Olá, eu sou Fernanda, como qualquer pessoa trabalhava estudava malhava às vezes fazia algum tipo de ação em asilos, mas eram coisas pontuais. Em 2015 eu tive um câncer de mama, vi a morte de perto e então foi uma virada de chave total, tive que ressignificar, não posso mais pegar peso, ir à praia, não posso mais pegar sol e eu não posso mais fazer nada que exige muito esforço de minha pessoa devido a sequelas da doença, tive alta, após um tratamento de 5 anos,
E quando pude voltar a minhas atividades, pensei que todo ano queria uma coisa nova
sabe, um aprendizado novo. Então fiz aula de tamborim, no ano seguinte fiz um curso de contação de histórias e esse ano fiz um curso de DJ e me formo em maio de 2024. Com relação a contação de histórias ela também me trouxe muitas alegrias, quando eu resolvi contar histórias, me tornei a Emília porque eu acho que a Emília não só é uma boneca, é uma bruxa, uma maga, uma curadora, então eu resolvi que queria ser Emília e por ser negra né muitas pessoas foram contra falaram que era absurdo porque Monteiro Lobato era racista etc, então confeccionei todos os bonequinhos negros, assim atirei no que vi e acertei no que não vi, dei um tiro no racismo e acertei no que eu não vi, a Emília virou uma boneca com representatividade e inclusao, então eu fui parar na Bienal que ano passado homenageou 3 autores negros, e continuamos por aí tentando alavancar esse projeto, para levar para mais pessoas, conhecer e ver que a gente é capaz de tudo... sou Eleny Fernanda Bella Strom, tenho 60 anos e sou uma sobrevivente