Projeto Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Luciana Figueiredo Bastos
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 10 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB391
Transcrito por Viviane Cristina Pinto
P/1 - Vou pedir para que você comece dizendo seu nome completo, é a data de nascimento e também o local de nascimento
R - Meu nome é Luciana de Figueiredo Bastos, eu sou Macaense, nasci no dia 16 de novembro de 1993.
P/1 - Que ano você entrou na Petrobras, Luciana?
R - Em 1987 eu recebi uma ligação do meu pai, eu tava dando aula, pra dizer que eu havia passado na prova da Petrobras. Então foi assim, foi uma alegria muito grande por eu ser primeiro Macaense, né? E a Petrobras a pouco tempo na Bacia de Campos, e eu ter o privilégio de participar do quadro de funcionários dessa empresa de grande sucesso. Então daí pra frente foi só alegria, e muita história eu tenho pra contar.
P/1 - Luciana o que fez você fazer o concurso? Qual era, enfim, você sendo de Macaé já havia, a Bacia de Campos estava começando aqui né, como você mesma disse, você conhecia alguém que trabalhava? Quais eram os incentivos? O que te levou ao concurso?
R - Ai não posso falar, eu queria me separar (risos) do meu marido, ai eu falei, vou fazer o concurso, na verdade nova oportunidade. Porque a questão de ser professora, que eu adoro, amo, é, você trabalha muito, né? Pra ter um dinheiro bacana, então aconteceu oportunidade de fazer a prova e eu me interessei. Não tinha nenhum conhecido nenhum parente na Petrobras e parti para esse desafio. A minha história na Petrobras, assim, é bem interessante, eu comecei como auxiliar de escritório, em dois anos eu fiz uma prova interna, um concurso interno, passei pra ajudante administrativo, e com mais dois anos fiz outra prova interna que eu passei em primeiro lugar já para assistente administrativo, um cargo que geralmente as pessoas levavam 15 anos pra alcançar. Então assim,...
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Depoimento de Luciana Figueiredo Bastos
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 10 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB391
Transcrito por Viviane Cristina Pinto
P/1 - Vou pedir para que você comece dizendo seu nome completo, é a data de nascimento e também o local de nascimento
R - Meu nome é Luciana de Figueiredo Bastos, eu sou Macaense, nasci no dia 16 de novembro de 1993.
P/1 - Que ano você entrou na Petrobras, Luciana?
R - Em 1987 eu recebi uma ligação do meu pai, eu tava dando aula, pra dizer que eu havia passado na prova da Petrobras. Então foi assim, foi uma alegria muito grande por eu ser primeiro Macaense, né? E a Petrobras a pouco tempo na Bacia de Campos, e eu ter o privilégio de participar do quadro de funcionários dessa empresa de grande sucesso. Então daí pra frente foi só alegria, e muita história eu tenho pra contar.
P/1 - Luciana o que fez você fazer o concurso? Qual era, enfim, você sendo de Macaé já havia, a Bacia de Campos estava começando aqui né, como você mesma disse, você conhecia alguém que trabalhava? Quais eram os incentivos? O que te levou ao concurso?
R - Ai não posso falar, eu queria me separar (risos) do meu marido, ai eu falei, vou fazer o concurso, na verdade nova oportunidade. Porque a questão de ser professora, que eu adoro, amo, é, você trabalha muito, né? Pra ter um dinheiro bacana, então aconteceu oportunidade de fazer a prova e eu me interessei. Não tinha nenhum conhecido nenhum parente na Petrobras e parti para esse desafio. A minha história na Petrobras, assim, é bem interessante, eu comecei como auxiliar de escritório, em dois anos eu fiz uma prova interna, um concurso interno, passei pra ajudante administrativo, e com mais dois anos fiz outra prova interna que eu passei em primeiro lugar já para assistente administrativo, um cargo que geralmente as pessoas levavam 15 anos pra alcançar. Então assim, em cinco anos, eu já cheguei no topo da minha carreira administrativa, galgando ai vários níveis que eu consegui durante a minha carreira. Agora, em 2007, eu fui reenquadrada pra Técnico Ambiental, um sonho né? Um novo plano de cargos e salários, um sonho que eu tinha. Eu já trabalhava na área ambiental a cerca de oito anos, então foi bem gratificante, bem legal.
P/1 - Você se lembra do seu primeiro dia de trabalho?
R - (risos) Concerteza, concerteza. Eu ainda nova tinha um filhinho de cinco anos e uma recém-nascida de quatro meses, ainda amamentando. Então, aquele, aquela coisa do novo, do desafio que vem pela frente, aonde eu vou ficar? Quem serão meus colegas? Eu lembro perfeitamente das pessoas, de tudo, de tudo, não tem como esquecer, né?
P/1 - Como que era, é, como eram as instalações da Petrobras, no momento em que você entrou?
R - (risos) Muito engraçado né? Porque o computador havia chegado, a máquina eletrônica, que era o que mais a gente trabalha, era o sucesso. Aqueles computadores chegando, antigos, enormes, impressoras enormes, com abafadores de ruído, sabe? Uma coisa que a gente hoje em dia, uma coisa bem arcaica que a gente nem imagina, né? Então, super diferente do que é hoje, do que vem a ser hoje.
P/1 - O local de trabalho era em Embetiba?
R - É, eu trabalhei 18 anos na UNBC, e tem dois anos que eu sou da US-SUB daqui da unidade de serviços submarinos.
P/1 - Luciana, ao longo desses tantos anos, né? Mais de 20 anos, qual foi o seu maior desafio dentro da Petrobras?
R - Acho que o meu maior desafio, eu passei por uma série de desafios, porque as coisas sempre foram bem difíceis pra mim, sabe? Eu sempre tive que correr muito atrás das coisas. Então as minhas conquistas, é diferente de hoje, que você é treinada, você é habilitada. Então eu sempre tive que correr atrás de aprender, tá? Então a minha, os meus 20 anos de Petrobras foi assim. Agora, o que eu mais, eu sou fascinada. Eu coordenei o Projeto de recifes artificiais, né? Que ficou comigo, na minha coordenação sob cinco anos. Então uma área de pesquisa de alta tecnologia, uma coisa nova aqui no Brasil. Foi o primeiro recife artificial licenciado pelo Órgão Ambiental, né? Então assim, foi um desafio muito grande em estar próximo ao Órgão Ambiental pra ver o resultado daquela pesquisa, ao lado também da UFRJ, né? Que é uma Faculdade aí super elogiada, de alta tecnologia. Estar como pesquisadores e na verdade eu não tinha o conhecimento ambiental. Então tive que correr atrás da minha Pós-graduação e do meu mestrado. Então isso foi muito legal pra mim, sabe? Eu acho que essa foi a minha história de sucesso na Companhia. No nível médio e tive a oportunidade de galgar aí mestrado e tudo mais e rumo ao doutorado né, porque eu não parei não.
P/1 - Você pode falar um pouco mais desse projeto Luciana? Onde ele aconteceu? Como foi? Que ano foi?
R - Em 2001, porque sempre houve a necessidade da gente melhor trabalhar a comunidade pesqueira. Então, qual seria o projeto pra gente oferecer pra essa comunidade? E aí a gente partiu pra conhecer o projeto de recife artificiais, que havia em Natal, Só que uma estrutura completamente diferente. Porque lá o pessoal trabalhou com concreto. E nós não, agente foi ao Parque de Tubos fazer uma pesquisa, dos materiais que estavam disponíveis, né? Então, nós trabalhamos é com tubos de aço, estruturas metálicas e fizemos várias formas: prismas, pirâmides, é, cubo, até mesmo para verificar na pesquisa o que agregava mais? O que que era melhor lá no fundo do mar. Uma série de coisas que a gente tinha que viabilizar na pesquisa, por ser uma coisa nova. Então é várias coisas foram feitas nesse período, como reuniões com os pescadores, porque também a gente tinha que oferecer uma coisa que fosse bacana pra eles. Pra gente tentar minimizar esse conflito pelo espaço oceânico, que é complicado. Então assim, eu tenho um carinho, eu adoro trabalhar com comunidade, com gente, né? O retorno foi muito positivo e eu até trouxe um pequeno trechinho do vídeo, onde o IBAMA parabeniza a Petrobras, por essa iniciativa, e que poxa, legal de eu ter fazido parte disso, ter feito parte disso e o retorno que a gente vê é bem positivo. A comunidade pesqueira contente, várias localidades querendo esse projeto. Um retorno bem legal também foi porque a partir desse projeto houve uma instrução normativa do IBAMA pra outras entidades, poderem fazer o projeto, mas seguindo uma receita de bolo. Então quer dizer, o nosso projeto, nosso Petrobras né? É, serviu de rumo, pra que orientasse outros empreendedores a também instalar recifes artificiais na costa brasileira. O nosso fica ali em Rio das Ostras, a mais ou menos uns cinco quilômetros da costa. Uma área de aproximadamente 64.000 metros quadrados.
P/1 - E o projeto? Ele foi concluído em que ano?
R - Foi concluído em 2004, mas ainda em fase de monitoramento. E assim, bem legal, a última imagem que eu vi, que mesmo tendo saído do projeto, eu sempre entro em contato com o pessoal, né? É, tubarão baleia, muito lindo, grandão, passeando ali no recife artificial. E isso é bem positivo porque a gente vê o ciclo de vida. Então quer dizer, tem peixe crescendo, tá aumentando a quantidade, o pescador, né, tem algumas regras pra se pescar. Porque nunca passar com uma rede de arrasto, né? Então sempre quando eu to na comunidade de pesca eu vejo o carinho que eles tem por mim, de ter feito, colocado uma sementinha, né? Então isso é muito bacana.
P/1 – Essa consciência ambiental em termos empresariais ela é bastante recente, não só na Petrobras, mas enfim em qualquer empresa eu diria no Brasil e no mundo também ,ela não conta de muitos anos, né? Então eu tenho a impressão que a, você começou a participar disso na Petrobras num momento bastante precursor. To certa?
R - Ah, concerteza, concerteza. E isso é gratificante, né? Porque você trabalhar o desconhecido é um desafio. E as pessoas que estavam envolvidas, a gente, além do IBAMA, a gente contou com a UFRJ e com o pessoal também do IAPM, que é um centro de pesquisas da Marinha, que fica lá em Arraial do Cabo. Então você imagina trabalhar uma coisa nova, só com a galera top de linha. A gente só tem que aprender e melhorar, né? E foi aí que também um gancho que eu fui apresentar esse projeto na Rio Oil&gas 2004, e que eu fiquei, eu acho que esse foi o maior reconhecimento da minha vida. E que, na, num auditório, um auditório enorme, cheio de gente, lotado, né? uma feira internacional, eu fui apresentar um trabalho e na hora do resultado, meu nome foi chamado lá na frente como melhor trabalho na área de responsabilidade sócio-ambiental. Então ganhou a menção honrosa, foi assim tudo de bom.
P/1 - Perdão, qual o nome do? É Rio?
R - Rio Oil&gas, que fica no Rio centro, no Rio de Janeiro. De dois em dois anos tem essa feira. E a feira é gigantesca, é enorme. Então assim, imagina, mais de mil trabalhos, euzinha, né? Ter a oportunidade de receber das mãos do Presidente do IBP Doutor João Carlos de Luca, né? Uma menção honrosa de um trabalho, né, que eu encabecei e que foi o melhor na minha área. Então isso aí, parece que foi ontem e concerteza vai ser pro resto da vida.
P/1 - A gente conversa sobre desafio, mas por outro lado qual foi a maior dificuldade desses anos todos?
R - Ai,são tantas, né? Porque, desafio, o que vem atrás? É a dificuldade, né? Mas, na verdade eu acho que entre as coisas boas e ruins, são muito mais coisas boas, sabe? E tem história aqui pra gente contar pra mais de duas horas. Então a minha vida na Petrobras, como dizem os meus filhos, foi de sucesso. Não tem como, não tem nada que eu possa colocar de ruim, de dificuldade. A dificuldade foi essa, eu ter que correr atrás pra aprender as coisas, pra conduzir bacana, né? Um projeto diferente, novo. Agora não foi ruim, foi bom porque a dificuldade também vem fazer com que a gente cresça. Então, eu não tenho nada, tenho até, muito pelo contrário, agradecer a Petrobras, né? Eu tenho três filhos, eu dependo da Petrobras pra construir a minha vida. Tenho aí um filhão de 26, outra de 21, outro de 18 e graças a Deus todos na faculdade, todos encaminhados. Isso foi fruto de que? Da Petrobras?
P/1 - Você, que além de trabalhar na Petrobras e ter visto né, de perto o crescimento da Bacia de Campos, é nascida e criada em Macaé. Fala um pouco pra gente sobre essa relação. Tanto do crescimento da Bacia de Campos e a cidade.
R - Aham. É eu acho que assim, como todo lugar, não ta muito preparado pra esse crescimento. Então Macaé sofreu um crescimento muito desordenado, né? Varias coisas que a gente não tinha aqui, começou a aparecer. E na época né, a gente ficou meio chateada com a vinda da Petrobras. A nossa praia em Imbetiba, de repente foram crescendo aqueles pires, aquelas coisas. Pô isso impacta? O que que vem? Quem vai chegar, né? Chegaram várias pessoas esquisitas, que não eram do nosso, né? Como em todo lugar. É a prostituição, é o alcoolismo, né? É, as moradias desordenadas que chegam, vão invadindo certos locais, né? E a cidade, na verdade, não tinha infra-estrutura pra isso, e infelizmente também, o nosso poder público, não acompanhou. Porque, poxa, a Petrobras tem trinta anos, trinta e alguma coisinha em Macaé, já poderia, a gente ta mais engajado nisso aí. Acompanhando o crescimento, entendeu? Então, que pena.
P/1 – E o crescimento da Petrobras? O crescimento físico mesmo, em termos de prédios. Conta um pouco pra gente como que foi essa história.
R - Bem
P/1 - Você pegou bem no comecinho, né?
R - O crescimento rápido, né? A gente, eu sou da época que só tinha o prédio na Embetiba, né? Pouquíssimos prédios na Embetiba. E de repente, se hoje a gente der uma olhada no universo, a gente tem Petrobras espalhada em toda Macaé, né? Então oportunidade de emprego, bem legal, né? Tanto para as pessoas da cidade quanto pras pessoas de fora, né? Aumenta aí comércio, geração de emprego, um monte de coisa que vem, né? Então assim, hoje é espantoso porque, antigamente a gente passava, oi, oi, oi. E hoje a gente não tem mais isso, né? As pessoas são diferentes. Toda hora tem uma carinha nova. Mas é bom, eu gosto. (risos)
P/1 - (risos) Luciana, você falou da, da coisa, né, da visão, ainda da visão de fora, da coisa de gente esquisita. E você me fala também da multiplicidade de pessoas, né? E eu te pergunto: Como é trabalhar com gente vinda de toda parte do Brasil e até de fora do Brasil, né? Como é que é esse cotidiano de tanta, tantos sotaques diferentes? Isso deve gerar muita história, né?
R - Essa é uma contribuição legal, né? Porque você vê, costumes diferentes, pessoas diferentes, né? Então as contribuições são das mais variadas e eu acho que isso é um ganho. Porque a Petrobras é feita de gente, de gente de tudo que é lugar. Então isso só faz o que? Crescer. Então não me incomoda, eu acho bem bacana, bem legal.
P/1 - E tem uma coisa que você lembra de ter aprendido nessa troca cultural, enfim, alguma coisa específica que você se recorda? Que tenha sido conseqüência desse contato com pessoas tão diferentes? Ou alguma outra história inusitada que tenha sido fruto disso?
R - Bem a gente sempre quando ouve, eu pelo menos sou assim, né? Quando eu ouço as pessoas, né? A gente sempre tem que tirar um proveito. Então a gente sempre tem um ganho, né? Alguém que venha de uma determinada empresa, privada, lá do Sul. Ah lá a gente fazia assim, assim, assado, né? A condução era dessa maneira. Então eu acho que isso agrega, sabe? Então toda as contribuições que eu tive, de pessoas vindas de fora foram sempre muito bem vindas, sabe? Fizeram eu crescer.
P/1 - Você se identifica com a palavra petroleiro, ou com a palavra petroleira?
R - Ah, eu tenho maior orgulho. Eu tenho maior orgulho.
P/1 - Você se sente petroleira?
R - Eu me sinto.
P/1 - O que é ser petroleira?
R - É gostar do que faz, fazer com garra, fazer bacana, né? Ser diferente, tem que ser, sucesso. Eu acho que é isso. Ser petroleira é isso.
P/1 - Como você vê a Bacia de Campos no futuro? Quais são as prospecções aí de Bacia de Campos?
R - Bem, altas tecnologias, né? Então a gente acha que apesar da Bacia de Campos ser um campo maduro. Aqui muita coisa tem por aí, né? Hoje o pessoal tá muito de olho lá no Pré-sal, um campo novo, tal, mas a Bacia de Campos ainda tá, tá no topo de linha. Tem muita coisa pela frente. Tecnologias, de vez em quando a gente houve por aí "Ah, é, produzido em lâmina d'água". Gente eu sou de lâmina d’água de duzentos metros. Hoje o pessoal tá quase dois mil metros. Eu sou da época dos quinhentos mil barris, que a gente recebeu o Barbosa Lima Sobrinho, em Macaé, que eu também trabalhei oito anos na área de comunicação, eventos também, tive a oportunidade de realizar. Então quer dizer, você esse ganho, essa grandiosidade, então é super bacana tá nesse bolo da Bacia de Campos. Eu acho que tem muito a dar ainda, sabe?
P/1 - E por falar nessas fases de produções diferentes. Qual fase da produção da Bacia foi mais marcante pra você? Houve um momento que te marcou mais, em termos da própria produção, que você se lembra de ter comemorado mais, de ter vivenciado mais.
R - Acredito que os quinhentos mil barris. Foi inesquecível.
P/1 – Foi quando?
R - O ano exatamente eu não me lembro, mas assim, ainda não era tão grande a Petrobras, sabe? Uma festinha que a gente fez, com presenças marcantes e por ser de repente a primeira festa, aquilo ficou bem marcado pra mim, sabe? A presença de autoridades, então aquela coisa "Puxa Petrobras, quinhentos mil barris". Hoje a gente já está auto-suficiente e por ai vai. Ah, tem muita coisa que marcou, muita coisa.
P/1 - Foi nesse momento que você percebeu que a Bacia de Campos tinha dado certo, Luciana?
R - Acho que a Bacia de Campos deu certo desde a época que chegou, entendeu? Porque Macaé, uma cidadezinha pequena, que vivia da agropecuária e da pesca, de repente deu aquele boom na cidade. E você como a Petrobras contribuiu para o crescimento. Então começamos numa Embitiba, hoje é um espaço gigantesco, a gente tem, nem sei a quantidade pessoas em Macaé, com várias áreas, com várias oportunidades diferentes. Então eu acho sim, chegou pra dar certo.
P/1 - Eu perguntei do futuro da Bacia de Campos, e agora, especificamente em relação à sua área, o que você acha que a sua área pode ainda contribuir mais, e mais, e mais nesse futuro da Bacia de Campos?
R - E minha filha, minha área é de crescimento. Eu trabalho na área de licenciamento ambiental, então, com essas novas demandas, a gente tá simplesmente bombando quando se fala de novos empreendimentos. Então novos empreendimentos precisam ser licenciados, junto ao órgão ambiental competente, ou IBAMA, ou FEEMA, ou órgão da área. Trabalho não falta. Eu já estou até pensando como é que a gente vai fazer. Porque vai ter que ter uma equipe muito grande. Trabalho aí não vai faltar, graças a Deus.
P/1 - Você diria que é uma das áreas hoje em plena expansão dentro da Petrobras?
R - Concerteza. A área ambiental está crescendo muito. Quando eu cheguei aqui na USSU (?) era uma pessoa, tá? Há dois anos atrás, uma pessoa que cuidava de meio ambiente, hoje somos em cinco e a gente tá vendo com essa expansão, a gente já tem que verificar a melhor estratégia pra atender essa demanda que vem por aí. Então que bom, né? Eu adoro.
P/1 - Há alguma coisa que eu não tenha te perguntado que você queira falar Luciana? Algum projeto?
R - Assim, uma coisa que me fez crescer. O meu primeiro chefe na Petrobras, hoje ele é aposentado, da área de comunicação, Antônio Luiz Pinto de Beça (?). Esse cara fez eu aprender a ter confiança em mim. Eu com pouco tempo de companhia, na área de comunicação, ele falou assim "olha só, amanhã você vai fazer, conduzir um evento, assim, assado, pra essas determinadas pessoas, isso e aquilo" Aquilo pra mim, eu falei "Gente como? Eu acabei de entrar na companhia, eu nunca subi num palco, mas vou tentar". E aí, no dia seguinte, meu chefe estava sentado na primeira cadeira, eu falei "Bem é agora ou nunca, ou eu confio no meu potencial, ou vai tudo por água abaixo". E, ó, foi tudo de bom, porque deu tudo certo. Então ele me ensinou a não ter medo. Isso aí é uma coisa que a gente tem que enfrentar, eu fico até emocionada porque foi uma das coisas mais bacanas, né? Aprender a confiar em mim, no meu potencial.
P/1 - O que você achou de participar do projeto? Desse projeto cujo objetivo é conhecer a história da Petrobras na Bacia de Campos, por meio da memória de vocês, trabalhadores.
R - A Petrobras, ela tem que contar sua história, porque daqui a pouco as pessoas vão se aposentando e muita coisa fica perdida. Então eu acho de extrema importância o projeto memória pra resgatar essa nossa história. Que é uma história bonita. Se você for ouvir as peculiaridades, você monta livros e mais livros. Então, é um projeto bem bacana, que eu dou todo apoio, pra prosseguimento, pra gente, daqui a quem sabe cinqüenta anos, nossos netos "Puxa minha avó, puxa meu tio", isso é bacana. Por isso é que eu to aqui.
P/1 - Pra concluir de fato, você falou dos seus filhos, você falou de família agora. Você pretende influenciar os seus filhos, ou enfim, você já influenciou alguém a entrar na Petrobras? Pretende fazer isso?
R - Bem, meu filho já passou duas vezes na Petrobras, só não entrou porque ele ainda estava fazendo faculdade. A minha filha, ele da área, ele tá fazendo Geologia, concerteza se não for na Petrobras vai ser na área de petróleo. A minha filha é Bióloga, não sei nem porque que os dois foram pra área ambiental, né? E o meu pequeno de 18 anos, tá fazendo agora Ciências da Computação, que já disse também que vai fazer os programas pra nossa futura consultoria. Então, querendo ou não a gente influencia. Eles estão perto, tão vendo o crescimento da gente, as alegrias. Então, querendo ou não, eles tem um pezinho já na Petrobras.
P/1 - Tá ótimo, obrigada.
R – Valeu
FINAL DA ENTREVISTA
Dúvidas:
USSU (?)
pires (?)
Pressá (?)
Antônio Luiz Pinto de Beça (?)
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