Olha eu aqui mais uma vez, relatando um caso sobre o Grupo Escolar Matilde, localizado na antiga rua Anita, onde estudei nos anos 1970. Se isto não fizer esta escola famosa…
Não sei escrever tão bem como um sem número de colaboradores que fazem este site. Contudo, parece que estou pegando o gosto pela escrita e, na verdade, me faz um bem danado lembrar de São Paulo, estando aqui nos EUA, tão de longe de meus familiares e amigos. Assim sendo, peço licença aos escritores mais experientes para poder relatar mais um momento vivido no agora – penso – famoso Grupo Escolar Matilde Macedo Soares, localizado no meu querido Bairro do Limão.
Na quinta série do antigo ginásio havia uma professora de música, chamada Cristina, que pediu às classes que compusessem uma música que concorreria para ser o hino oficial da escola. Lembro-me que nos reunimos e começamos a cantarolar e escrever as possíveis líricas para esta homenagem. A verdade era que nossa classe estava destituída de alguém com dotes musicais suficientes para tal tarefa. Palpites atrás de palpites, rascunhos e mais rascunhos, rimas e mais rimas e… Nada
Depois de gastarmos nossos neurônios para criarmos uma música inédita, alguém teve a “brilhante” idéia de utilizarmos uma música já existente e reescrevermos a letra enaltecendo a escola. Que bom que na época não conhecíamos a palavra “plagiar” nem seu significado. Para nós era só um empréstimo.
Assim sendo, livres de qualquer culpa, a pergunta agora era: qual a música que serviria para esse intento? Finalmente chegamos à conclusão: utilizar a melodia de uma das músicas compostas pelos "Originais do Samba", grupo famoso na época e que todos conheciam. A música escolhida era chamada “Do lado direito da rua Direita”, lembram? Espero que todos conheçam, pois senão minha história vai ficar sem pé nem cabeça daqui pra diante
Enfim, reescrevemos a letra utilizando a tal melodia. Tentem imaginar ou cantar o...
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Olha eu aqui mais uma vez, relatando um caso sobre o Grupo Escolar Matilde, localizado na antiga rua Anita, onde estudei nos anos 1970. Se isto não fizer esta escola famosa…
Não sei escrever tão bem como um sem número de colaboradores que fazem este site. Contudo, parece que estou pegando o gosto pela escrita e, na verdade, me faz um bem danado lembrar de São Paulo, estando aqui nos EUA, tão de longe de meus familiares e amigos. Assim sendo, peço licença aos escritores mais experientes para poder relatar mais um momento vivido no agora – penso – famoso Grupo Escolar Matilde Macedo Soares, localizado no meu querido Bairro do Limão.
Na quinta série do antigo ginásio havia uma professora de música, chamada Cristina, que pediu às classes que compusessem uma música que concorreria para ser o hino oficial da escola. Lembro-me que nos reunimos e começamos a cantarolar e escrever as possíveis líricas para esta homenagem. A verdade era que nossa classe estava destituída de alguém com dotes musicais suficientes para tal tarefa. Palpites atrás de palpites, rascunhos e mais rascunhos, rimas e mais rimas e… Nada
Depois de gastarmos nossos neurônios para criarmos uma música inédita, alguém teve a “brilhante” idéia de utilizarmos uma música já existente e reescrevermos a letra enaltecendo a escola. Que bom que na época não conhecíamos a palavra “plagiar” nem seu significado. Para nós era só um empréstimo.
Assim sendo, livres de qualquer culpa, a pergunta agora era: qual a música que serviria para esse intento? Finalmente chegamos à conclusão: utilizar a melodia de uma das músicas compostas pelos "Originais do Samba", grupo famoso na época e que todos conheciam. A música escolhida era chamada “Do lado direito da rua Direita”, lembram? Espero que todos conheçam, pois senão minha história vai ficar sem pé nem cabeça daqui pra diante
Enfim, reescrevemos a letra utilizando a tal melodia. Tentem imaginar ou cantar o hino que a minha classe compôs usando a melodia da música. Aqui está nossa “fabulosa” letra, com só uma estrofe:
Do lado direito da rua Anita
Olhando os muros coloridos eu o vi,
Mas quando quis me aproximar não tive jeito,
Pois a crianças todas acabavam de sair.
E cada criança que saía,
Olhava pra mim e dizia:
Por que não vem com a gente aprender.
E no Matilde eu vim, para aprender a viver (Bis)
Quando cantamos a nossa música, orgulhosos do nosso feito, a nossa professora, estupefata, ficou furiosa e disse que aquilo não era uma homenagem digna da escola e que foi uma brincadeira de muito mau gosto.
Como “castigo” para classe toda, não tivemos pontos extras pelo projeto, não pudemos concorrer com as outras classes e além do mais, estávamos proibidos de cantar aquela música em público. Adivinhem...
Lógico que ficou sendo a mais popular entre nós. Adorávamos cantá-la. Tanto é que me lembro até hoje.
Mas e o hino da escola? Não me lembro. Ficou perdido no tempo e no espaço.
(Depoimento de outubro de 2008)
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