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Por: Museu da Pessoa, 1 de junho de 2014

Quero fabricar uma prancha de tábua

Esta história contém:

Quero fabricar uma prancha de tábua

Sou Antônio Wellington de Paulo Barbosa e nasci na região do Pecém, município de São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Fortaleza-Ce, no dia 08 de novembro de 1976. Eu tenho dois apelidos: a negada me chama de Metrô e Onça, porque, no mar, sou fora de série. Dou o melhor de mim.

A minha mãe era dona de casa. O pessoal dava roupa para ela lavar e ganhar um dinheiro para ajudar na renda familiar. O meu pai saía para pescar de madrugada, três horas e só chegava final de tarde, às três ou quatro horas. Se tivesse o rango, comíamos. Se não tivesse, era só na hora que ele chegasse.

O meu pai pescou por um tempo aqui e, depois, a jangada dele encalhou em outra localidade, chamada Paracuru, e por lá mesmo ele ficou pescando e trazendo o dinheiro e os mantimentos. Comíamos com o dinheiro que ele trazia com a rotina de trabalho. Depois de um certo tempo, o meu pai ficou para lá. Separou-se da minha mãe e não veio mais para cá. Foi uma situação constrangedora. Ele se afastou. Foi uma briga entre o casal. Não deu mais certo. Ela arrumou esse cara que vive até hoje e meu pai viveu um tempo lá. A separação foi por causa de desavença dentro de casa. Às vezes, o meu pai saía para beber, para a curtição e aparecia dois, três dias depois lá em casa. Um cara desse não está certo. O meu próprio pai fazia isso. Com o tempo, se envolveu com uma mulher e um cara o matou por causa de ciúme, pois a mulher tinha se separado dele. Que Deus o tenha onde ele estiver. Depois disso, a vida ficou mais difícil. Lembro que não tinha escola naquela época. Contratava uma senhora que dava aula para dez, 15 meninos. Depois, foi evoluindo e teve a escola. Tínhamos que ir e, às vezes, eu não queria ir porque era meio problemático, dava confusão. Eu me afastava, mas a professora vinha e me fazia voltar. Sei que o que eu perdi lá atrás está fazendo falta hoje. Meu estudo foi muito pouco. Quando o meu pai se separou da minha mãe, tinha...

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Retrato 3x4

Dados da imagem Retrato de Antônio Wellington.

Período:
Ano 2014

Local:
Brasil / Ceará / São Gonçalo Do Amarante

Imagem de:
Antônio Wellington de Paulo Barbosa

História:
Quero fabricar uma prancha de tábua

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
retrato, pescador, caucaia, são gonçalo do amarante, trabalhador

Retrato de Antônio Wellington.

Pescaria e Surf

Dados da imagem Ida à praia de Pipa (RN) com os amigos.

Período:
Ano 2002

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Praia De Pipa

Imagem de:
Antônio Wellington de Paulo Barbosa

História:
Quero fabricar uma prancha de tábua

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
pescaria, diversão, rio grande do norte, surf, praia de pipa, pesca, amigos

Ida à praia de Pipa (RN) com os amigos.

Dados de acervo

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Projeto CSP

Depoimento Antônio Wellington de Paulo Barbosa

Entrevistado por Luiz Gustavo Lima

São Gonçalo do Amarante, Ceará, 01/06/2014

CSP_HV_014_ Antônio Wellington de Paulo Barbosa

Realização Museu da Pessoa

P/1 – Primeiro, queríamos agradecê-lo por nos receber aqui na sua casa para essa conversa. Para começar, eu queria que você falasse o seu nome completo.

R – Antônio Wellington de Paulo Barbosa.

P/1 – Onde e quando você nasceu?

R – Eu sou nativo do Pecém e no dia 8 de novembro de 1976.

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – Maria Mercedes de Paulo Barbosa e José Wando Barbosa.

P/1 – Qual era a profissão deles?

R – Ele era pescador. Na época em que ele pescava ainda não tinha o porto, mas já estavam pesquisando - faziam a pesquisa e paravam por um tempo. Depois, voltavam de novo, e ficavam pesquisando. Eu trabalhei na pesquisa com esses caras por um tempo. Isso foi há uns nove, dez anos. Ele ficava lá no navio da Marinha. Eles fizeram uma torre e ficavam se comunicando para saber onde iriam lançar as bases de onde iria ser feito o porto. A perfuratriz ia furando. Veio uma da Alemanha para fazer a perfuratriz...

P/1 – Já vamos chegar nessa parte mas, antes, vamos nos concentrar na sua casa. O que a sua mãe fazia?

R – A minha mãe era dona de casa. Às vezes, o pessoal dava roupa para ela lavar e ganhar um dinheiro para ajudar na renda familiar. O meu pai saía para pescar de madrugada, três horas e só chegava final de tarde, às três ou quatro horas. Se tivesse o rango, comíamos. Se não tivesse, era só na hora que ele chegasse. O seu trabalho era pescar. Aqui não tinha construção. É uma coisa do terceiro mundo. Como hoje tem o hotel, naquela época não tinha isso para se trabalhar. Tinha o mar ou a plantação de roça. Não tínhamos serviços como temos hoje.

P/1 – É isso aí que queremos falar. Como era a vida nessa época, na sua primeira infância? Você falou que o seu pai saía de...

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