P -  Eu queria começar perguntando o seu nome completo, data e local   de nascimento.   R - O meu nome é Heiguiberto Navarro. Nasci no dia 20/12/1945.   P -  E qual foi o seu primeiro emprego?  R - Olha, o meu primeiro emprego na verdade aconteceu numa loja, aos 9   anos de idade. Eu, então, na verdade eu era comerciário. Comecei nessa   loja e depois eu fui pra uma mecânica de pintura, e depois eu fui   (trecho inaudível), aí na verdade começou  a minha trajetória de   metalúrgico. Depois eu entrei numa metalúrgica chamada Facspel , ainda   antes dos 14 anos. Fiz 14 anos e depois eu fui pra outras metalúrgicas.   E em 1967 eu entrei na Ford lá em São Bernardo do Campo, e aí começou a   minha trajetória, não somente de metalúrgico mas também político.  P -  E hoje, qual é a sua atividade básica?  R - Eu sou Delegado Regional do Trabalho do Estado de São Paulo,   portanto, do Ministério do Trabalho.  P -  E você se lembra do primeiro Primeiro de Maio que você   participou?  R - Olha, eu lembro de muitos primeiros de maio, mas o primeiro de maio   que sempre marcou, alias, me marcou a vida e me marcou muito de nós   petistas, de uma nova posição, foi o primeiro de maio de 1980. Esse   primeiro de maio ficou na história do Brasil. É um primeiro de maio que   tinha uma repressão da polícia, do exército, e nós saímos abraçados o   caramba esse primeiro de maio levantando uma bandeira, pedindo paz,   pedindo autonomia. Já naquele período pedindo autonomia e liberdade.   Então aquele primeiro de maio me marcou bastante. E depois outros   primeiros de maio, porque aí veio a democracia, e com a democracia   conquistada pelos trabalhadores começou a vim os primeiros de maio, os   grandes primeiros de maio como este que nós estamos realizando, que é a   participação de toda a população e a participação dos jovens   principalmente.	  P -  Então hoje a gente está aqui num grande primeiro de maio na   Avenida Paulista,...
						Continuar leitura 
					P -  Eu queria começar perguntando o seu nome completo, data e local   de nascimento.   R - O meu nome é Heiguiberto Navarro. Nasci no dia 20/12/1945.   P -  E qual foi o seu primeiro emprego?  R - Olha, o meu primeiro emprego na verdade aconteceu numa loja, aos 9   anos de idade. Eu, então, na verdade eu era comerciário. Comecei nessa   loja e depois eu fui pra uma mecânica de pintura, e depois eu fui   (trecho inaudível), aí na verdade começou  a minha trajetória de   metalúrgico. Depois eu entrei numa metalúrgica chamada Facspel , ainda   antes dos 14 anos. Fiz 14 anos e depois eu fui pra outras metalúrgicas.   E em 1967 eu entrei na Ford lá em São Bernardo do Campo, e aí começou a   minha trajetória, não somente de metalúrgico mas também político.  P -  E hoje, qual é a sua atividade básica?  R - Eu sou Delegado Regional do Trabalho do Estado de São Paulo,   portanto, do Ministério do Trabalho.  P -  E você se lembra do primeiro Primeiro de Maio que você   participou?  R - Olha, eu lembro de muitos primeiros de maio, mas o primeiro de maio   que sempre marcou, alias, me marcou a vida e me marcou muito de nós   petistas, de uma nova posição, foi o primeiro de maio de 1980. Esse   primeiro de maio ficou na história do Brasil. É um primeiro de maio que   tinha uma repressão da polícia, do exército, e nós saímos abraçados o   caramba esse primeiro de maio levantando uma bandeira, pedindo paz,   pedindo autonomia. Já naquele período pedindo autonomia e liberdade.   Então aquele primeiro de maio me marcou bastante. E depois outros   primeiros de maio, porque aí veio a democracia, e com a democracia   conquistada pelos trabalhadores começou a vim os primeiros de maio, os   grandes primeiros de maio como este que nós estamos realizando, que é a   participação de toda a população e a participação dos jovens   principalmente.	  P -  Então hoje a gente está aqui num grande primeiro de maio na   Avenida Paulista, quando os jovens que vão ler a entrevista. Conta como   é que era então os primeiros de maio sob a ditadura.  Qual era a grande   diferença.  R - Olha, os jovens precisam compreender e entender que a coisa não é   tão fácil como é hoje. Na ditadura militar era uma coisa muito difícil,   difícil pra distribuir o boletim, difícil pra se comunicar com os   trabalhadores, difícil pra dizer aos trabalhadores que precisavam ir na   assembléia e dessa assembléia fazer as reivindicações. Era um período   da ditadura, uma pressão muito forte. Todos nós éramos presos se nós   deixássemos de fazer alguma política. Portanto, agora foi muito   difícil. Mas fomos conquistando, fomos avançando, e nesses avanços é   que nós fomos conquistando (trecho inaudível) desse aí. Então a   juventude precisa entender hoje que essas conquistas não é só uma   conquista que nós devemos perder, mas cada vez mais avançar de outras   conquistas. Por isso que as lutas dos primeiros de maio, as   convocações, e hoje um primeiro de maio diferente, um primeiro de maio   já com os trabalhadores no governo, dirigindo o país, ampliando o   salário mínimo na história do Brasil, que era uma reivindicação de   chegar a 100 dolares. Hoje nós estamos já a 100 dolares. A   reivindicação de gerar emprego, estamos gerando emprego. A   reivindicação de dar  distribuição de renda ao povo brasileiro nós já   estamos fazendo. Portanto, são conquistas   que esse jovem precisa   entender que a coisa não era fácil e que agora dá continuidade às   nossas lutas e às nossas conquistas.   P -  Terminando a nossa entrevista, ano que vem a gente comemora 120   anos do primeiro de maio. O que representa o primeiro de maio pra   classe trabalhadora?  R - Olha, o primeiro de maio é luta, o primeiro de maio não é somente   diversão. Deve ser uma reflexão das conquistas, das perdas, de algumas   pessoas que foram assassinadas, de mulheres que conquistaram a   reivindicação das 40 horas. Portanto, são reflexões. A gente tem que   fazer uma festa, mas nessa festa tem que fazer a reflexão e pensar nos   primeiros de maio que já aconteceu e nos primeiros de maio que vão   acontecer. 120 anos de primeiro de maio. É a história do povo, é	  a história dos trabalhadores, e é com isso que nós precisamos, não   comemorar, mas fazer uma reflexão do que melhorou pra classe   trabalhadora e o que avançou.
						Recolher