Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 27 de julho de 2007

Lavadeira dos outros

Esta história contém:

Lavadeira dos outros

Vídeo

Não é porque eu já estou nessa idade que vou dizer: “Ah, eu já estou velha mesmo, eu vou morrer”, não. Pois agora que eu vou em frente, agora tenho juízo, tenho a minha memória, sei o que estou fazendo. Agora que eu vou caprichar, ser mais feliz. Tenho prazer todinho do que eu fiz. Ser mãe, ser avó, tudo é cria! Tenho uma felicidade muito chique, graças a Deus. Tem hora que estou lá em casa, eu rezo agradecendo a Deus: “Deus, obrigada desse trabalho todo que eu fiz!”. Só a leitura que foi pouca, né? Agora depois de velha eu estudo quando tenho tempo. Eu tenho uma professora boa para danar. Diz que eu sou certinha. Eu meus netos todos estudam.

Nasci em 15 de novembro de 1952 em uma fazenda chamada Quati, na cabeceira do córrego Marobá, Minas Gerais, a terra da fartura, jaca, cafezal, canavial, jaqueira. A escola era essa: colher café, moer cana, fazer farinha. Nós só somos em três irmãos, eu, a Maria da Paz e o Alvimar.. Esse irmão meu era pequeno, ele tinha que ir para a roça mais eu. Ali eu estava ajudando eles para aprender a plantar feijão, milho. Em uma plantação você vai plantando a manaíba daqui para cima, não pode colocar o olho para baixo que a raiz sai lá para cima, tem que virar. Então eu aprendi, né? Tudo é escola para a gente viver e trabalhar.

Canto desde criança. A gente ia olhar passarinho no brejo, acho que os passarinhos nem atacavam o arroz porque nós cantava demais. Eu e essa Maria, minha irmã. Tinha uma música de boiadeiro para tocar os bois no engenho para moer cana, até isso nós já fizemos. Achava bonito! Aprendi a cantar com os adultos. Meu pai mesmo cantava muita contra-dança, batuque: um com bumba, um com violão, outro com uma caixa, nesse tempo não tinha pandeiro, era um prato com um garfo, né, e ali formava um samba. Tudo isso nós ficava lá de longe assistindo, nós não ia para perto não. “Adeus terra rica, terra de pobre viver”, isso era meu pai que...

Continuar leitura

Dados de acervo

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Generosidade para garantir a empregabilidade de jovens vulneráveis
Vídeo Texto
O encantamento que a gente cria
Texto

Sérgio Capparelli

O encantamento que a gente cria
Uma vida repleta de histórias
Vídeo Texto

Luzia Renger Micheletti

Uma vida repleta de histórias
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.