Dona Maria conta sua história para os alunos da EMEB José Luiz Jucá, turma da Professora Silvana (1º ano do ciclo II)
- Sou Maria das Dores, tenho 3 filhos. Nasci em Córrego Novo, Minas Gerais, mas por causa do trabalho do meu pai tive que me mudar várias vezes. Morava em uma cidade de pau a pique, gostava de brincar de maré, de pular corda, pular tábua, peteca, jogar queimada, brincar de roda e muitas outras coisas. Minhas comidas preferidas eram as comidas do interior, destas que se comem em sítios de Minas Gerais: frango com quiabo, angu, bolo feito na panela, canjica grossa,batata assada no fogão a lenha, farinha de amendoim socada no pilão e muitas outras gostosuras. Estudei até a 3ª série em Córrego Novo. Morava só com meu pai, pois ele e minha mãe tinham se separado. Com 8 anos eu fui para a cidade de São Francisco, morei lá até os 16 anos em uma colônia de carvoeiros. Meu pai trabalhava como feitor de turma de carvoaria e eu trabalhava no armazém vendendo cereais e outros mantimentos para os trabalhadores. Aos 16 anos eu me mudei para outra cidade de Minas Gerais que se chama Coronel Fabriciano, fui morar com a minha mãe. Aos 19 anos eu me casei. Tive minha primeira filha com 23 anos. Aos 25 anos eu me separei. Como era muito difícil encontrar trabalho na região onde eu morava, vim para São Paulo e fixei residência em São Bernardo do Campo, na Vila Esperança. Era uma vila sem urbanização, só tinha barracos de tábua, muito difícil de morar, pois tinha esgoto a céu aberto, não tinha iluminação. Nas redondezas só existia a empresa EMPARSANCO, o resto era mato. Não subia ônibus, era uma vila muito violenta. Escola?? Só tinha uma de lata. Era um lugar desprezado pela prefeitura da época. Morei nesta vila por 25 anos e muita coisa mudou: está menos violenta, tem escolas, ônibus, está asfaltada, com rede de esgoto etc. Tem até serviço de correio, antigamente as nossas cartas e encomendas eram entregues em um...
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Dona Maria conta sua história para os alunos da EMEB José Luiz Jucá, turma da Professora Silvana (1º ano do ciclo II)
- Sou Maria das Dores, tenho 3 filhos. Nasci em Córrego Novo, Minas Gerais, mas por causa do trabalho do meu pai tive que me mudar várias vezes. Morava em uma cidade de pau a pique, gostava de brincar de maré, de pular corda, pular tábua, peteca, jogar queimada, brincar de roda e muitas outras coisas. Minhas comidas preferidas eram as comidas do interior, destas que se comem em sítios de Minas Gerais: frango com quiabo, angu, bolo feito na panela, canjica grossa,batata assada no fogão a lenha, farinha de amendoim socada no pilão e muitas outras gostosuras. Estudei até a 3ª série em Córrego Novo. Morava só com meu pai, pois ele e minha mãe tinham se separado. Com 8 anos eu fui para a cidade de São Francisco, morei lá até os 16 anos em uma colônia de carvoeiros. Meu pai trabalhava como feitor de turma de carvoaria e eu trabalhava no armazém vendendo cereais e outros mantimentos para os trabalhadores. Aos 16 anos eu me mudei para outra cidade de Minas Gerais que se chama Coronel Fabriciano, fui morar com a minha mãe. Aos 19 anos eu me casei. Tive minha primeira filha com 23 anos. Aos 25 anos eu me separei. Como era muito difícil encontrar trabalho na região onde eu morava, vim para São Paulo e fixei residência em São Bernardo do Campo, na Vila Esperança. Era uma vila sem urbanização, só tinha barracos de tábua, muito difícil de morar, pois tinha esgoto a céu aberto, não tinha iluminação. Nas redondezas só existia a empresa EMPARSANCO, o resto era mato. Não subia ônibus, era uma vila muito violenta. Escola?? Só tinha uma de lata. Era um lugar desprezado pela prefeitura da época. Morei nesta vila por 25 anos e muita coisa mudou: está menos violenta, tem escolas, ônibus, está asfaltada, com rede de esgoto etc. Tem até serviço de correio, antigamente as nossas cartas e encomendas eram entregues em um bar. Vila Esperança mudou muito, hoje está um bom lugar para se viver.
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