Nascimento/nome Nasci na Rua do Hospício no Recife, Pernambuco. Pelo nome, Rua do Hospício, não era bem uma origem promissora. Meu pai e a minha mãe eram pernambucanas, meu pai, Francisco Cintra Lima e a minha mãe Joana da Cruz Barbosa Lima. O meu avô materno, Joaquim Barbosa Lima, foi um magistrado do Império. Ele teve filhos em vários estados, de acordo com o estado em que ele exercia a magistratura. Mas aconteceu que a minha mãe nasceu em Pernambuco porque ele foi também diretor de um colégio em Pernambuco. Depois foi juiz de direito em vários lugares do Brasil, sobretudo em Lavras, Minas Gerais e em Juiz de Fora, onde deixou ruas marcadas com o nome dele, pelos benefícios que causou nesses locais. Origem do nomeO meu nome deve-se a admiração que o meu pai tinha pela figura do velho Barbosa Lima. Ele quis que eu me chamasse Alexandre José Barbosa Lima, o nome de meu tio. Meu tio, Alexandre Barbosa Lima, foi diplomata e deputado por cinco circunscrições eleitorais diferentes. Era general do exército, foi professor da Escola Militar do Ceará e depois ingressou na vida pública, primeiro como deputado pelo Ceará depois como deputado por Pernambuco e por fim como deputado pelo Rio Grande do Sul, que era um grande amigo do Júlio de Castilhos. E depois pelo Distrito Federal, capital da República que o elegeu duas vezes deputado federal. No fim da vida ele foi eleito senador pelo Amazonas. De modo que foi um vida pública toda ela orientada pela defesa do interesse público. E esse exemplo me valeu muito porque eu tinha tido com o mesmo nome o exemplo de um grande republicano que sempre procurara servir à república. Família Eu tenho uma irmã mais velha do que eu, depois seis irmãos, dois homens e quatro mulheres. Infância Lembro de pouca coisa porque afinal de contas o tempo passou e eu não tive nada de marcado na minha infância. Agora, eu quando muito eu me lembro de um velocípede recebi quando criança. No mais......
Continuar leituraNascimento/nome Nasci na Rua do Hospício no Recife, Pernambuco. Pelo nome, Rua do Hospício, não era bem uma origem promissora. Meu pai e a minha mãe eram pernambucanas, meu pai, Francisco Cintra Lima e a minha mãe Joana da Cruz Barbosa Lima. O meu avô materno, Joaquim Barbosa Lima, foi um magistrado do Império. Ele teve filhos em vários estados, de acordo com o estado em que ele exercia a magistratura. Mas aconteceu que a minha mãe nasceu em Pernambuco porque ele foi também diretor de um colégio em Pernambuco. Depois foi juiz de direito em vários lugares do Brasil, sobretudo em Lavras, Minas Gerais e em Juiz de Fora, onde deixou ruas marcadas com o nome dele, pelos benefícios que causou nesses locais. Origem do nomeO meu nome deve-se a admiração que o meu pai tinha pela figura do velho Barbosa Lima. Ele quis que eu me chamasse Alexandre José Barbosa Lima, o nome de meu tio. Meu tio, Alexandre Barbosa Lima, foi diplomata e deputado por cinco circunscrições eleitorais diferentes. Era general do exército, foi professor da Escola Militar do Ceará e depois ingressou na vida pública, primeiro como deputado pelo Ceará depois como deputado por Pernambuco e por fim como deputado pelo Rio Grande do Sul, que era um grande amigo do Júlio de Castilhos. E depois pelo Distrito Federal, capital da República que o elegeu duas vezes deputado federal. No fim da vida ele foi eleito senador pelo Amazonas. De modo que foi um vida pública toda ela orientada pela defesa do interesse público. E esse exemplo me valeu muito porque eu tinha tido com o mesmo nome o exemplo de um grande republicano que sempre procurara servir à república. Família Eu tenho uma irmã mais velha do que eu, depois seis irmãos, dois homens e quatro mulheres. Infância Lembro de pouca coisa porque afinal de contas o tempo passou e eu não tive nada de marcado na minha infância. Agora, eu quando muito eu me lembro de um velocípede recebi quando criança. No mais... Me lembro bem, de minha mãe, muito da minha mãe creio que é uma criatura extraordinária. Esporte Eu gostava imensamente de esportes. Sempre gostei muito de futebol. Fundei um clube de futebol com os meus amigos em Olinda, o Corínthians Olindense, porque o Corínthias estava entrando em grande voga na Inglaterra. Não era esse Corinthians de S. Paulo, não. Depois fui remador do Clube Náutico Capibaribe. Consegui com um construtor lá de Olinda, material para fazer uma jangada, é Uma jangada pequena, tinha 3, 4 metros de comprimento provavelmente. Só dava para um remador que se sentava na jangada e com um remo de duas partes ia navegando nos mares de Olinda e percorrendo todas aquelas praias dos Milagres até o Farol. Até hoje faço ginástica. A única ginástica que eu faço é uma bicicleta. Tenho uma bicicleta (ergométrica) Olinda Eu gostava muito de Olinda. A praia me dava um prazer infinito, não só de andar pela praia e percorrer aquelas grandes estações como também para nadar. Eu nadava muito. Nadava em várias praias, no Milagres, no Farol, no Carmo. Minha casa ficava perto do Carmo. Eu tinha mania de andar à pé, eu gostava muito de fazer excursões. Uma vez fui de Olinda a Goianá, cerca de 10 léguas à pé. Fui num dia só. Eu tinha conseguido concordância de vários companheiros, mas no dia em que nós íamos partir só um apareceu: foi o Múcio Leão, meu futuro companheiro da Academia Brasileira de Letras. Educação Estudei em Olinda, no Instituto Ginasial Pernambuco do velho Cândido Duarte, um excelente educador. Depois fiz exame de admissão na Faculdade de Direito, fui aprovado e durante todo o curso de direito só tirei distinção. Eu era candidato a ser professor da Faculdade de Direito. Infelizmente na primeira cadeira que vagou eles, se valendo de um preceito da Lei Carlos Maximiliano, nomearam sem concurso um professor. E foi por isso que eu saí de Pernambuco e vim adotar a única profissão que me restava, que era o jornalismo. Jornal do Brasil Já no Rio de Janeiro como eu tinha relações com o Conde Pereira Carneiro e passei a ser redator do Jornal do Brasil. Desde 1921. O Jornal do Brasil principiava. Ele se popularizou com os pequenos anúncios e não gozava, nesta época, de um grande prestígio intelectual. Era considerado o jornal das cozinheiras por causa dos pequenos anúncios. Com o Conde Pereira Carneiro e a direção do professor Aníbal Freire ele se tornou um grande jornal. Meu primeiro trabalho no jornal foi uma entrevista com um médico que tinha vindo da Alemanha e me deu as notícias sobre as operações da face que estavam em grande êxito na Alemanha. Depois dessa entrevista, que foi publicada, passei a ser redator. Fui primeiro redator no Senado Federal. Depois passei a ser redator na Câmara dos Deputados e depois, com a morte do redator dos artigos de fundo, o Nuno de Andrade, passei a redator chefe com a responsabilidade dos artigos de fundo. Nesta época, tinha poucos repórteres, cada um fazia a sua própria reportagem que o jornal naturalmente publicava. Toda a reportagem cabia numa sala. O principal no jornal era o redator da Câmara e do Senado Federal porque trazia realmente todos os dias o noticiário tanto da Câmara como do Senado. Não cheguei a trabalhar em nenhuma dessa revistas, fiquei confinado no Jornal do Brasil até que em 1934 de certa maneira eu já não, já tinha de certa maneira me afastado do Jornal do Brasil porque tinha entrado o novo diretor com o qual eu não me entendia muito bem que era o Pires do Rio porque na verdade não chegou a ser um jornalista, foi mais um especialista do que um jornalista Eu nunca parei de escrever no jornal. Se você verificar os artigos assinados que eu escrevi no Jornal do Brasil, você chega a uma conta acima de 3 mil artigos. Eu os tenho colecionados aqui nos meus livros, não cheguei a reunir num volume. Eu já estava afastado do Jornal do Brasil desde 34, 36 mais ou menos eu me tornei apenas colaborador. A parte de redação eu deixei de lado e não vi nunca mais a exercer essa parte efetiva da redação do jornal. Agora continuei com a minha colaboração como jornalista. CensuraNo período ditatorial eu continuei a escrever e os meus artigos eram publicados, naturalmente sob a censura que o próprio governo estabelecia. Eu procurava quando muito driblar essa censura com um aspecto ou outro mas também não podia fugir totalmente a essa censura. Tive alguns artigos censurados mas eu sabia também como agia a censura e eu procurava artigos que a própria censura não vetasse. Mas de certa maneira era um jogo de habilidade política, em que eu não sacrificava os assuntos de que tratava porque também sabia lidar com a censura. A censura cortava os artigos mais veementes, então a gente tinha de procurar um meio termo que pudesse dizer a verdade sobre um tom que não desagradasse a censura mas que tudo fosse verdadeiro. Política De modo que aí em 34 eu entrei na vida política. Fui deputado por Pernambuco, primeiro. Depois com o governo passei a ser presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool. No governo de Getúlio Vargas, tenho aliás um relatório da minha atividade administrativa do Açúcar e do Álcool porque os problemas eram problemas de natureza econômica e foi uma fachada. Aqui a biblioteca foi toda planejada por mim com os espaços reservados para essas estantes que foram construídas também com as medidas que eu próprio indiquei. DeputadoEm 1934, fui eleito deputado federal por Pernambuco. Foi aí que eu entrei na vida política. Eu morava aqui mesmo no Rio, naquele tempo a lei eleitoral permitia a inscrição de candidatos a deputado federal que morassem fora do estado. E como pernambucano, de certa maneira me era agradável ser deputado pelo meu estado. E a lei eleitoral permitia, de modo que eu me inscrevi como eleitor em Pernambuco e fui deputado na primeira legislatura em Pernambuco. Voltei depois na Constituinte de 1946, voltei também como deputado em Pernambuco. Evidentemente, eu fazia campanha, participava de comício, percorria todo o estado. Em Pernambuco eu percorria todos os municípios de Pernambuco. Quando eu fui governador também eu tive o capricho de visitar todos os municípios de Pernambuco. Deputado 2 Interrompi um pouco a atividade de procurador para exercer um dos futuros mandatos que foi de 48 a 51. Se candidatei depois a senador por Pernambuco, não consegui a eleição porque tive como competidores José Meira Rodrigues e Pessoa de Queirós que era diretor do Jornal do Comércio de Pernambuco. E eu realmente, embora tendo tido uma boa votação não consegui a eleição. Mas também já estava na hora de me despedir da vida política porque a vida política exercida em Brasília não me seduzia tanto. Agora tive o capricho, só fui deputado por Pernambuco, eu podia tentar ser deputado para o Rio de Janeiro, tinha vários amigos e várias coisas, mas a minha fidelidade a Pernambuco é permanente. Governador Depois de ser deputado eu fui eleito governador, em 19--. Eu já conhecia bem o eleitorado de Pernambuco. De certa maneira como já tinha sido presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool, eu estava relacionado com a parte açucareira, conhecia as usinas de Pernambuco, os engenhos de Pernambuco. E como governador de estado eu fiz questão de percorrer todo o estado. A minha senhora, a Maria José se interessou muito pelas crianças em Recife. E criou mesmo uma campanha pernambucana para a infância que eu patrocinei. Aí ela tem uma dedicação extraordinária pelas crianças e me ajudou muito e concorreu para aumentar a minha popularidade no Recife. A minha popularidade no Recife também crescera com a própria campanha que eu sofrera porque eu fora eleito governador de Pernambuco com uma diferença pequena de 560 votos. Isso fazia com que o meu competidor procurasse através de questões eleitorais contestar o meu diploma, que eu recebi o diploma em Pernambuco e vim para o Tribunal Eleitoral defendê-lo. Durante um ano inteiro freqüentei o Tribunal Eleitoral defendendo o meu diploma, enquanto o meu competidor tinha quatro advogados na defesa da contestação dele, porque ele não foi diplomado, o diplomado fui eu. Depois de um ano eu consegui o diploma definitivo no Tribunal Superior Eleitoral e fui para Pernambuco assumir o cargo com o mandato de quatro anos que se reduzira a três por causa dessa contestação de um ano. Namoro e Casamento Eu não me casei cedo. Eu fui arrimo de família porque quando o meu pai morreu deixou a família desamparada de modo que eu, que tinha 25 anos, tive que assumir a responsabilidade de toda a família. De modo que por causa disso eu só pensei no casamento depois que eu tinha conseguido de certa maneira encaminhar as minhas irmãs, os meus irmãos para funções que eles passaram a exercer com grande interesse. Agora casei-me com uma paulista, Maria José Barbosa Lima, que tem sido uma companheira exemplar em toda a minha vida e que me acompanha ao longo dos 65 anos de casados. Conheci minha esposa numa estação de águas em Cambuquira. Ela foi com a mãe dela, D. Sílvia, como companhia para a mãe e foi para Cambuquira. Eu a conheci em 1928, simpatizei muito com ela mas eu não estava em condições de casar por causa da sobrecarga de família que eu tinha aqui no Rio. Eu sustentava a família trabalhando no jornal. Em 1930 eu tinha os meus amigos que me informavam, eles tinham sabido da minha simpatia pela Maria José e me avisaram em 30 de que ela tinha voltado com a mãe para a estação de águas em Cambuquira. Aí eu fui para Cambuquira e aí novamente nos aproximamos e daí começou tudo, o entendimento que aí acabou resultando em casamento. Então, eu fui a São Paulo pedi-la em casamento ao meu sogro Horácio que era dono de um cartório em São Paulo.Ele de começo relutou, mas a minha sogra tinha se tornado minha amiga e de certa maneira patrocinou a minha causa conseguindo também a conquista do meu sogro, que aliás acabou a vida como um dos grandes amigos que eu tive. Eu tinha conhecido em 28, e simpatizei muito com ela. Agora não me manifestei porque eu não estava em condições de casar, eu tinha sobrecarga da família e essa sobrecarga de família me impedia de constituir outra família. De modo que só em 30 quando ela voltou e eu de certa maneira Casei-me em 32 e ela veio morar no Rio, na casa do Leme. Tinham muitas casas ainda e era uma casa antiga, uma casa já onde deve ter se transformada num arranha-céu. Mas era uma casa interessante que tinha bons quartos e tinha fora uma possibilidade de ter uma garagem, em cima da garagem uma biblioteca. Sempre tive uma biblioteca. Porque essa casa aqui em Botafogo, foi construída por nós porque quando eu fui deputado juntei aos ordenados de redator chefe do Jornal do Brasil, com os subsídios dos deputados, comprei o terreno. E comprando o terreno eu pude através de hipotecar, a maior organização eu pude construir essa casa. A volta para o Rio de Janeiro Voltei para o Rio de Janeiro, os meus recursos não eram grandes porque de certa maneira com o meu afastamento do Jornal do Brasil que se limitava aos artigos que eu mandava de Pernambuco. Eu mandava artigos para o Jornal do Brasil. De qualquer forma o meu ordenado se reduzira, de modo que eu cheguei para o Rio de Janeiro numa situação difícil, precisava ter um cargo de imediato. E esse cargo imediato veio como substituto interinamente de um procurador da república que era o Lourival Fontes. O Lourival Fontes tinha sido chamado pelo Getúlio Vargas para o governo da república e abriram uma vaga interina na procuradoria. A minha primeira função foi um cargo interino na Procuradoria do Estado. Aí com a efetivação, porque dois anos ou três depois eu fui efetivado no cargo e trabalhei realmente da matéria jurídica em que não era um estranho porque no curso de Direito eu tivera através das distinções que eu obtivera na Faculdade de Direito eu fui exercer na prática essa função de advogado e procurador da república, Procurador do Estado da Guanabara. Em que os meus pareceres estão aí, eu tenho quatro ou cinco volumes de pareceres que eu dei no exercício desse cargo. Porque eu sempre fiz questão de comparecer diariamente aos cargos que eu exercia. Isso no Instituto do Açúcar e do Álcool como depois no cargo de Procurador da República. Pelo exercício, naquele tempo não se permitia acumulação de cargo, de modo que pelo exercício dessas outras profissões eu fiquei afastado do cargo de professor que só restabeleci tempos depois já na administração do prefeito Sá Freire Alvim quando passei de fato a exercer a função de professor na Escola Amaro Cavalcanti, onde compareci diariamente. A vida de professor Eu também fui professor de História, na escola Amaro Cavalcanti. Eu tinha paixão pela história do Brasil, escrevi vários livros sobre o assunto da história do Brasil. E na verdade na minha, eu tenho cerca de 40 livros publicados, a metade dele é sobre assuntos históricos. Desde o começo da minha vida eu tinha muito interesse pelos assuntos históricos. Ensinava na história do Brasil os aspectos gerais da história do Brasil, mais na parte econômica, eu tinha mais interesse na parte econômica e como professor de história eu fui professor da História Econômica do Brasil. Mas o que posso garantir que como professor de história eu freqüentava diariamente a Escola Amaro Cavalcanti até acabaram com a Escola Amaro Cavalcanti, não sei porquê, por uma reforma administrativa acabaram com a Escola Amaro Cavalcanti que era uma das grandes escolas públicas do Rio de Janeiro. Eu tinha antes meus companheiros de escola, eu tinha exatamente José Honório Rodrigues, que é um dos grandes historiadores do Brasil. Japão Agora eu gostaria de ver o Brasil fiel a essas idéias nacionalistas, que são as idéias a meu ver que conduzirão o Brasil à modernidade, como conduziram o Japão. Porque o meu exemplo maior foi exatamente o caso do Japão. Porque eu procurei ver em todos os países, os países que se desenvolveram lentamente a custa do tempo e o único país que teve realmente um grande surto de progresso foi o Japão. O Japão nos meados do século passado quando surgiu para adotar esse plano, eles estavam numa condição da Idade Média. E o desenvolvimento do Japão é uma coisa extraordinária, ele chegou a ser hoje uma das grandes potências mundiais. Daí o meu livro “Japão, o capital se faz em casa”. O que era uma prova da minha coerência porque eu mostrava que um país que quer se desenvolver e utiliza o capital de casa, tem recursos necessários para chegar ao ponto em que o Japão chegou. Não é melhor lição de nacionalismo, não é exatamente a presença do Japão e a evolução do Japão para chegar ao Primeiro Mundo? Há outro exemplo de nacionalismo mais expressivo do que esse? Não abrir para o capital estrangeiro como fez o Japão, porque o Japão fez alguns empréstimos externos. Mas fez alguns empréstimos externos numa fase em que não tomara ainda o rumo definitivo da sua prosperidade. Porque quando tomou esse rumo ele recusou os empréstimos externos, até hoje ele fica fechado aos Estados Unidos, que procuram de toda maneira levar as suas indústrias para lá e o Japão não permite. Porque o exemplo que eu acho que temos que adotar é o exemplo japonês, não é o exemplo dos Estados Unidos porque o Estados Unidos tem outros recursos, outras possibilidades. Agora, por que não seguir o exemplo do Japão, que hoje se desenvolveu, e é uma das grandes potências do universo? Nacionalismo Toda vida eu achei que as causas brasileiras deviam ser defendidas, nunca abandonei as causas brasileiras. Ainda agora tem um amigo meu que está revendo os meus artigos desde o começo da minha vida jornalística e fica impressionado porque viu que eu nunca tinha deixado de ser nacionalista. Escrevi um livro, Presença de Alberto Torres, que era um grande nacionalista, foi um grande professor de nacionalismo com os livros que ele publicou. Quando eu passei a aposentado, eu freqüentava diariamente a biblioteca Nacional . O livro “Presença de Alberto Torres” é um livro de 400 a 500 páginas foi todo ele escrito com pesquisas que eu mesmo fiz na Biblioteca Nacional. Uma vez que o nacionalismo tinha sido sacrificado na administração de Castelo Branco que havia chamado para oficial de gabinete Roberto Campos, eu achei que era hora de trazer a luz um grande nacionalista com um livro publicado sobre Alberto Torres. Eu venho combatendo a globalização. Eu acho que a globalização não interessa ao Brasil, a globalização é a doutrina das grandes nações, é a doutrina que serve sobretudo aos Estados Unidos hoje. Mas não é uma doutrina para uma nação que precisa se formar com capitais próprios fazendo ela própria o seu capital e não pedindo emprestado. Inclusive o Fernando Henrique Cardoso pertenceu a uma família que defendeu de uma maneira intransigente a criação da Petrobrás, o tio dele, Leônidas e o pai dele Leonoser Resende e o tio Felicíssimo Cardoso, foram defensores da Petrobrás. A partir de 1947 eles ficaram firmes na defesa da Petrobrás. E o que é Petrobrás? Que o Fernando Henrique está mudando, já fez um ou dois decretos de certa maneira cerceando a Petrobrás, que foi criada também com o apoio da família dele. História do Brasil Eu acredito que Arthur Bernardes quando Arthur Bernardes se recusou a estabelecer uma siderúrgica estrangeira em Minas Gerais e depois o período de Getúlio Vargas. Porque Getúlio Vargas com todas as suas medidas pode verificar que ele foi um presidente profundamente nacionalista com a criação dos institutos de resseguro, com a criação da Petrobrás, com a criação de Volta Redonda. Embora você passe em revista o governo de Getúlio Vargas e só vê realizações profundamente nacionalistas. Eu no começo não tinha grande simpatia por Getúlio Vargas mas quando percebi realmente que ele vinha ao meu encontro no nacionalismo eu passei a aderir a Getúlio Vargas e me tornei daí por diante um entusiasta de Getúlio Vargas e considero que foi o grande presidente do Brasil. Vale do Rio Doce O início da Vale do Rio Doce foi no período da guerra, várias empresas eram de propriedade da Inglaterra e a Inglaterra não tinha condições de administrar essas empresas com os problemas que tinham que enfrentar, com as bombas que caíam em todo o seu território jogadas pelos alemães. Foi aí que tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos se interessaram junto a Getúlio Vargas em 1942. Em 1941 tinha sido o ano exatamente das ações da Alemanha em desafio aos Estados Unidos. Foi aí que tanto os Estados Unidos quanto a Inglaterra se entenderam com Getúlio Vargas para que Getúlio Vargas comprasse as empresas estrangeiras que estavam aqui fundadas no Brasil. Que eram exatamente essa fábrica, essa fábrica se constituiu o acervo inicial da Vale do Rio Doce. E daí a Vale do Rio Doce se fortaleceu, passou a ser uma empresa de tal porte, de tal significação no Brasil que é um verdadeiro crime tirar isso do poder público e entregar ao poder privado que pensa nos lucros e não na prosperidade da empresa. Porque até agora com essa direção da Vale do Rio Doce que eu entendo, ela cuida dos aspectos educacionais, da parte do bem estar dos índios ianomani. Ela cogita também de um trabalho educativo junto a todos os ambientes em que se instala. Quer dizer, tem uma parte que ela desenvolve consideravelmente que não interessa à empresa privada. A empresa privada visa o quê? Porque se não der lucros a diretoria abandona o cargo demitida pelos acionistas. Esses outros aspectos sociais, vamos dizer assim, podem ser desenvolvidos por uma empresa pública nunca por uma empresa privada. CSN A Companhia Siderúrgica Nacional tinha sido um exemplo de uma grande empresa, por que tirar essa companhia das mãos do estado para entregar a particulares que se beneficiam com o seu lucro? O que resultou afinal, de onde veio Volta Redonda, com o pagamento dos impostos, os impostos são pagos pelo povo. Agora de certa maneira se tira do povo uma companhia que ele próprio criou condições de recursos e se faz isso a propriedade particular que era de todos passa a ser propriedade de alguns que são os acionistas. Há justiça nisso ou uma apropriação do povo que pagou impostos para que se construísse uma empresa dessa ordem? É ou não o dinheiro do povo que está sendo privatizado? Privado x PúblicoEu não chego a contestar se as iniciativas privadas podem dar resultado mas também eu olho o número de falência das empresas privadas todos os dias nos jornais. Você não acompanha também, não vê todos os dias empresas que são de certa maneira extintas porque entraram em falência. A falência das empresas privadas está toda atolada, a coluna dos jornais está cheia dessas falências das empresas privadas. De modo que falar a mim dos milagres das empresas privadas que também é uma exceção porque se há empresas privadas que dão resultados como é o caso, por exemplo, da Votorantim. Nós temos as empresas privadas que também não dão certo.A prova é que pode perguntar nas falências. Porque o número de falência das empresas públicas não descarta a hipótese de falência, pode em certos casos não chegar a dar lucros porque nem sempre também tem a obrigação de dar lucros. Por exemplo, os Correios se não derem lucros tem ou não tem que continuar porque é uma empresa dispendiosa, não é verdade? Agora nas empresas públicas destinada a lucro veja a Petrobrás, veja a Vale do Rio Doce, veja o caso de Volta Redonda, veja o caso de outras siderúrgicas que foram fundadas em São Paulo. Dívida do Brasil Naturalmente que é muito difícil para um particular que não tem todos os elementos, todas as informações que chegam ao governo traçar rumos para o país. Traçar rumos para o país é função dos que estão ao corrente dessas informações todas que chegam exatamente aos governantes. Agora o que eu faria acima de tudo de certa maneira não endividar tanto o estado, esse é o outro problema. O que pode fazer o estado com as dívidas que contraiu, com mais de dois ou quatro, 14 bilhões todos anos de pagamento de juros, o que é que pode fazer. Maria JoséFala de Maria José: Meu pai arranjava emprego para todo mundo lá em São Paulo, ele era conhecido, quando ele morreu, coitado Na casa da mamãe o jardim que ela tinha nascido ficou cheio de gente chorando porque o papai tinha morrido: “Perdi o meu pai”. Papai era muito bom. Eu não posso ver criança na rua, morrendo de fome na rua e dizendo: “Que pena” Pera aí, eu aí comecei a cuidar de criança, fiz uma porção de obra social lá em São Paulo, no interior de São Paulo, depois quando nós viemos aqui, fiz aqui também. E quando ele foi governador em Pernambuco, ele não gosto que eu falo nisso, ele disse para mim: “Olha, eu vou governador em Pernambuco mas você não pensa em fazer obra social lá porque você não conhece ninguém lá.” Eu falei: “Está bom”. Mas eu cheguei lá em Pernambuco e vi logo criança morrendo logo, “Não posso ficar quieta”. Dá até nervoso. Aí eu falei para um médico que era muito conhecido lá em Recife, muito bom rapaz, Dr. Nelson Chaves e disse a ele: “O senhor me convida por favor, 50 senhoras para vir tomar um chá aqui comigo de noite.” Ele convidaram e elas foram. Eu não servia chá, eu sempre fui muito alegre, elas estavam muito satisfeitas. Acabou o chá eu disse: “Agora eu quero uma conversa de mulher para mulher, eu vou fazer uma obra aqui e precisa da ajuda de você porque eu sozinha não posso fazer a obra”. Porque uma obra dessas de crianças quanto mais gente tem melhor. E elas todas aceitaram, levei um caderninho e todas escreveram aceitando que ia me ajudar. Me ajudaram muito. Elas disseram: “Nós estamos aprendendo como é que faz esse negócio de criança”. Eu disse: “Olhem as crianças como se fossem seus filhos”. Com a mãe dele, a gente que está no meio das crianças é que tem que levar, educar e tudo, é fácil, é tão fácil educar criança. Eu tenho obra social, eu trabalho obra social, eu tinha 5 anos quando eu fiz a minha primeira obra lá em São Paulo. Eu sou paulista, nós morávamos no Largo do Coração de Jesus, sabe onde é? Numa rua ali e eu ficava na janela assim vendo e quando ouvia choro de criança eu fugia de casa, eu tinha 5 anos só, fugia de casa e ia ver onde é que essa criança estava chorando, eu não podia ver criança chorar. Então a mãe chegava lá e encontrava a mulher sentada na escada da igreja, duas, três mulheres: “Ah, porque eu não tenho leite, não tenho dinheiro, não tenho nada e as crianças estão com fome e vão morrer”. “Que vai morrer nada, nunca vi isso, um criança tão bonitinha, que vai morrer coisa nenhuma”. “Não, vai morrer, já morreu uma ontem, outra anteontem”. Eu dizia: “Vem comigo” e levava para a casa da mamãe e mamãe era ótima, uma pessoa maravilhosa. Ela brigava um pouco comigo: “Minha filha, não fale com gente estranha, você fica falando”. “Não tem perigo não mamãe, eu sou forte, se ela fizesse qualquer coisa eu dava logo um soco.” Eu fui criada no meio de rapazes porque eu só tinha irmãos. Mas isso não tem importância, o importante é que a criança não morresse. Aí mamãe dava comida direitinho para a criança. Assim eu fiquei um bocado de tempo assim. Depois eu consegui um terreno e aí fiz uma obra mesmo para criança só. Eu precisava, eu tinha que aliviá-lo do trabalho de criança, de casa porque ele tem que trabalhar em outras coisas, eu não ia sacrificá-lo, mas eu tomava conta de tudo. Tinha que ser, o colégios dos meninos e tudo. Barbosa Lima: O trabalho de casa naturalmente que eu podia quando muito dar as idéias gerais, mas eu deixava ao cuidado porque quem forma o caráter dos filhos é a mãe, não é o pai. Isso também eu aprendi. Receita para um bom casamentoMaria José: Nós nunca brigamos, falávamos com calma. Nós respeitamos a autoridade um do outro. Esse é outro segredo de um bom relacionamento dos casais. Tem que ter amizade, sabe? Eu casei com ele porque tinha amizade a ele não é porque fosse para casar não. Ele coitado teve um pouco de dificuldade em me pedir em casamento porque papai não queria que eu casasse. Papai era muito meu amigo, apaixonado por mim então ele queria que eu não me casasse. Quando ele foi me pedir em casamento papai disse: “Dr. Barbosa Lima, o senhor não faz bom negócio em casar com a minha filha.” Mas ele falou: “Mas por quê?” “Porque ela não sabe cozinhar, não sabe fazer nada dessas coisas de casa.” Eu fazia bonito. Ele disse: “Mas eu não estou procurando uma empregada, eu queria uma esposa.” Aí ele convenceu. Barbosa Lima: Maria José contratou uma cozinheira. Maria José: Era muito engraçado. E ele tinha uma amizade a mim extraordinária, coisa fora do comum. Barbosa Lima: O fato é que quando nós nos casamos a cozinheira veio acompanhando a Maria José. E a coisa mais interessante que não foi só a cozinheira veio também um cunhado meu estudar medicina no Rio de Janeiro. Maria José: Papai disse: “Olha Horácio, você vai estudar, vai fazer exame, vai fazer a sua faculdade de medicina, eu fui lá e vi que a faculdade de medicina é muito boa.” E Horárico acabou vindo para aqui, ele se dava tão bem comigo, veio para aqui e ficou morando com a gente, foi tão bom Barbosa Lima: Tanto que foi um dos meus grandes amigos. Maria José: A vida é essa, a gente leva a vida alegre e como pode porque esse negócio de ficar brigando por tudo, por tudo não dá. Filhos Maria José: Nossos filhos eram nossos amigos, não eram só filhos eram amigos também porque a gente queria que os filhos tivessem amizade com a gente e não que tivesse medo da gente. Deus me livre Barbosa Lima: Eu jogava futebol com os meus filhos. Maria José: E essa casa aqui tem um quintal grande. Antes de fazer a casa ele jogava futebol, depois eu comecei a plantar o quintal. O nosso quintal é uma beleza, bem plantado e tem flores, tem legumes, tem todos os legumes aqui em casa, é bom Fernando Barbosa Lima: Agora nós temos um filho que deu na televisão, que tem um grande cartaz que é o Fernando Barbosa Lima. Maria José: Mas o Fernando tem, mas o Fernando desde pequeno que ele era muito levado, muito levado, inteligente, bastante inteligente. Porque a mãe tem que olhar essas coisas todas. E ele gostava muito de fazer desenhos, desenhava muito, é muito inteligente. Roberto Barbosa Lima: O Roberto que era o mais velho que morreu. Maria José: O Roberto era engenheiro. Barbosa Lima: Ele teve uma dessas moléstias da mocidade que de certa maneira enfraquecem muito a pessoa. Maria José: O Roberto era muito bom, um filho muito bom, educado. Carlos Eduardo Agora tem Carlos Eduardo que é um intelectual, escreve romances, tem livros de contos. Lucia Maria Barbosa Lima: E tenho uma filha que é a nossa jóia da família. Maria José: Ela confia muito nele e ela é muito inteligente também, casou com um moleque muito bom também, de modo que vive muito bem os dois. Barbosa Lima: Eu só lamento que ela mora em Teresópolis porque se morasse aqui e a gente pudesse ter sempre a presença dela era um conforto extraordinário. Maria José: Ela não pode deixar Teresópolis porque ela é muito ligada ao marido, o marido é médico e também não pode estar saindo. Barbosa Lima: Agora tem dois netos, filhos da minha filha. Um deles é piloto da Varig. O Sérgio. Maria José: O Serginho. O Breno é economista. Eles são muito engraçados, o Serginho tem agora uma filhinha que é linda, linda, é a menina mais bonita que eu já vi, ela tem olhos azuis, bem clarinha e ela olha para você e dá risada, todo mundo ela dá risada mas a menina tem dois meses, três meses, uma coisa louca. Então o Serginho é apaixonado pela filha, então ele chega das viagens dele de avião, ele tira a roupa depressa e vai pegar a menina, fica louco para pegar a menina, fica com a menina o tempo todo, e a menina já conhece ele. Eu acho engraçado isso. Os costumes e a convivência da famíliaBarbosa Lima: O povo tem que se adaptar, sobretudo com o cinema e agora com a televisão não quem possa evitar as transformações dos costumes e de todas as famílias porque os exemplos vão ficando como de certa maneira se tornam quase como obrigações. Maria José: Mas não mudou muito não. Eu não gosto de briga, detesto brigar assim com uma pessoa que eu quero bem, não dá certo. E aprendi isso com a minha mãe, minha mãe não brigava com ninguém. Era de uma calma, ela tinha oito filhos, nunca vi ela gritar com um filho e tinha um que era levado que era danado, o José Bonifácio. Papai quando mamãe estava esperando criança... Barbosa Lima: Eu acho que na intimidade tem que se estabelecer um ambiente tranqüilo, de modo que uma pessoa que exige as coisas, reclama muito, etc. eu acho que a gente tem que conquistar. Maria José: O Bonifácio, coitado, ele era tão levado, como que tem influência o nome. Alexandre pediu mamãe para por o nome de José Bonifácio nesse menino porque ele se dava muito com aquele José Bonifácio de Andrada e Silva. Então “Nenê, põe o nome nele”, mamãe pôs mas o menino era levado que era danado e as empregadas nem encostavam dele porque em São Paulo se tem muito costume de jaleco branco e laço aqui atrás. E ele chegava na cozinha e fazia tim, tim, precisava ter paciência com ele. E um dia ele resolveu subir, tinha a garagem, a nossa garagem o telhado era assim. Ele subiu lá em cima e começou a jogar as telhas fora, tirava as telhas e fazia vu, vu. Então a empregada: “Vamos falar para D. Nenê que agora D. Nenê vai dar uma surra nele”. Ele nunca deu, ela chegou e disse: “Desce aí filho, eu quero conversar uma coisa com você”. Ele desceu, ela pegou no braço dele, levou para um quarto lá, conversou com ele e saíram rindo os dois. Mamãe era assim, tinha aquele amor antigo. Eu gosto é de não ficar bravo, não tem gênio nem nada, agora papai também era muito bom. Papai foi bom para todo mundo. Plano para o futuro De certo modo o meu plano para o futuro está contido num discurso que o Rui Barbosa pronunciou quando paraninfo de uma turma de bacharéis em São Paulo. A parte final do discurso dele contém todas as idéias que eu defendo, que procuro adotar. Eu acho que ele nesse discurso ele traçou um plano para o Brasil. Mas a gente acaba afinal de conta com, é verdade que eu já vivi bastante mas nunca recuei também na defesa desses interesses, podem considerar ridículo e tudo mais, pouco me importa porque eu sei que são certas porque são os exemplos das grandes nações que se desenvolveram. Ao passo que os outros fazem um quê? Qual é a lição deles, qual é o país que se desenvolveu a custa de empréstimos? Eu não estou mais na idade de sonhar, eu desejo apenas cumprir com os meus deveres de brasileiro até o fim da minha vida. História do Brasil e Filosofia de desenvolvimento Se observamos o caso do desenvolvimento de outras nações, em outro período, como a Inglaterra, por exemplo. A inglaterra se desenvolvera com os próprios recursos porque a minha crítica ao Adam Smith está exatamente nisso. Porque ele procurava servir à Inglaterra e tanto não servia aos Estados Unidos que o ministro de Washington, George Washington dos Estados Unidos que foi Alexander Hamilton adotara idéias nacionalistas renegando a influência do Adam Smith que ele nunca chegou a citar e cujo exemplo não adotou nos Estados Unidos. Porque ele foi um presidente nacionalista nos Estados Unidos. É outra coisa, agora recentemente foi publicado o relatório de Alexander Hamilton, já traduziram para o português. Nesse relatório você vê que as idéias do Alexander Hamilton eram idéias nacionalistas, era um nacionalismo dos Estados Unidos. Agora, os Estados Unidos que cresceram com o nacionalismo dos Estados Unidos quando chegaram a ser uma grande potência resolveram adotar as teses do Adam Smith que construíra também o seu programa para uma Inglaterra próspera, para uma Inglaterra que dominava o mundo. Tanto que a gente pode ver que a doutrina dos Estados Unidos é a doutrina das grandes nações, não é uma doutrina das pequenas nações que precisam se desenvolver. Você vê até aí uma coerência perfeitamente.
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