Das mais doces lembranças que tenho de minha infância, com certeza, os piqueniques que fazíamos estão no topo! Não tinha dia, nem hora! Papai tinha um pequeno comercio na frente de nossa casa, e só precisava "pintar" uma vontade e ele não pensava duas vezes em trancar as portas, juntar a criançada toda da rua, convidar mais uns 2 amigos e a família, e lá íamos todos. Naquela época, poucas pessoas tinham automóvel, então, na maioria das vezes, o passeio era a pé mesmo! O arsenal que tínhamos que levar era tamanho, que não ficava criança sem carregar alguma coisa. Levávamos panelas, pratos, frangos ( muitas vezes, ainda vivos), refrigerantes, verduras!
Quando lá chegávamos, já estávamos exautos, mas, como a euforia infantil era sempre maior que o cansaço, corríamos logo tomar nosso banho de rio, e de lá não saíamos enquanto a comida não estivesse pronta! Os adultos se acomodavam a olhar as crianças, e depois a preparar "o rango". Papai subia as encostas do rio à procura de palmito, e raras vezes não conseguia trazê-lo. Naquela época, retirar palmito do mato não era crime ambiental como é agora. Se fosse hoje seria "crime inafiançável". Como as coisas mudam em tão pouco tempo, chega a ser assustador!
A hora da comida também se transformava numa alegria, pois com aquela agitação toda das crianças, houvesse comida! O arroz branco, regado com o molhinho do frango, mais o palmito amargo, a salada, tinham sabor especial e é difícil não sentí-los até hoje. Basta fechar os olhos! Aqui no Brasil, hoje, quem faz este tipo de programa é chamado pejorativamente de "FAROFEIRO"! Virou sinônimo de programa de pobre! Eu já acho que nunca tive tanta riqueza!!!!!!
