Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa,

Trajetória inspiradora de Dona Onça

Esta história contém:

Trajetória inspiradora de Dona Onça

Vídeo

Nasci no Brás, São Paulo, Capital, em 1975. Em um domingo de Carnaval. Chamo-me Janaína Rueda. Fui praticamente criada pela minha avó. Minha mãe era Relações Públicas, nessa época, tendo trabalhado com a Rede Globo por um tempo, no Rio, Depois, casas noturnas que foram ícones: Hippopotamus, Gallery… Inclusive, o trabalho de minha mãe nos custou um certo preconceito: uma mulher sair para trabalhar às sete horas da noite...

Eu, com sete anos, já ia para a rua. Já sumia no vento.

E bem novinha, eu já dava um jeito de fugir de casa para ir à quadra da Vai-Vai; para assistir Legião Urbana; o Perdidos na Noite, do Fausto Silva, ali no Teatro Záccaro; bailes funk; enfim, sempre ali, no meio da galera. Mas também, é claro, ia para a escola, desde o Maternal, depois escola pública. Mais adiante é que minha mãe conseguiu me matricular num colégio particular, de freiras, e eu sempre muito rebelde, sempre contestando. Lembro de que na aula de religião eu não aceitava aquela discriminação para com o espiritismo. Uma vez, eu lembro, levei meu gato para a sala de aula. A Irmã o tomou de mim e levou para a casa dela. Eu invadi a casa e resgatei o meu gato. E ainda sobre as minhas fugas, um fato surreal é que a minha mãe, totalmente ao acaso, me viu na gravação do Perdidos na Noite. Era gravado às quartas e ia ao ar aos sábados. Foi uma surra… Eu era meio revoltada, principalmente pela discriminação que sofríamos. Até um namoradinho, a família dele proibiu de me ver. Achavam que minha mãe fosse prostituta.

Na escola, sempre tive boas notas, sempre boa aluna. Mas não quis continuar – foi na época em que meu pai morreu – porque eu perdi o ânimo e o interesse diante do que eu identificava como mentiras da escola. Me pareceu, então, que a rua me ensinava mais e melhor. A realidade do mundo e da vida, nua e crua.

… foi quando eu virei gótica, mas, ao mesmo tempo, andava com o pessoal do samba; descia...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Projeto Conte Sua História

Depoimento de Janaína Rueda

Entrevistada por Rosana Miziara

São Paulo, 23 de abril de 2019

PCSH_HV 768 _ rev.

Transcrito por Selma Paiva

Revisado/Editado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Jana, começar da maneira mais clássica possível: você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Janaina Rueda, sou nascida em São Paulo...

P/1 – Rueda já é nome artístico.

R – Janaína Cecília Torres dos Santos Rueda, nasci em São Paulo, aqui na capital, no Brás. E o que mais?

P/1 – Em que ano?

R – 1975.

P/1 – Qual a data completa?

R – Nove de fevereiro de 1975, domingo de Carnaval. (risos) Foi num domingo de Carnaval.

P/1 – Seus pais são de São Paulo?

R – Sim.

P/1 – Rueda é do seu marido?

R – É do meu marido.

P/1 - Seu pai e sua mãe são de São Paulo?

R – São de São Paulo, os dois.

P/1 – Vamos falar um pouquinho da família do seu pai e do seu pai. Qual é a origem do seu pai? Eles são de São Paulo, vieram de algum outro lugar, seus avós paternos?

R – É uma confusão. Uma salada de frutas. Eu tenho, por parte de pai, índio, negro, português e italiano. Por parte de mãe eu tenho espanhóis e italiano, que é o pai da minha mãe.

P/1 – O que seu avô paterno fazia? Você o conheceu?

R – Minha história é um pouco complicada, enfim, mas o meu pai, que me registrou direitinho, é o Gilberto Torres dos Santos. Ele morreu em 1989, ele era filho de um alfaiate.

P/1 – Que é o seu avô?

R – O meu avô. Isso.

P/1 – Você conviveu com ele, eles vieram de São Paulo?

R – Minha mãe separou do meu pai muito cedo e eu tive contato com ele, sim, mas eu tive contato com ele mais quando ele ficou muito doente, em 1989.

P/1 – Mas ele não é seu pai biológico? É de criação?

R – Não, ele é meu pai. É uma história longa, assim, mas ele é meu pai.

P/1 – E a sua mãe, os seus avós maternos, qual a origem deles?

R –...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Eu gosto de desafiar aquilo que é impossível
Vídeo Texto
 A LINDA HISTÓRIA DE MÃE JÔ
Texto

Joana Benedita Candido

A LINDA HISTÓRIA DE MÃE JÔ
Sou persistente, quando falei que vinha, nasci
Vídeo Texto

Maria de Jesus Pereira Santana

Sou persistente, quando falei que vinha, nasci
Preta Rara além da dor
Vídeo Texto
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.