Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa,

Não ter medo de errar e não desistir nunca

Esta história contém:

Eu tive um professor que confundiu minha cabeça, mas da forma boa. Ele dava aula de filosofia e de história. Ele colocou tanta dúvida em minha cabeça, dúvidas boas, que ele se tornou inesquecível. Porque eu pensava, eu questionava. Eu lembro que me tornei uma chata, porque questionava tudo e todo mundo. A partir desse momento houve uma ruptura, porque me falavam alguma coisa e eu ficava: “será que é?”.

Meu pai trabalhava na Zona Cerealista. A Lux fez uma campanha: vinha um fardo com um pacote de sabonete e um romance dentro, desses bem água com açúcar. Lembro que meu pai trouxe um fardo de sabonete e em cada caixinha de sabonete vinha um romance. Como tinha estourado, eu peguei o primeiro romance para ler, devia ter uns doze, treze anos. Eu devorei aquele livro. Eu li o primeiro, gostei, abri todos os outros para ler e meu pai foi obrigado a ficar com os sabonetes, por conta da minha intromissão de rasgar embalagem. Depois não parei mais, eu li minha vida inteira. Eu acho que não tem um dia da minha vida que eu não leia. Por isso que os livros entraram na minha vida dessa forma tão forte.

Quando eu entrei na faculdade eu já era uma trintona. Foi um mundo de novidades para mim. Eu me achei ali; tinha uma professora que me incentivou muito a escrever, ela gostava muito da minha linha de escrita e me valorizava e apoiava muito. Lembro que um dos exercícios em sala ela falou: “Cris, você escreve tão bem. Tem um canal chamado Recanto das Letras; vai lá, começa a escrever, deixa as pessoas conhecerem seus textos”. E eu fiz isso e me espantei quando coloquei meu texto e teve trezentas leituras, eu falei: “Uau!”. Isso era gratificante. Aí passou um tempo, as pessoas me mandando mensagem: “Cris, escreve de novo”, e aí o texto tinha mil leituras; era fantástico.

Até que um dia uma amiga me procurou para fazer um livro. Estava fazendo o centenário que a família dela tinha vindo do Japão para o...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

P1- Eu queria que você se apresentasse, falando seu nome completo, a data e o seu local de nascimento.

R- Meu nome é Cristiane Donizete, eu sou de julho de 1971 e nasci em São Paulo, capital.

P1- Nasceu em São Paulo capital? E qual o nome dos seus pais?

R- É Maria Lurdes da Silva e meu pai é Sebastião Alves da Silva. Meu pai já falecido, minha mãe viva.

P1- Cristiane, me conta um pouco, o que você sabe da história da sua família, da origem da sua mãe, do seu pai, como que eles se conheceram?

R- Eu sei tudo, o que você quiser me perguntar, eu sei tudo. Eu sou apaixonada por histórias, viu? A minha mãe e meu pai se conheceram muito jovens, meu pai foi o primeiro namorado da minha mãe. Se casaram, eu sou filha única. Eles se casaram em 69, nasci um pouquinho depois e convivi muito pouco com meu pai. Meu pai morreu , eu tinha quatorze anos. Com minha mãe eu nunca me separei, vivemos muito próximas até hoje.

P1- E o que seus pais faziam? Qual era a atividade profissional deles?

R- Meu pai era motorista de caminhão, ele trabalhava em uma cerealista e minha mãe era doméstica. A minha mãe foi acho que a primeira mulher empreendedora que eu conheci, porque na atividade normal dela, ela trabalhava em casa de família, mas no final de semana ela alisava o cabelo das amigas. Na época a chapinha não era a chapinha que a gente conhece hoje, eram umas chapinhas que iam no fogo e alisava o cabelo das amigas como uma forma de ganhar um dinheiro a mais.

P1- E Cristiane, como seus pais se conheceram? Você falou que se conheceram ainda jovens, mas como é que foi?

R- A minha mãe trabalhava em uma casa de família que era perto de onde meu pai trabalhava, guardava o caminhão e minha mãe sonhava em ter a casa dela. A vida de uma empregada doméstica não é fácil. Ela perdeu a mãe muito cedo, com doze anos, e já foi encarar essa vida de trabalhar para outras famílias. E acabou dormindo no emprego, você não tem essa de ter o seu lar; você...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

O jornal à moda antiga
Vídeo Texto

Darci Callegari

O jornal à moda antiga
“Com o tempo você vai se transformando no mais velho
Vídeo Texto
De jornalismo cego não tem nada
Texto

José de Castro Silveira

De jornalismo cego não tem nada
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.