P/1 – Luana, vamos começar falando o seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Luana Rezende Marinho, e sou de Fortaleza.
P/1 – Em que data?
R – Um de setembro de 1987.
P/1 – Luana, seus pais são aqui de Fortaleza?
R – Não, são do interior do estado.
P/1 – Que lugar?
R – Aracoiaba.
P/1 – Tanto o seu pai quanto sua mãe?
R – Isso.
P/1 – São da mesma cidade?
R – São.
P/1 – Como que é o nome do seu pai?
R – Rogério Marinho Lopes.
P/1 – E a sua mãe?
R – Antônia Maria de Rezende Marinho.
P/1 – Você tem mais irmãos?
R – Duas irmãs.
P/1 – Você é qual nessa escadinha?
R – A mais velha.
P/1 – Como é que você nasceu, seus pais saíram dessa cidade, vieram pra Fortaleza, como foi?
R – Eu vim pra cá, eles decidiram se mudar por conta dos estudos, somos três, e eu fazia jardim dois, eles decidiram vir pra cidade pra colocar em escolas melhores e questão de qualidade de vida também pros filhos.
P/1 – Então você ficou até quantos anos nessa cidade?
R – Eu falei, jardim dois, eu acho que eu fiquei uns quatro, cinco anos.
P/1 – Que memória que você tem dessa cidade?
R – Das minhas férias, porque no período letivo eu sempre tava aqui e aqui era sempre casa, escola e passeia o final de semana, e lá não, era o dia todo na rua, eu tinha amigos, ia pra casa do amigo, coisa que eu não fazia aqui, andava na calçada, andava de bicicleta, jogava bola na rua. Então eu sempre passei minhas férias lá, então era triste quando terminava as férias ter que voltar.
P/1 – Qual que é a atividade do seu pai, o que ele fazia ou faz?
R – Ele era servidor, mas ele desistiu, assim, largou.
P/1 – Era servidor do quê?
R – TRE, aí ele largou e hoje ele vive assim, ele tem um terreno, que lá fazem coisas que ele distribui pra depósito, tijolo, faz telha, essas coisas assim, ele tem funcionários lá, que tem épocas que fazem, em época de chuva não faz, pronto, só...
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P/1 – Luana, vamos começar falando o seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Luana Rezende Marinho, e sou de Fortaleza.
P/1 – Em que data?
R – Um de setembro de 1987.
P/1 – Luana, seus pais são aqui de Fortaleza?
R – Não, são do interior do estado.
P/1 – Que lugar?
R – Aracoiaba.
P/1 – Tanto o seu pai quanto sua mãe?
R – Isso.
P/1 – São da mesma cidade?
R – São.
P/1 – Como que é o nome do seu pai?
R – Rogério Marinho Lopes.
P/1 – E a sua mãe?
R – Antônia Maria de Rezende Marinho.
P/1 – Você tem mais irmãos?
R – Duas irmãs.
P/1 – Você é qual nessa escadinha?
R – A mais velha.
P/1 – Como é que você nasceu, seus pais saíram dessa cidade, vieram pra Fortaleza, como foi?
R – Eu vim pra cá, eles decidiram se mudar por conta dos estudos, somos três, e eu fazia jardim dois, eles decidiram vir pra cidade pra colocar em escolas melhores e questão de qualidade de vida também pros filhos.
P/1 – Então você ficou até quantos anos nessa cidade?
R – Eu falei, jardim dois, eu acho que eu fiquei uns quatro, cinco anos.
P/1 – Que memória que você tem dessa cidade?
R – Das minhas férias, porque no período letivo eu sempre tava aqui e aqui era sempre casa, escola e passeia o final de semana, e lá não, era o dia todo na rua, eu tinha amigos, ia pra casa do amigo, coisa que eu não fazia aqui, andava na calçada, andava de bicicleta, jogava bola na rua. Então eu sempre passei minhas férias lá, então era triste quando terminava as férias ter que voltar.
P/1 – Qual que é a atividade do seu pai, o que ele fazia ou faz?
R – Ele era servidor, mas ele desistiu, assim, largou.
P/1 – Era servidor do quê?
R – TRE, aí ele largou e hoje ele vive assim, ele tem um terreno, que lá fazem coisas que ele distribui pra depósito, tijolo, faz telha, essas coisas assim, ele tem funcionários lá, que tem épocas que fazem, em época de chuva não faz, pronto, só isso.
P/1 – E a sua mãe?
R – Hospital, ela trabalha em hospital.
P/1 – O que ela faz?
R – Enfermeira.
P/1 – Como é que era a sua casa de infância? Descreva ela, que bairro que era?
R – Eu, apesar de ter duas irmãs, ter pai e mãe que moram juntos, eu fui criada pela minha avó, porque ela teve só, ela teve quatro filhos homens e eu fui a primeira neta dela e mulher, minha mãe disse que ela tomou um pouco, mas também disse que eu era muito apegada a ela. Quando eu tava na minha casa no interior, ainda muito criança, que eu via a porta da minha casa aberta, eu corria e ia pra casa dela, ela me procurava, não me achava, mas ela poderia chegar na casa da minha avó que eu tava com a minha avó. Então aí aqui eu sempre morei com a minha avó e o filho dela que não casou, éramos os três em casa, então eu sempre me senti, apesar de ter duas irmãs eu sempre me senti filha única, que eu sempre morei eu, ele e um tio, que é como se fosse um pai, ele é meu padrinho.
P/1 – Seus pais você visitava de fim de semana, como é que era?
R – A gente sempre morou muito próximo, quando meu pai decidiu a vir ela também veio porque eu teria que vir também, né, pra estudar, então ela morava numa rua e meu pai na outra, então eu sempre tive contato normal, diário.
P/1 – Mas a autoridade quem que exercia, quem que você obedecia os comandos?
R – Quem que controlava todo o meu dia, que decidia se eu fazer curso, se eu ia viajar, era a minha avó, mas a obediência, o pai não podia, o pai era só olhar que eu já, e a mãe também tinha o controle, quando foi ficando maior não, aí foi passando só pra avó mesmo, mas quando mais nova era os três.
P/1 – Você teve algum tipo de formação religiosa?
R – Minha avó sempre se preocupou, assim, fazer a primeira eucaristia, me acompanhar, levar à igreja, mas, assim, ela nunca foi uma católica tão praticante e eu também não sou, até hoje eu não sou tão praticante, mas eu gostaria de ter uma religião, mas eu acho que a religião católica, ela não me prende. Eu acho que se eu fosse ter uma religião não vai ser a católica, eu acho, a missa eu acho muito dispersa, eu acho que as pessoas acabam às vezes pra se mostrar, não me prende a igreja católica, mas eu, apesar de gostar, ir de vez em quando, mas pouco, ir à missa.
P/1 – Quais eram suas brincadeiras de infância?
R – Muito pouco, assim, eu me lembro de jogar bola, eu sempre gostei, andar de bicicleta e esconde-esconde, eram essas as brincadeiras que eu tinha mais.
P/1 – Com quem que você brincava?
R – Geralmente era quando eu viajava, que era uma vizinha que é amiga até hoje, que se tornou, por ser minha amiga se tornou também muito amiga da minha irmã.
P/1 – Você tinha algum desejo quando você era criança: “Quando eu crescer eu quero ser tal coisa”, você imaginava um futuro pra você?
R – Eu acho que eu tinha muitos desejos, eu queria ser jornalista, não, eu queria fazer alguma coisa na, assim, ligado à arte ou à comunicação. Hoje eu sou jornalista, mas já não me identifico mais com a profissão tanto quanto eu imaginei que fosse identificar. Eu acho que eu sempre também quis morar fora, passar um tempo fora, mas acabou acontecendo coisas que foram me prendendo por um motivo, um ano era o estudo, outro ano era um projeto, outro ano foi um trabalho, aí depois o namorado. Aí hoje eu to pensando em casar, mas às vezes eu fico me perguntando: “E eu não vou morar fora?”, porque se eu for casar, ele aqui é servidor, ele não pode, não tem perspectiva lá, sendo que já tem algo seguro aqui, né? Então eu sempre quis morar fora, mas o destino não me permitiu ainda.
P/1 – Na adolescência que músicas que você gostava de escutar?
R – Na infância eu sempre gostei muito da Xuxa por conta da minha avó, ela achava isso muito infantil e sempre CD, DVD, microfone, roupa, ela, então me lembro muito da infância da Xuxa, assim, mas adolescência eu acho que eu sempre gostei de tudo um pouco.
P/1 – Você teve o costume na sua casa, ainda se escrevia carta, recebia carta ou você já não é mais dessa época?
R – Não.
P/1 – De ter a presença dos correios na sua...
R – Selo, eu tenho um tio que coleciona selo, ele é colecionador de muitas coisas e ele colecionava selo, a minha maior lembrança é essa questão do selos mesmo.
P/1 – Você acompanhava a coleção dele?
R – Ele tinha prazer em mostrar, então quando ele completava um álbum ele saía do quarto dele mostrando que tinha completado um álbum, e às vezes ia pessoas na minha casa, ele também mostrava essa coleção de selos, até que há pouco tempo atrás, ele já tava um tempo sem colecionar, aí ele se desfez da coleção, vasta coleção dele.
P/1 – Na adolescência quais os programas que você gostava de fazer?
R – Como, por morar aqui a minha vida sempre foi muito de rotina, era escola e final de semana era um cinema ou era sair pra comer com pai e mãe, ou então ir à missa, ou então ir à casa de algum parente, não tinha muito movimento eu achava. Eu achava que tinha movimento nas férias, que pra minha tudo era diversão, saía a pé pra casa do tio, que aqui não podia, andar na calçada, coisa que é perigoso, brincar na calçada, jogando bola descalço.
P/1 – Você na escola, tanto no primeiro grau ou no segundo, tem algum professor que tenha te marcado, que lembranças você tem desse período?
R – Tem uma professora que ela é do interior, que é de Baturité, que ela me ensinou o jardim dois, e eu tinha uma amiga, nós éramos muito amigas e quando a gente voltava do recreio eu tinha que rezar, porque era um colégio de freira, e na hora de rezar a gente ficava rindo e ela sempre, já sabendo, sempre pegava no nosso pé. E acabou um dia mandando um recado pra minha mãe e pra minha avó, assim, e minha avó se tornou amiga dela a partir desse recado porque conheceu ela, gostou, logo em seguida era aniversário meu, a gente foi na casa dela deixar um convite. Aí depois que eu me mudei, já tava grande, quando eu fui lá em Baturité eu visitei ela, aí é assim, é uma professora que hoje eu não tenho contato mais, mas das vezes que eu visitei o colégio por ter amigas que estudam nesse colégio ela se lembrou de mim, quando eu vejo eu me lembro dela, assim, do jardim dois.
P/1 – E aí quando chegou o período da faculdade você escolheu fazer, como foi a sua escolha profissional, quem te influenciou?
R – Eu não tava decidida e achava que não tinha maturidade pra decidir o que eu queria ser, eu sempre quis alguma coisa, eu acho lindo quem canta, mas eu não tenho a voz bonita, eu tinha certeza que eu não dava pra ser cantora, mas se eu pudesse escolher, ah, eu quero escolher porque eu faço faculdade e vou ser cantora, eu acho que eu teria seguido por esse caminho. Então minha alternativa foi o jornalismo, visando isso que eu gostava, eu tava entre o Direito e o Jornalismo, o Direito eu pensava que daria dinheiro, Jornalismo seria o que eu ia querer. Então eu decidi o que eu realmente iria querer, que era o Jornalismo, hoje eu já vejo que o jornalismo não dá dinheiro, eu já fico querendo mudar de área porque eu vejo que não dá dinheiro: “Ah, deveria ter feito Direito”, eu fico pensando, eu acho que era melhor porque eu acho que eu ganho pouco. Eu acho que é bom você se realizar profissionalmente, mas você também fica, eu não acho legal ganhar pouco, aí eu fico pensando: “Ah, deveria ter feito Direito”, só que hoje em dia eu já vejo que o mercado também, nesse mercado é muito saturado. Então eu queria mudar de área, mas eu não sei o que que eu iria fazer hoje, e na época eu decidi por Jornalismo porque era uma das opções, Jornalismo e Direito.
P/1 – Como é que foi nesse período da faculdade? Teve alguns professores que te influenciaram na sua formação profissional?
R – Na minha faculdade, assim, eu me surpreendi muito porque eu tive pontos positivos, assim, eu gostava muito das disciplinas, eu me identifiquei com muitos professores que são amigos hoje, os meus melhores amigos hoje, eles são da minha faculdade, quem eu convido pra aniversário hoje em dia, quem eu ligo quando eu to triste, quem, são pessoas que eu conheci na faculdade. Eu conheci muita gente na faculdade, assim, interessante, tive professores maravilhosos que me tornei amiga realmente, são referências, minha faculdade foi ótima, eu não tenho, assim, nada, eu só achei que demorei muito pra terminar, que o meu curso é cinco anos. Eu já tava, assim, no final, assim, quando eu já tava: “Ah, eu tenho que acabar logo”, mas a minha faculdade foi excelente, não tenho do que reclamar.
P/1 – Qual foi seu primeiro trabalho ou estágio?
R – Na minha faculdade tem uma televisão universitária e uma rádio, eu tava conversando com amigos, que a gente participava do DA do curso de comunicação, e um amigo chegou pra outra amiga e disse: “Olha, tá tendo seleção pra rádio na Unifor”, disse pra outra pessoa, eu escutei, disse: “Ah, eu queria participar, eu não gosto de rádio, mas eu queria participar porque eu não tenho experiência”. Eu fui atrás e entrei na rádio, só que eu não gostava de escrever pra rádio, eu não me sentia à vontade, eu não gostava, eu tinha dificuldade, nunca achava que tava bom, porque você tinha que escrever pra uma pessoa que fosse cega, só tinha audição, né, porque rádio você não tem imagem. Aí um belo dia eu descobri que ia ter uma seleção pra TV, aí eu disse: “Ah, eu vou fazer, que é o que eu gosto, o que eu quero”, aí fiz a seleção, na fila da seleção tinha uma outra amiga minha que também fez, quando a gente terminou a gente disse: “Ichi, a gente não passou, né?”, e ela, aí eu disse: “Eu acho que eu não passei” e ela: “Eu também acho que eu não passei”. O dia que saiu o resultado foi as duas olhar e as duas tinham passado, foi aquela felicidade,minha primeira experiência foi na TV Universitária, onde eu não sabia nada e aprendi tudo, e desde que eu tive na TV Unifor, onde eu aprendi muitas coisas, de lá pra cá só fui crescendo, porque eu tive toda a base lá, eu não fui pressionada, eu fui ensinada e ganhava pra ser ensinada lá.
P/1 – Depois de lá você foi pra onde?
R – Aí fui pra uma TV comercial, eu é a TV Diário, uma TV local, aí quando eu me formei eu fui pra outra televisão, que é a TV União, e agora to na TV Ceará.
P/1 – Como é que foi a sua entrada na TV Ceará?
R – Eu tava fora do mercado, eu tinha, depois de formada eu trabalhei numa empresa, que depois de quase dois anos teve um corte, eu participei desse corte, aí eu fiquei triste assim: “Aí, eu estudei tanto, fazia o que eu quero, trabalhava mais do que era a minha carga horária e aí saí nesse corte”, não esperava. Eu disse: “Não, vou estudar pra concurso, eu quero uma coisa segura agora”, já que eu também já estava desmotivada com a profissão, aí fui estudar pra concurso na área de jornalismo, era uma vaga, aí eu não passei, mas continuei a estudar: “Eu não vou estudar mais só pra jornalismo, vou estudar pra um concurso público, quero ter estabilidade”. Aí eu tava em um evento e encontrei com uma amiga minha que trabalhava na TV Ceará, que tinha trabalhado comigo, apresentado um programa comigo na TV Unifor, aí eu disse: “Não to mais no mercado”, ela disse: “Você tá trabalhando aonde?”, “Não, não to no mercado, to estudando pra concurso”, ela: “Ah, tem uma vaga lá na TV”, aí eu disse: “É, um cinegrafista de uma outra TV que eu trabalhei tinha me dito dessa vaga, mas que precisava de uma indicação”. Aí ela: “Pois eu vou te ajudar”, aí eu sabia que se ela tava dizendo aquilo é porque ela realmente ia ajudar porque ela é uma pessoa realmente de palavra, eu tinha trabalhado com ela, eu sabia o trabalho dela e também sabia que se ela tava dizendo que ia me ajudar é porque ela gostava do meu trabalho, porque ela não ia indicar qualquer pessoa porque ela tava botando o nome dela. Aí passou uma semana e ela me ligou dizendo que tinha me indicado, que a pessoa ia me ligar, que ia dar certo, realmente num processo de um mês eu fiz a seleção, deu certo e to adorando lá.
P/1 – Luana, quais são os seus sonhos pro futuro?
R – Eu to vivendo muito o presente porque eu to indecisa ainda se eu quero ficar no jornalismo, se eu quero sair, então meu maior conflito hoje em dia é esse, que área seguir, porque no jornalismo eu tenho uma independência, mas eu sou um pouco dependente dos meus pais ainda porque não, assim, no jornalismo, eu vejo que não é só o meu caso, mas na maioria dos casos, as pessoas que trabalham comigo. Não dá pra você querer ter a vida que você tem com os seus pais, assim, uma vida melhor no jornalismo, você, ou você vai ter que fazer outra coisa, uma assessoria, ou mudar de área ou ter o pai ou mãe que realmente pode sustentar, mas, assim, pro padrão de vida que eu gostaria de ter eu acho que é muito complicado ficar no jornalismo. Então eu tenho essa dúvida, que área seguir, eu gosto de Direito, mas acho que o mercado tá muito saturado, aí eu gosto de Nutrição, mas eu nunca gostei de Química quando eu estudava, será que vai dar certo? Aí a minha irmã já disse: “Faz Arquitetura que dá dinheiro”, aí eu fico nesse conflito, aí enquanto eu fico nesse conflito o que eu faço? Eu fico estudando pra concurso, concurso que não é na minha área, concurso que tem mais vagas, eu fico, quando eu tenho tempo eu estudo, sempre compro vídeo aulas e fico estudando em casa.
FINAL DA ENTREVISTA
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