Primeiro de Maio de 1500 mais 500 anos De: Pero Vaz de Caminha Para: Dom Manuel Querido rei chegamos ao Brasil. Cá encontramos um grande e belo país. Foi um tanto complicado atracarmos, mas gastando alguns escudos com uns meninos guardadores de naus, conseguimos uma boa vaga no porto. Eu não via a hora de contar-lhe tudo sobre essa apaixonante e incrível aventura de descoberta. Pensei em mandar-lhe um FAX, fazer-lhe um DDD, mas como o momento é de navegação, resolvi enviar-lhe este e-mail pela Internet. Mando-lhe também algumas fotos anexadas, para que Vossa Majestade possa conferir a beleza do lugar, com lindas praias, coqueiros, areia branca e bandos de índios a protestar por terem sido preteridos nesses últimos 500 anos. Majestade o país é bom e generoso. E veja bem que essa não é uma opinião somente minha, mas é compartilhada grandemente pelos políticos daqui. Há terras e sem-terras a perder de vista. Tudo que é lançado ao solo cresce, floresce e se multiplica, inclusive variados tipos de corruptos. O povo brasileiro é muito econômico e uma grande maioria das famílias não gasta mais que R$151,00, para todas as despesas com saúde, alimentação, educação, transporte e tudo mais, incluindo o lazer. Coisa de fazer inveja... Um pequeno grupo de abnegados, precisa receber R$3000,00 mensais para auxílio-moradia. Vá lá se saber das precárias condições de moradia a que tais infelizes devem estar sendo submetidos... A democracia viceja em todo país, principalmente no que diz respeito à arrecadação de impostos. O direito de pagar é exercido pela grande maioria. Mas como em toda regra há exceção, uma pequena parte não paga praticamente nada. Não é que eles não queiram pagar, é que são penalizados por uma legislação que impede a taxação dos altos lucros que conseguem. É uma coisa cruel e discriminatória para com esse pequeno grupo de banqueiros e grandes empresários, que a despeito de todos os infortúnios...
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Primeiro de Maio de 1500 mais 500 anos De: Pero Vaz de Caminha Para: Dom Manuel Querido rei chegamos ao Brasil. Cá encontramos um grande e belo país. Foi um tanto complicado atracarmos, mas gastando alguns escudos com uns meninos guardadores de naus, conseguimos uma boa vaga no porto. Eu não via a hora de contar-lhe tudo sobre essa apaixonante e incrível aventura de descoberta. Pensei em mandar-lhe um FAX, fazer-lhe um DDD, mas como o momento é de navegação, resolvi enviar-lhe este e-mail pela Internet. Mando-lhe também algumas fotos anexadas, para que Vossa Majestade possa conferir a beleza do lugar, com lindas praias, coqueiros, areia branca e bandos de índios a protestar por terem sido preteridos nesses últimos 500 anos. Majestade o país é bom e generoso. E veja bem que essa não é uma opinião somente minha, mas é compartilhada grandemente pelos políticos daqui. Há terras e sem-terras a perder de vista. Tudo que é lançado ao solo cresce, floresce e se multiplica, inclusive variados tipos de corruptos. O povo brasileiro é muito econômico e uma grande maioria das famílias não gasta mais que R$151,00, para todas as despesas com saúde, alimentação, educação, transporte e tudo mais, incluindo o lazer. Coisa de fazer inveja... Um pequeno grupo de abnegados, precisa receber R$3000,00 mensais para auxílio-moradia. Vá lá se saber das precárias condições de moradia a que tais infelizes devem estar sendo submetidos... A democracia viceja em todo país, principalmente no que diz respeito à arrecadação de impostos. O direito de pagar é exercido pela grande maioria. Mas como em toda regra há exceção, uma pequena parte não paga praticamente nada. Não é que eles não queiram pagar, é que são penalizados por uma legislação que impede a taxação dos altos lucros que conseguem. É uma coisa cruel e discriminatória para com esse pequeno grupo de banqueiros e grandes empresários, que a despeito de todos os infortúnios e dissabores, se empenha com todas as forças no cumprimento fiel e rigoroso de tais preceitos legais... Querido rei, eu gostaria de contar-lhe ainda muito mais, sobre o futebol e o carnaval entremeados com um ou outro escândalo, mas isso fica reservado para os próximos 500 anos... Osvaldo Fabbrini 16/04/2000
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