Relato de João Lopes
João Lopes. Relato Pessoal. São Paulo, 2024.
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Nasci em 1985 na vibrante cidade de São Paulo. Cresci em um bairro de classe média chamado Vila Mariana, um lugar que guardo com carinho nas minhas memórias. Naquela época, São Paulo já era uma metrópole pulsante, mas ainda preservava alguns resquícios de um ritmo mais tranquilo, especialmente nos bairros residenciais.
Minha infância foi marcada por brincadeiras na rua, algo que se tornou raro com o passar dos anos. Jogávamos bola, andávamos de bicicleta e soltávamos pipa no céu azul poluído, mas ainda assim encantador. Lembro-me do cheiro das árvores no Parque Ibirapuera, onde meus pais me levavam aos domingos para correr e brincar. O parque era um oásis verde em meio ao cinza da cidade, um lugar onde podíamos escapar da agitação.
Aos sete anos, em 1992, comecei a frequentar a escola primária. Estudei em uma escola pública, a EMEF São Paulo, onde fiz amizades que duram até hoje. As salas de aula eram simples, mas cheias de vida. Meus professores eram dedicados e faziam o possível para nos ensinar com os poucos recursos disponíveis.
A década de 90 trouxe muitas mudanças. A economia brasileira enfrentava altos e baixos, e meus pais, como muitos outros, tiveram que se adaptar a esses tempos incertos. Meu pai trabalhava como contador em uma pequena empresa, e minha mãe era professora de matemática. Eles sempre valorizaram a educação e fizeram o possível para que eu e meus irmãos tivéssemos oportunidades melhores.
Em 1998, comecei o ensino médio na Escola Estadual Rodrigues Alves. Foi uma época desafiadora, mas também emocionante. A tecnologia começava a fazer parte do nosso cotidiano, e eu ficava fascinado com os computadores e a internet, que ainda estavam engatinhando. A internet discada, com seu característico som de conexão, abriu um mundo novo de possibilidades e conhecimento.
A virada do milênio foi um marco incrível. Em...
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Relato de João Lopes
João Lopes. Relato Pessoal. São Paulo, 2024.
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Nasci em 1985 na vibrante cidade de São Paulo. Cresci em um bairro de classe média chamado Vila Mariana, um lugar que guardo com carinho nas minhas memórias. Naquela época, São Paulo já era uma metrópole pulsante, mas ainda preservava alguns resquícios de um ritmo mais tranquilo, especialmente nos bairros residenciais.
Minha infância foi marcada por brincadeiras na rua, algo que se tornou raro com o passar dos anos. Jogávamos bola, andávamos de bicicleta e soltávamos pipa no céu azul poluído, mas ainda assim encantador. Lembro-me do cheiro das árvores no Parque Ibirapuera, onde meus pais me levavam aos domingos para correr e brincar. O parque era um oásis verde em meio ao cinza da cidade, um lugar onde podíamos escapar da agitação.
Aos sete anos, em 1992, comecei a frequentar a escola primária. Estudei em uma escola pública, a EMEF São Paulo, onde fiz amizades que duram até hoje. As salas de aula eram simples, mas cheias de vida. Meus professores eram dedicados e faziam o possível para nos ensinar com os poucos recursos disponíveis.
A década de 90 trouxe muitas mudanças. A economia brasileira enfrentava altos e baixos, e meus pais, como muitos outros, tiveram que se adaptar a esses tempos incertos. Meu pai trabalhava como contador em uma pequena empresa, e minha mãe era professora de matemática. Eles sempre valorizaram a educação e fizeram o possível para que eu e meus irmãos tivéssemos oportunidades melhores.
Em 1998, comecei o ensino médio na Escola Estadual Rodrigues Alves. Foi uma época desafiadora, mas também emocionante. A tecnologia começava a fazer parte do nosso cotidiano, e eu ficava fascinado com os computadores e a internet, que ainda estavam engatinhando. A internet discada, com seu característico som de conexão, abriu um mundo novo de possibilidades e conhecimento.
A virada do milênio foi um marco incrível. Em 2003, entrei na Universidade de São Paulo (USP) para estudar Engenharia da Computação. Foi um período de transformações pessoais e profissionais. Morar no campus me deu uma perspectiva diferente da vida na cidade. Conheci pessoas de diferentes partes do Brasil e do mundo, e isso ampliou meus horizontes.
São Paulo continuou a crescer e mudar. A cidade que eu conheci na infância se transformou, com arranha-céus cada vez mais altos e um trânsito cada vez mais caótico. Porém, alguns aspectos permaneceram os mesmos: a diversidade cultural, a riqueza gastronômica e o espírito dos habitantes.
Hoje, aos 39 anos, trabalho como engenheiro de software em uma grande empresa de tecnologia. Moro no bairro de Pinheiros, um dos meus favoritos pela sua mistura de tradição e modernidade. Gosto de caminhar pelo Beco do Batman aos finais de semana, admirando os grafites que fazem parte da paisagem urbana. Embora São Paulo tenha seus desafios, eu não trocaria minha cidade natal por nenhum outro lugar. Aqui, encontro a energia e a criatividade que sempre me inspiraram a seguir em frente e a acreditar em um futuro melhor.
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