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História
Por: Museu da Pessoa, 12 de junho de 2017

Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Esta história contém:

Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Vídeo

Papai era comerciante e fazendeiro, um homem que eu poderia caracterizar como o símbolo do trabalho, porque ele era um trabalhador. A vida dele, a vida inteira, foi levantar cedo pra abrir a loja ali na esquina. Trabalhou a vida inteira na loja e sempre com muita disciplina, muito método de trabalho e, a duras penas, conquistou uma situação financeira razoável. E minha mãe, uma pessoa sensível, gostava de escrever poesias e tinha talento pra fazer doces. Os doces dela ficaram inesquecíveis aqui na história de Paracatu, porque ela fazia doces secos, de uma delicadeza, a casquinha nos doces. Perfeito. Deixou saudade também. E era uma mãe muito carinhosa.

[A loja era] Casa Santiago. Ela ficava na Rua das Flores. A loja era como as lojas antigas, tinha de tudo, desde cela, perfume, caderno, tecidos, tudo se encontrava na loja. E papai atendia a todos com aquele jeito peculiar dele, educado e gentil. Todo mundo gostava dele na loja.

Nós éramos fregueses assíduos lá. Na hora que ele vinha pra almoçar, tinha uma passagem aqui pelo beco, a gente entrava e comprava: “Tira esse tecido pra mim, pega esse sapato, não sei o quê”. No final, ele ia ver a conta, tava desse tamanho. Ele falava: “O que tá acontecendo? Essas meninas, essas meninas”. Comprava tudo de novidade que tinha chegado à loja: “O que chegou aqui?”; “Olha, chegou essa seda, chegou isso”; “Três metros”. Vivia fazendo roupa.

Minha mãe tinha apelido de Enfermeira, porque ela era tão carinhosa e prestativa, qualquer problema que acontecesse aqui na rua, chamavam mamãe pra acudir: “Chama Vera, que Vera resolve”. E fazia os bolos de aniversário, ajudava a fazer os bolos, que era muito habilidosa. Talvez seja dela que eu herdei essa sensibilidade pra arte. E também dava aula de pintura, que eu me lembre.

O que eu lembro aqui da minha infância era um tempo num ritmo muito mais lento, muito lento, que dava pra fazer tantas...

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Nos tempos da mamadeira

Dados da imagem Dona Maria está de mamadeira e Miguel “com os olhos do babuíno e olhar sedento”.
A mãe, Vera, Miguel (pai), Ana Rosa (Nena) e Maria do Céu (Didita).

Dona Maria está de mamadeira e Miguel “com os olhos do babuíno e olhar sedento”. A mãe, Vera, Miguel (pai), Ana Rosa (Nena) e Maria do Céu (Didita).

Brincadeira no quintal

Dados da imagem Nena, Didita e Quinzinho (irmão): quintal de dona Nini (tia), onde hoje é uma Pousada.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Nena, Didita e Quinzinho (irmão): quintal de dona Nini (tia), onde hoje é uma Pousada.

Maria moça

Dados da imagem Maria no quintal de sua casa.

Maria no quintal de sua casa.

Vovó coruja

Dados da imagem Vovó Vera (mãe de Maria) com os dois netos, Tatiana e Sandro no quintal da casa da filha.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Vovó Vera (mãe de Maria) com os dois netos, Tatiana e Sandro no quintal da casa da filha.

As bonecas

Dados da imagem Concurso de boneca das barraquinhas da festa de Santo Antonio: a mãe quem fez a roupa de Maria, que ficou em segundo lugar. Maria é a de cima. Abaixo, a irmã. A foto foi tirada no quintal da dona Nini.

Período:
Ano 1950

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Concurso de boneca das barraquinhas da festa de Santo Antonio: a mãe quem fez a roupa de Maria, que ficou em segundo lugar. Maria é a de cima. Abaixo, a irmã. A foto foi tirada no quintal da dona Nini.

Tatiana

Dados da imagem Com a filha, Tatiana, em Belo Horizonte, no Barreiro.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Com a filha, Tatiana, em Belo Horizonte, no Barreiro.

Os queridos

Dados da imagem Zé Carlos e os dois queridos, Tatiana e Sandro, no Alpendre da casa da família em Paracatu.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Zé Carlos e os dois queridos, Tatiana e Sandro, no Alpendre da casa da família em Paracatu.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Maria e o filho Sandro no colo da mãe na casa em Belo Horizonte, no bairro Barreiro.

No alpendre

Dados da imagem Max, primo de Maria, fez um curso por correspondência e fez algumas fotos da prima no alpendre de sua casa.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Crédito:
Max Vitor Rodrigues Botelho (primo de Maria)

Tipo:
Fotografia

Max, primo de Maria, fez um curso por correspondência e fez algumas fotos da prima no alpendre de sua casa.

Sandro na janela

Dados da imagem Na janela do casarão com o filho, Sandro.

Período:
Ano 1974

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Na janela do casarão com o filho, Sandro.

O quintal da tia Nini

Dados da imagem Maria, bebê Chiquita (prima), Nena (irmã), Quinzinho (irmão), Max (primo) no quintal da casa de tia Nini.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

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Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Maria, bebê Chiquita (prima), Nena (irmã), Quinzinho (irmão), Max (primo) no quintal da casa de tia Nini.

Na Fazenda

Dados da imagem Com Zequinha na Fazenda Granja Santiago. Tatiana está embaixo.

Período:
Ano 1976

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Com Zequinha na Fazenda Granja Santiago. Tatiana está embaixo.

Quadro, casa e família

Dados da imagem Zé Carlos e Tatiana na sala de casa. Ao fundo, quadro a guache da dona Maria.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Zé Carlos e Tatiana na sala de casa. Ao fundo, quadro a guache da dona Maria.

Período:
Ano 1976

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Tatiana, Zé Carlos e Sandro na Fazenda Granja Santiago.

Casa da vó

Dados da imagem Maria na casa da vó, na Rua Tomé de Souza, no bairro Cruzeiro, Belo Horizonte.

Período:
Ano 1949

Local:
Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Maria na casa da vó, na Rua Tomé de Souza, no bairro Cruzeiro, Belo Horizonte.

Sala de casa

Dados da imagem Miguel, Vera, Tatiana, Sandro e a babá na casa de Maria.

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

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Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Miguel, Vera, Tatiana, Sandro e a babá na casa de Maria.

Passeio em família

Dados da imagem Tatiana, Sandro e Zeca na Granja Santiago.

Período:
Ano 1977

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Tatiana, Sandro e Zeca na Granja Santiago.

Carnaval com a família

Dados da imagem Tatiana, Sandro e Zé Carlos, no carnaval do Jóquei Clube (Paracatu).

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Tatiana, Sandro e Zé Carlos, no carnaval do Jóquei Clube (Paracatu).

Anjinha Maria

Dados da imagem Primeira comunhão de Nena, Maria estava vestida de anjo.

Período:
Ano 1950

Local:
Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Primeira comunhão de Nena, Maria estava vestida de anjo.

O retrato favorito

Dados da imagem Vera (mãe), Maria e Tatiana: “é o único retrato que eu gosto!”, diz Maria sobre a imagem.

Período:
Ano 1971

Local:
Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Fotografia

Vera (mãe), Maria e Tatiana: “é o único retrato que eu gosto!”, diz Maria sobre a imagem.

"Ausências"

Dados da imagem “ a coisa mais difícil é dar nome para o quadro”
1,40x1,60

Período:
Ano 2015

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Crédito:
Maria do Céu

Tipo:
Ilustração

“ a coisa mais difícil é dar nome para o quadro” 1,40x1,60

"Parto de luz"

Dados da imagem (1,5x 1,15)

Período:
Ano 2007

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Crédito:
Maria do Céu

Tipo:
Ilustração

(1,5x 1,15)

"Anjo adormecido"

Dados da imagem “a criação é única”.

Período:
Ano 2005

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Crédito:
Maria do Céu

Tipo:
Ilustração

“a criação é única”.

Convite da exposição

Dados da imagem Convite da exposição: Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu convida para a abertura da exposição da artista Maria do Céu.

Período:
Ano 1999

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Crédito:
Maria do Céu

Tipo:
Documento

Convite da exposição: Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu convida para a abertura da exposição da artista Maria do Céu.

No infinito do ser

Dados da imagem No infinito do ser I (60x80).

Período:
Ano 2002

Imagem de:
Maria do Céu Santiago Moreira

História:
Sensibilidade e a possibilidade de inventar novas realidades

Tipo:
Ilustração

No infinito do ser I (60x80).

Dados de acervo

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Projeto Kinross Paracatu

Depoimento de Maria do Céu Santiago Moreira

Entrevistada por Fernanda Prado e Marcelo da Luz

Paracatu, 12/06/2017

KRP_HV17_Maria do Céu Santiago Moreira

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – Então, Maria do Céu, primeiro eu gostaria de agradecer você ter aceitado o convite pra esta entrevista. E pra começar, eu queria que você falasse pra gente o seu nome completo...

R – Eu que tenho que agradecer. Sou eu. Como eu te disse, vai ser um presente para meus meninos, pra eles se lembrarem de mim, um pouco da minha história.

P/1 – Claro. Essa é uma oportunidade única nossa, para a gente também, por isso que a gente agradece. E pra gente começar, eu queria que você falasse pra gente o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Maria do Céu Santiago Moreira, nasci em Paracatu (MG), 24 de maio de 1944.

P/1 – Fala pra gente o nome dos seus pais.

R – O meu pai, Miguel Telles Santigo, minha mãe, Vera Botelho Santiago, meus irmãos, Joaquim de Moura Santiago e Ana Rosa Santiago Cintra.

P/1 – Vamos falar então dos seus pais primeiro. O que você sabe da origem da família deles, da sua mãe, da do seu pai?

R – Papai era um comerciante e fazendeiro, um homem que eu poderia caracterizar como o símbolo do trabalho, porque ele era um trabalhador. A vida dele, a vida inteira, foi levantar cedo pra abrir a loja ali na esquina, trabalhou a vida inteira na loja e sempre com muita disciplina, muito método de trabalho e, a duras penas, conquistou uma situação financeira razoável. E minha mãe, uma pessoa sensível, gostava de escrever poesias e tinha talento pra fazer doces. Os doces dela ficaram inesquecíveis aqui na história de Paracatu, porque ela fazia doces secos, de uma delicadeza, a casquinha nos doces. Perfeito. Deixou saudade também. E era uma mãe muito carinhosa. Eles foram maravilhosos pra mim, porque quando eu fiquei viúva, eles me acolheram, eu fiquei...

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