Morar em vila da periferia é sururu
(Mauro Leal)
Pelos quintais, excrementos e os mais variados maus-tratos em animais.
Na servidão, as fofocólatras, é um pé fora da porta
e o outro no fogão.
Cloriosvaldo, o morador da primeira espelunca,
fica se equilibrando num caco de cadeira com o umbigo para o sol, embebedando-se e queimando a chupeta do cão, e
só tem na cabeça assunto de vagaba e futebol.
O vizinho da segunda cachanga, o disc jockey Zebedeu,
no volume máximo dos fank com propostas indecorosas,
faz da mesa e da cadeira o acompanhamento,
promovendo um karaokê do terror.
O casal Florisbela e Belarmino, da terceira meia-água,
fica a queimar defumador fedido e batendo o tenebroso tambor,
no quarto muquifu é só fumeiro e cheirador; e
no último cafua , o bataclã das quengas.