Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Jorge Alexandre Gabriel Filho
Entrevistado por Tânia Coelho
Macaé, 6 de junho de 2008.
Realização Instituto Museu da Pessoa.net
Entrevista PETRO_CB372
P/1 – Você pode dizer o seu nome completo, a cidade de nascimento e a data?
R – Jorge Alexandre Gabriel Filho, eu nasci em 29 de dezembro de 1951, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.
P/1 – E qual é a sua formação? Qual foi o curso que você fez?
R – Eu tenho curso de administrador de empresa lá em Juiz de Fora. Quando entramos aqui na Petrobrás, nós tivemos a felicidade de no contrato ser, nós tivemos o MBA na área de gestão de negócios, que foi feito em parceria com a empresa contratante. Então nós fizemos esse MBA aqui mesmo, dentro da Petrobrás.
P/1 – Em que ano você entrou aqui na Petrobrás, pra que função e que função você tem hoje?
R – Nós entramos aqui em 2001, em maio de 2001. Entramos pra fazer um programa do PAN, que é o programa do orçamento anual, né, planejamento anual de negócios que se chamava e ainda chama até hoje. Mas entramos assessorando o gerente da TI. Só que depois que terminou, nos perguntou "olha, como você não está na área de programação, na área de análise, você não vai poder mais programar, a não ser que você se transfira pra área. Porque as coisas estão ganhando outros contornos, esse trabalho não vai ficar dentro da área aqui de ___________ de gerente". Aí eu preferir ficar na área administrativa, que é a minha formação, embora eu tenha trabalhado como analista, programador, do que partir pra área de análise e programação. Então eu continuei até hoje.
P/1 – Na área de TI?
R – Na área de TI mesmo, né?
P/1 – Que me parece que é uma área que tem os índices mais altos de mudança. Em qualquer empresa a área de TI cresce muito, a área de tecnologia. Na Petrobrás qual que é o dia a dia de alguém que trabalha com as mudanças...
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Depoimento de Jorge Alexandre Gabriel Filho
Entrevistado por Tânia Coelho
Macaé, 6 de junho de 2008.
Realização Instituto Museu da Pessoa.net
Entrevista PETRO_CB372
P/1 – Você pode dizer o seu nome completo, a cidade de nascimento e a data?
R – Jorge Alexandre Gabriel Filho, eu nasci em 29 de dezembro de 1951, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.
P/1 – E qual é a sua formação? Qual foi o curso que você fez?
R – Eu tenho curso de administrador de empresa lá em Juiz de Fora. Quando entramos aqui na Petrobrás, nós tivemos a felicidade de no contrato ser, nós tivemos o MBA na área de gestão de negócios, que foi feito em parceria com a empresa contratante. Então nós fizemos esse MBA aqui mesmo, dentro da Petrobrás.
P/1 – Em que ano você entrou aqui na Petrobrás, pra que função e que função você tem hoje?
R – Nós entramos aqui em 2001, em maio de 2001. Entramos pra fazer um programa do PAN, que é o programa do orçamento anual, né, planejamento anual de negócios que se chamava e ainda chama até hoje. Mas entramos assessorando o gerente da TI. Só que depois que terminou, nos perguntou "olha, como você não está na área de programação, na área de análise, você não vai poder mais programar, a não ser que você se transfira pra área. Porque as coisas estão ganhando outros contornos, esse trabalho não vai ficar dentro da área aqui de ___________ de gerente". Aí eu preferir ficar na área administrativa, que é a minha formação, embora eu tenha trabalhado como analista, programador, do que partir pra área de análise e programação. Então eu continuei até hoje.
P/1 – Na área de TI?
R – Na área de TI mesmo, né?
P/1 – Que me parece que é uma área que tem os índices mais altos de mudança. Em qualquer empresa a área de TI cresce muito, a área de tecnologia. Na Petrobrás qual que é o dia a dia de alguém que trabalha com as mudanças de TI? Que TI, independente de, muda o tempo todo.
R – Sim, na verdade no meu trabalho, internamente, trabalho com mudanças internas. Não com mudanças na área de tecnologia. Só uma, só uma coisa...
P/1 – Qual é a sua rotina?
R – Sim, são mudanças na área física. Nós vamos formar uma nova equipe, então essa equipe precisa de um local pra trabalhar, precisa de mesa, cadeira, um ambiente propício, ar-condicionado. Então o nosso trabalho é propiciar a essa nova equipa as condições físicas pra desenvolver bem as suas tarefas.
P/1 – Sempre na área administrativa então? Sempre medindo a estrutura...
R – Sim, a gente sempre trabalha junto às gerências, mas na área, proporcionando os recursos físicos para as pessoas desenvolverem as suas atividades, pra elas não terem que se preocupar com o ambiente. Porque já vão ter que se preocupar com programação, com análise e entender os clientes até. Então nós atendemos essas pessoas internamente pra eles terem as condições idéias de trabalho sem ter que se preocupar com isso.
P/1 – E nesse processo de trabalho, quais são os maiores entraves? O que é mais difícil? Que cresce muito, cê tem um pessoal...
R – Sim, sim, sem dúvida alguma. A Petrobrás, ela vem desenvolvendo muito forte a área de SMS, né? Então essas mudanças foram tendo que se ajustarem às novas normas da Petrobrás, que é a SMS. Então as coisas se tornaram um pouco mais morosas porque tem que ser analisado com mais calma cada caso. Porque a Petrobrás hoje busca excelência em todas as suas áreas, vamos dizer assim, minimizando os riscos ao máximo possível. E com isso todas as atividades voltadas pra mudanças têm que ser analisadas com muito critério, sabe? Então isso tornou-se um pouco mais moroso, mas não que seja um entrave ao trabalho, de forma alguma.
P/1 – Mas o desafio é tentar atender demandas com agilidade?
R – Sem dúvida alguma, é sempre pra ontem. Tanto é que até a nossa posição dentro da sala foi pensada. Que as pessoas estão passando ali, a gente já estar sabendo que elas estão buscando a gente. E a gente tem de tá disponível a todo tempo pra resolver o máximo possível, o mais rápido atender as pessoas nesse sentido.
P/1 – Você sente, que você saiu de Minas, né?
R – Sim, sim.
P/1 – De Juiz de Fora.
R – Juiz de Fora.
P/1 – Tem muito mineiro aqui junto? Você consegue se sentir em casa com os mineiros ou você sente... Como é que é essa mudança de estado? Ela dificulta, dá saudade...
R – Olha, eu acho que depende de cada um...
P/1 – Porque você não tá embarcado, é mais fácil.
R – Sim, sem dúvida. Com certeza, não tivemos oportunidade de embarcar. Com certeza... Na verdade, as pessoas, elas reagem de forma diferente. Quando eu vim pra cá, as pessoas me falaram assim: "Você sempre viveu em Juiz de Fora?". Eu falei "sim, trabalhei numa empresa que me obrigava a sair da cidade, mas à trabalho. Eu retornava pra minha base". E aqui foi a primeira experiência de sair do meu núcleo familiar, né? Então eu falei pra eles "oh, deixei muitos amigos". Eles falam "pô, mas você sente muita falta", "tudo bem, mas eu estou tendo oportunidade de fazer novos amigos". E não sei, né, as coisas vão encaminhando nesse sentido, o nosso trabalho hoje nos permite isso. Porque nós trabalhamos com toda a força de trabalho da TI-C, são mais de mil pessoas, né? Atendemos a todos eles. E em gestão de mudanças, até uma luz queimada ou um problema na rede, problema no ar-condicionado, isso tudo tá com a nossa equipe. Então nos proporcionou contato com muitas pessoas e fazer novos amigos nesse sentido, né, de forma que nós não tivemos essa dificuldade que as pessoas normalmente nos falavam que nós teríamos, absolutamente. Nós trabalhamos para o bem estar das pessoas, esse é o lema da nossa equipe. A nossa visão de trabalho é acabar com a Síndrome do Fantástico. A senhora conhece a Síndrome do Fantástico?
P/1 – Não.
R – A Síndrome do Fantástico: a senhora tá sentada na sua poltrona no domingo à noite, aí de repente aparece a Glória Maria e o outro lá com ela "está começando o Fantástico". "Pô, amanhã é segunda-feira? Puxa vida, tem que..." Então a nossa missão é acabar com a Síndrome do Fantástico (risos) pra que as pessoas cheguem na hora do Fantástico "puxa vida, que bom. Amanhã é segunda-feira, vou estar com meus amigos no trabalho". Então esse é o nosso trabalho, nós procuramos fazer isso através dessa nossa atividade.
P/1 – E vocês acabaram com a Síndrome do Fantástico?
R – Olha, minimizou. Minimizou muita coisa, sinceramente. Pelo menos naquilo que nós tivemos condições de fazer. Falar que acabou é bobagem, mas minimizou muita coisa.
P/1 – E qual é a maior demanda? Já que vocês lidam com o pessoal...
R – Nessa área, né?
P/1 – É, nessa área de administração...
R – Dos recursos físicos, né?
P/1 – O que mais incomoda as pessoas, o que mais elas pedem? É a cadeira ergonômica, é...
R – Olha, sem dúvida alguma, essa área aí... Embora TI, quando a gente chegou aqui em 2001, estavam sendo instaladas cadeiras ergonômicas, essas cadeiras ajustáveis, que a senhora ajusta os braços, o assento, o encosto, embora estivesse sendo colocado já em 2001, eu ajudei a distribuir essas cadeiras na área quando a gente chegou aqui, elas ainda querem melhorias além disso, sabe? É porque existem cadeiras e existem cadeiras, não é mesmo? Então tem sempre...
P/1 – E tem problemas de exercício repetitivo que as pessoas _______.
R – Tem. Com respeito a isso aí, a gente até participou, fomos pioneiros aqui na ginástica laboral. A gente foi o primeiro facilitador da ginástica laboral da TI, fomo nós, né?
P/1 – Nó ouvimos do (Ciro?).
R – Aqui, isso. E depois disso, nós ficamos dois anos fazendo, sendo facilitadores da ginástica. Nós fazemos aqui fora e depois lá no corredor, lá em cima. As pessoas ficavam meio acanhadas de fazer aqui fora com outras pessoas, né? Então depois disso foi feita uma pesquisa e as pessoas queriam uma academia. Mas aqui dentro, como? Era uma coisa impraticável. Aí o nosso coordenador na época pediu que a gente visse com as pessoas que estivessem afim com esse assunto, discutisse isso pra se apresentar uma solução, uma sugestão. Então foi apresentado o Projeto Saúde, que englobava a ginástica laboral, a contratação de ginástica laboral, massoterapia e nutricionista. E assim foi feito. Hoje nós temos a ginástica laboral em todas as áreas da TI-C. Aqui, ali no (EDIMA?), lá no (PIT?), lá no (TECOM?), ou lá no outro (TECOM?), no _______ dos engenheiros. E massoterapia também.
P/1 – Ou seja, é uma área da administração contemplada, mais preocupada com a saúde.
R – Com certeza, exatamente pra vir contrabalancear esse desgaste: a pessoa ficar sentada o dia inteiro no computador, que trazia, né, que chamava-se LER, depois passou a DORTE, mas é a mesma coisa. Então veio, além de ajudar muito o ambiente de trabalho. Porque os profissionais de ginástica laboral chegam, as pessoas já o conhecem, aí todo mundo já se levanta da sua cadeira. Então por dez minutinhos ali a gente faz aquele exercício, né? Tem uma certa, assim, descontração do ambiente. É muito bom, ajudou bastante o ambiente do trabalho.
P/1 – E esse retorno das pessoas, do que elas têm de benefício, ou no seu contato, no seu trabalho do dia a dia, tem alguma história marcante? Algum caso que você lembra?
R – Olha, eu fiz questão até de imprimir, sabe? Porque eu perguntei a aquele rapaz que fez as fotos ali qual era a finalidade. Ele falou "você vai contar algum caso interessante que ocorreu". Aí veio na minha memória, eu falei "puxa vida, eu vou até imprimir pra mostrar pra quem fizer a entrevista, pra ver que não é mentira". Uma gerência com mil empregados e o nosso gerente, até uma mulher esteve fazendo uma entrevista com ele aqui, o Leozinho, foi com um gerente que era da TI quando a gente chegou aqui. E a gente viu nele, assim, exemplo pra muita coisa e aprendeu muita coisa com ele, sabe? Sem dúvida alguma ajudou muito a todos aqui na sua mentalidade que ele aplicava como administrador, né? Então quando ele ia implantar uma nova idéia, uma nova norma da empresa, ele fazia um evento que era... Esqueci o nome do evento, mas foi de (ISMS?), em 2000 foi feito. Quando chegou em 2001, foi feito de Segurança, formação. Em 2002, o nosso coordenador, sugeriu ele que esse evento se tornasse em vez de uma competição pra divulgar, que fosse mais de integração, onde surgiu o ENERGIA TI. O ENERGIA TI foi um dia onde metade da equipe, da força de trabalho, se retirava para um ambiente determinado e a outra metade à tarde. Então, o que era isso? As pessoas iam com os seus dons: um cantava, ia o conjunto, né, apresentavam danças. Então isso foi feito em 2002, 2003, até o ano de 2006 foi feito isso. Mas na primeira versão desse evento, quando terminou, né, a primeira sessão ali, nós estávamos ali e todo mundo apresentou, assim, com aquela vontade, com aquela garra o seu potencial, aquela sua... Então ficou aquela coisa "ah, pô, vai encerrar?". Aí eu cheguei pro coordenador e falei: "Puxa, você poderia me dá licença um minutinho, só pra mim chegar lá na frente e falar alguma coisa?". Aí ele falou assim, achando que talvez fossem delongas e tudo mais e falou "mas não demora não, coisa rápida". Eu falei "tudo bem", aí subi no palco, foi ali no Clube Fluminense. Lá no centro tem um rebaixamento, uma roda grande, né, um assoalho rebaixado. Eu pedi a todos que descessem, fossem, toda a equipe foi pra força de trabalho. Aí nós que fizemos aquele comentário, falamos "agora nós temos de pegar essa energia e fazer aquela troca, aquele abraço único aqui". Ah, mas foi aquela coisa, sabe? Esfuziante, foi incontrolável, as pessoas se abraçando. Esse foi um momento que marcou pra mim porque uma equipe com mil pessoas dentro da Petrobrás, uma empresa grande, uma corporação enorme e você conseguir aquele ambiente. Quer dizer, era fruto do trabalho do gerente, né, que todos ali estávamos tirando proveito, tirando proveito pra integração. E o objetivo daquele ano era a integração da equipe de responsabilidade social. Tanto é que arrecadou bastante coisas das pessoas pra ser distribuído e depois foi feito isso em entidades aqui em Macaé, Rio das Ostras.
P/1 – E aí você tem essa foto.
R – É, trouxe pra mostrar que o negócio era verdade mesmo (riso).
P/1 – Muita obrigada, Gabriel.
R – Inclusive trouxe uma foto do próprio, você vai ver, tem destaque, é a própria foto do gerente, que estava no meio aí.
P/1 – Eu vou pegar depois essa foto pra gente scaniar. Muito obrigada.
R – Tá bom.
P/1 – Tem alguma outra coisa que você queira falar, que era importante e a gente não tenha perguntado?
R – Olha, a gente percebe na TI um certo pioneirismo quanto ao ambiente de trabalho, sabe? É isso que a gente gostaria que ficasse marcado.
P/1 – E esse projeto de memória, você acha que é um projeto contributivo?
R – Eu acho que tem que contribuir, com certeza, pra esse objetivo, entre outras coisas, né?
P/1 – Muito obrigada.
R – Eu que agradeço, Tânia.
P/1 – Ficamos então por aqui.
FIM DA TRANSCRIÇÃO
DÚVIDAS
(Ciro?)
(EDIMA?)
(PIT?)
(TECOM?)
(ISMS?)
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