O Dízimo

DÍZIMOS

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Ml 3.10, 11 e 12

O Dízimo foi instituído por Deus aos judeus que viviam sob o domínio da Lei. É certo que o Senhor Jesus reconhecia a autoridade desta Lei, era judeu e nascido sob a Lei ("Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei," Gl 4.4), com a missão de cumpri-la ("Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra." Mt 5.17,18). Jesus não determinou de forma direta que o dízimo seria uma obrigação aos participantes da Nova Aliança.

Eu nasci numa família cristã evangélica. E meu pai, Mateus, o filho mais novo de uma grande família teve duas irmãs que nao podiam ter filhos e ele, abençoado, com a minha mãe, Maria, tiveram dez, seis mulheres e quatro homens, entretanto criaram somente nove, um menino morreu ao nascer. Dessa "prole" sou a quinta e quando estava com dois aninhos e minha mãe estava grávida novamente, uma das minhas tias, Otacília, que não tinha filhos e era esposa do pastor da Assembléia de Deus, achando um exagero tantas crianças e, profetizando que viriam muitos outros, pediu ao meu pai "Mateus você bem que poderia me dar a Neide, eu gosto muito dela e sua mulher vai dá a luz novamente e logo virão outros e eu, nao tenho filhos" Minha mãe nao aceitou a idéia, mas como minha tia insistiu muito, resolveram que eu ficaria em casa dela até mamãe terminar o "resguardo", ou seja, eu ficaria um mês, mais ou menos.

Entretanto, um mês se passou e eu não voltei pra casa. Mamãe preocupada e já enciumada, foi tentar me levar de volta mas, nao conseguiu, pois minha tia fez um escândalo. A partir daí começou uma gerra entre as duas, todas as vezes que minha roupa era lavada e colocada ao sol, mamãe mandava alguém "roubá-las", para logo em seguida a tia ir correndo até meu pai choramingar.

Mau pai é uma pessoa perspicáz e pacífica, portanto logo encontrou uma solução que sabia, minha mãe nao iria reclamar, pois também é religiosa.

Chamou minha tia e falou "Otacília você pode levar a Neide para morar com voces mas, eu estou dando-a de "dízimo" para a nossa igreja".

E assim eu fui morar com a tia Otacília, uma pessoa maravilhosa que me ensinou tudo o que sei e me deu a base moral, cultural, religiosa, sentimental, etc, para uma vida inteira.

Hoje eu sou mãe, tenho duas filhas gêmeas de 24 anos, minha tia já partiu para a vida espiritual e vivo afastada da igreja, mas meus pais ainda vivem e nunca deixei de amá-los e sempre que tenho um tempinho vou à cidade deles visitá-los.