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Por: Museu da Pessoa, 16 de outubro de 2018

O que o vento me trouxe

Esta história contém:

O que o vento me trouxe

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"Filho, onde você vai? Mãe, sou como uma folha seca e vou onde o vento me levar".

Dona Nair é uma mulher que aprendeu com o sofrimento. Sua infância não foi ruim, mas quando ela tinha 06 anos seus pais se separaram e ela conviveu com seus avós maternos junto com sua mãe. Tem 3 irmãos do primeiro casamento de sua mãe e do segundo casamento tem uma irmã. Foi uma criança com poucos amigos, e considerava como amigas suas tias: Maria, Vera e Ivone. Suas brincadeiras favoritas eram passar esmalte nas unhas, se maquiar, fazer bonecas de milho verde, pular corda e amarelinha.

Morava em uma casa de três cômodos, na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, na Vila Oitenta. Sua mãe colocava do lado de fora da casa quatro tijolos para fazer um fogão para cozinhar. Passaram por muitas dificuldades, mas sempre receberam ajuda de parentes, nunca faltou comida. Estudou até a quinta série, era muita briguenta, saia na hora do recreio para ir ao serviço de sua mãe, não gostava de estudar. Aos nove anos de idade ia com sua avó ao trabalho, lá havia uma casa com rodapés muito branco, onde sua avó lhe pedia para limpar e de joelhos limpava encerava. Começou a ganhar dinheiro com seu trabalho de babá, adorava, ensinava muitas brincadeiras a criança, como panelinha, pintar as unhas da boneca entre outas. Aos quinze anos de idade foi trabalhar em um restaurante para lavar louças e verduras e conheceu seu marido, 28 anos, na borracharia ao lado do seu trabalho. Iniciaram o namoro e quando ela tinha 17 anos se casaram. Dessa união teve um filho chamado Welton, mas quando seu filho tinha um 1 ano e 45 dias seu marido, que trabalhava como caminhoneiro, morreu em um acidente.

Depois de seis anos do falecimento de seu marido, Nair começou a namorar e desse namoro nasceu Wellington Fabricio, seu segundo filho, que veio a falecer com 24 anos de idade, devido ao uso de drogas. No dia de sua morte, disse a mãe que se sentia como uma folha seca e iria onde o vento o levasse....

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Santa Cruz do Rio Pardo - Projeto Todo Lugar Tem uma História Para Contar

16 de outubro de 2018

Depoente Nair Aparecida Alves Florêncio

Entrevistadora Vanessa Pereira e Lia Cristina Parabente

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P/1 - Qual é o seu nome? O local onde a senhora nasceu e a data do seu nascimento?

R - Dia 16 do onze de 65. Eu nasci aqui em Santa Cruz mesmo.

P/1 - E o nome?

R - Meu nome? Nair Aparecida Alves Florêncio.

P/1 - A senhora sempre morou aqui, dona Nair?

R - Sempre.

P/1 - Sempre?

R - Sempre. Fiquei dois anos fora daqui, em Sorocaba, mas voltei para cá.

P/1 - E como seus pais se chamam?

R - Meu pai se chamava Alcino Pontes e a minha mãe, Alice Alves Pontes.

P/1 - Certo. E o que eles faziam, Nair?

R - A minha mãe era doméstica e o meu pai era vigilante noturno. Muitas vezes, era empreiteiro. Uma coisa ou outra. Quando não tinha serviço de empreita ele pegava serviços de guarda noturno.

P/1 - Dona Nair, como foi a infância da senhora?

R - Que eu me lembre, não foi ruim, mas foi separada dos pais, porque o meu pai se separou da minha mãe quando eu tinha seis anos. Quem me criou foi minha mãe, avó, avô e não os meus pais.

P/1 - E você teve irmãos?

R - Tenho. Tenho o Nivaldo, o Nilson, a Fátima, que são do primeiro casamento da minha mãe. Aí, depois, minha mãe casou novamente e eu tenho a Luciane, que é a caçula.

P/1 - E você tem um bom relacionamento com eles?

R - Graças a Deus, com todos.

P/1 - Com todos?

R - Graças a Deus.

P/1 - Todos moram aqui.

R - Não, aqui só mora eu, o Nilson e o Nivaldo. Em Piraju mora a Luciane e em Ourinhos mora a Fátima.

P/1 - E você se recorda de alguma coisa da sua infância, alguma coisa que te marcos?

R - Tipo, assim?

P/2 - Como era? A senhora morava onde? No sítio, na cidade?

R - Não, eu sempre morei na Vila 80.

P/2 - Na Vila 80?

R - Isso. É o outro lado da cidade.

P/2 - Mas é cidade.

R - É cidade, aqui, Santa Cruz.

P/2 - É cidade, em Santa Cruz.

R - É Santa Cruz.

P/2 - A senhora sabe como é...

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