A Artista Plástica Inalda Xavier em Todas Elas Pintam o 7
Por Angelo Brás Fernandes Callou
Era um encantamento à primeira vista entrar no Departamento de Economia Doméstica da UFRPE, nos anos 1970. Havia esculturas e pinturas espalhadas pelos corredores e salas, nada comum numa universidade que contava (e assim permanece) com poucas obras de arte no campus. (Vide o interessante Catálogo de Artes da UFRPE, EDUFRPE, 2019).
À época, a diretora do Departamento de Economia Doméstica era Inalda Xavier (1930-2017). Cheguei a conhecer a professora Inalda, uma artista plástica multifacetada, que fazia desenho de joias, escultura, xilogravura, litogravura, tapeçaria, pintura com bico de pena. Estavam explicados, portanto, os sentidos mobilizados pelos visitantes diante daquelas obras de arte que a artista reunia.
Lembrar isso é lembrar o sentido atribuído por Kant ao se contemplar um objeto de arte, pelo belo e pelo sublime. O belo, diz ele, emana da imaginação, do prazer da contemplação; o sublime, ao contrário, afronta a imaginação. Perturba, porque exige reflexão estética, política e vai de encontro aos nossos preconceitos e estereótipos. As expressões artísticas têm esse atributo de aperfeiçoar nossa humanidade.
Ontem, na abertura da exposição Todas Elas Pintam o 7, revivi a emoção da juventude, ao me defrontar com um quadro de Inalda Xavier, entre as artistas homenageadas da Exposição. Um catálogo com algumas de suas obras estava disponível, entre objetos alusivos à artista.
Saio caminhando pela grande exposição apreciando e “escolhendo”, por mero deleite estético, os quadros da minha preferência. Ah, se eu pudesse tê-los comigo! Guardo-os neste post e na parede da memória, como diz o poeta.