio pra cá.

R – Ele veio pra cá porque o pai dele era contra o Governo e na realidade faltava comida, não tinha emprego, então o que aconteceu? O vizinho tinha árvores frutíferas e o vizinho envenenou as frutas das árvores. E naquela época passava-se fome. E o meu pai pegou uns figos da árvore do vizinho e comeu. E o que aconteceu? Ele quase morreu. E a minha avó tinha tido seis filhos, cinco homens e uma mulher, então o que ela fez? Porque senão quando meu avô ficasse sabendo que ele quase foi envenenado e tudo, gente, ele mataria o vizinho. O que minha avó fez? Ela pegou e mandou, inscreveu três pro Brasil, então veio o meu pai, o irmão mais velho e o outro também e o quarto irmão ela mandou pra Nova York, pros Estados Unidos, todos servindo a Marinha. E só pra você ter uma noção, o meu pai sempre foi uma pessoa muito batalhadora, muito guerreira e o...

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