P - Então Eliana boa tarde, muito obrigado por nos dar essa entrevista. E para nós começarmos, queria que você falasse seu nome, o local e a data de nascimento.
R - Meu nome é Eliana Maria das Graças Custódio, eu nasci em Cruzeiro interior de São Paulo, no dia 13 de setembro de 1965.
P - Eliana, antes da gente começar a falar de você mesma eu queria que você falasse das suas origens, dos seus pais, o nome deles, o que eles faziam.
R - Minha mãe Maria Rita Flores Custódio, ela é mineira de uma cidade chamada Baependi, dona de casa, do lar. Meu pai Benedito José Custódio, ele é natural de Aiuruoca uma cidadezinha também de Minas Gerais. Meu pai hoje é aposentado, mas boa parte da vida dele trabalhou como metalúrgico, foi líder sindical durante muitos anos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos. Moramos durante um período em Cruzeiro, até os meus quatro anos de idade nós moramos em Cruzeiro e depois meu pai arrumou emprego na COSIPA e mudamos para Santos, São Vicente, onde fiquei até 1999 e vim para São Paulo em 2000 trabalhar, estudar e enfim.
P - Você conseguiu aproveitar Aiuruoca?
R - Olha nas férias Nas férias a gente ia muito pra Baependi pra Aiuruoca e era muito gostoso, porque os familiares dos meus pais moravam em roça, então eu aprendi muita coisa na roça com os meus avós, principalmente com meu avô materno, né? Ele ensinava as ervas o que era bom para que, ensinava a plantar, ensinava os segredos das matas, como é que a gente tinha que entrar na mata e sair pra não acontecer nenhum incidente. Meu avô era erveiro, então muitas pessoas procuravam ele pra fazer remédios, indicar remédios pra vários tipos de doenças, até para problemas de parto. Então era muito gostoso porque pra gente sair da cidade e ir pra roça era totalmente diferente – fogão à lenha; tomar banho em banheira, em bacia de água... aquela grande, tomar banho em córregos; pescar lambari com peneira, jogava fubá assim...
Continuar leituraP - Então Eliana boa tarde, muito obrigado por nos dar essa entrevista. E para nós começarmos, queria que você falasse seu nome, o local e a data de nascimento.
R - Meu nome é Eliana Maria das Graças Custódio, eu nasci em Cruzeiro interior de São Paulo, no dia 13 de setembro de 1965.
P - Eliana, antes da gente começar a falar de você mesma eu queria que você falasse das suas origens, dos seus pais, o nome deles, o que eles faziam.
R - Minha mãe Maria Rita Flores Custódio, ela é mineira de uma cidade chamada Baependi, dona de casa, do lar. Meu pai Benedito José Custódio, ele é natural de Aiuruoca uma cidadezinha também de Minas Gerais. Meu pai hoje é aposentado, mas boa parte da vida dele trabalhou como metalúrgico, foi líder sindical durante muitos anos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos. Moramos durante um período em Cruzeiro, até os meus quatro anos de idade nós moramos em Cruzeiro e depois meu pai arrumou emprego na COSIPA e mudamos para Santos, São Vicente, onde fiquei até 1999 e vim para São Paulo em 2000 trabalhar, estudar e enfim.
P - Você conseguiu aproveitar Aiuruoca?
R - Olha nas férias Nas férias a gente ia muito pra Baependi pra Aiuruoca e era muito gostoso, porque os familiares dos meus pais moravam em roça, então eu aprendi muita coisa na roça com os meus avós, principalmente com meu avô materno, né? Ele ensinava as ervas o que era bom para que, ensinava a plantar, ensinava os segredos das matas, como é que a gente tinha que entrar na mata e sair pra não acontecer nenhum incidente. Meu avô era erveiro, então muitas pessoas procuravam ele pra fazer remédios, indicar remédios pra vários tipos de doenças, até para problemas de parto. Então era muito gostoso porque pra gente sair da cidade e ir pra roça era totalmente diferente – fogão à lenha; tomar banho em banheira, em bacia de água... aquela grande, tomar banho em córregos; pescar lambari com peneira, jogava fubá assim e subia os peixinhos com peneira e depois limpava e comia; matar frango no quintal – era uma vida totalmente diferente (risos), pra gente aquilo era o máximo. Pra mim, para os meus irmãos que pudermos ter esse período de férias, né – nesses lugares assim totalmente diferentes – pra gente foi muito bom.
P - Você lembra assim de alguma das histórias do seu avô, da sua avó?
R - Ah, do meu avô, lembro de uma do cachorro dele. Ele tinha um cachorro que chamava (Volks ?). A casa dos meus avós ficava no alto, então tinha um caminho que da casa dava para ver quando você tava fazendo o contorno nesse caminho e o meu avô dizia que o cachorro via a beira do chapéu dele quando ele tava passando por aquele caminho (risos) e o cachorro ia encontrar dele. Aí depois de muitos anos, esse cachorro morreu devido a idade, a velhice, mas o meu avô dizia que todos os dias naquela hora ele tinha certeza que o cachorro tava indo ao encontro dele e que chegava em casa junto com ele, ficava do lado dele tirando a bota, tirando o calçado que fosse e ficava ali, como ele ficava quando era vivo, né? Ele falou assim: “ele nunca vai me abandonar”. E a gente cresceu e meu avô contando essa história do cachorro, do (Volks?) – ele adorava aquele cachorro, né. E histórias do mato, de bichos que tinham no mato, de pessoas que tinham morrido e que andavam e continuavam vivendo no mato, andando pelo mato, então, tem uma série de histórias que eram muito engraçadas e ouvi meu avô contar. Ele fazia uma fogueira, assim, no quintal da casa dele e colocava a gente envolta e ficava contando as histórias dele, de quando ele era pequeno, de coisas que ele já tinha visto no mato: já tinha visto o Lobisomem, já tinha visto o Mula-sem-cabeça (risos), já tinha visto de tudo. E a gente ficava impressionado, a gente ficava acordado e ao mesmo tempo com medo “será que o lobisomem vai aparecer, aqui?”. Essas histórias que têm nas regiões mais afastadas, acho que no Brasil inteiro está cheio dessas histórias.
P - Tem uma coisa meio arquetípica assim do lugar (risos)?
R - Arquetípica assim... dessa época?
P - Nessa cultura, não tem?
R - Tem.
P - Lobisomem, acho que já viram por todos os cantos? (risos)
R - Então, tudo quanto é lugar, tudo que é lugar (risos).
P - Uma das perguntas aqui que me deram, pra você falar o que mais marcou na sua educação, né, familiar? Você destacaria?
R - Educação familiar o que destacou foi minha mãe. A minha mãe tem um papel muito importante na minha vida porque quando eu tinha 13, 14 anos a minha mãe ela me dizia três coisas, acho assim que são de suma importância: que eu tinha que aprender a e defender do racismo, que não ia ser algo fácil; que eu tinha que me empenhar ao máximo para ter uma formação profissional, que isso ia ser muito importante para a minha vida; e que eu precisava ser uma mulher muito forte, determinada e saber muito bem o que eu queria da vida e não permitir que ninguém me maltratasse, que ninguém fizesse de mim uma mulher omissa ou submissa e que eu tinha que reagir a todas as agressões que fatalmente eu ia encontrar pela vida. Eu sempre falo que a primeira feminista que eu conheci foi a minha mãe, né? Ela sempre, desde pequena, ela sempre veio já me preparando pra encarar o mundo. E ela sempre dizia também uma coisa que é muito importante – e isso ela sempre dizia assim pra todos nós dentro de casa... porque eu sou a única mulher no meio de quatro homens – então ela dizia que nós não podíamos discriminar as pessoas por ser gordo, por ter necessidades especiais, por ser homossexuais, ou por qualquer outra razão que fosse diferente de nós, que nós tínhamos que aprender a respeitar essas diferenças, porque isso não importava, o importante era o que a pessoa representava pra gente e a gente pra pessoa e que a gente ia viver com essas pessoas e que era importante que a gente soubesse respeitá-las dentro das suas limitações, dentro do seu perfil enfim. Isso foi algo fundamental não só para mim mas para todos os meus irmãos. Então isso, a gente aprendeu desde pequeno porque minha mãe via o que passava dentro da escola. Ela falava: “Não cometa a mesma agressão, você tem que agir diferente”. Devido às diferenças e devido o próprio preconceito, né, que a gente vivia. A gente dizia: “Oh mãe, na escola falaram isso” “Olha mãe, me xingou disso”, então ela falava assim: “Você não pode fazer a mesma coisa, você tem que ser diferente”.
P - E o esporte onde assim onde é que entra, porque eu estou vendo uma certa militância?
R - Eu tenho uma militância muito forte dentro do movimento social. Na realidade eu pratiquei esporte, eu fiz salto em extensão, salto em altura, corrida de 200 metros. Aí eu sai do esporte individual e fui para fazer o esporte coletivo, fui jogar basquete. Aí eu joguei basquete de 81 até 89. Mas na época eu tive que fazer uma opção: ou eu continuava jogando basquete – e na época você não tinha tanto incentivo para o esporte como você tem hoje – então eu tive de fazer a opção de parar de jogar basquete e começar a trabalhar para pagar minha faculdade. E aí parei de jogar basquete e fui fazer Universidade, me formei em Administração de Empresa, comecei a ver outros caminhos de ter como me sustentar, pensar na minha carreira, em termos de futuro, então eu abandonei o esporte nesse processo. Mas gosto de esporte de vez em quando jogo um pouquinho de basquete com o pessoal master, né, (risos) – eu estou com 44 anos então não dá mais pra jogar com a garotada – então tenho uma equipe de master de vez em quando a gente joga um basquetinho, pra dar uma exercitada, mas hoje eu atuo com o esporte de uma outra forma, porque eu faço parte de uma organização de mulheres negras que compõem a Rede de Esporte pela Mudança Social. Então hoje o trabalho com o esporte ele está mais dentro de uma proposta mais política de formação de rede de esporte, de trabalhar a inclusão através do esporte, de trabalhar o esporte como uma ferramenta pra superação das desigualdades, da superação da pobreza enfim, numa outra vertente, e não a prática do esporte.
P - Você poderia nos descrever uma situação onde você se encantou por alguma coisa em relação ao esporte, uma transformação, ou o contrário, nos descrever uma situação que você viu a aplicação dessas coisas, por exemplo?
R - Eu acho que o esporte ele traz algo assim, com a prática do seu dia-a-dia, acho que ele te ajuda na disciplina, né, de cumprir o horário, de ter horário pra isso, de ter horário pra aquilo, você tem horário pra jogar, enfim, acho que isso colabora muito que você crie uma disciplina até o teu corpo que responde melhor o seu cotidiano, o seu dia-a-dia, isso é indiscutível. Agora o esporte quando a gente pensa no esporte, nesse esporte que a gente defende enquanto Rede de Esporte pela Mudança Social ele é mais amplo e a gente pensa o esporte como desenvolvimento, com o recorte do desenvolvimento humano, a gente pensa o esporte para trabalhar as questões de gênero, de trabalhar as relações raciais, trabalhar as questões da educação, dos direitos humanos, de trabalhar a inclusão, do desenvolvimento econômico que é algo muito importante, né. Essa é a linha do esporte que a gente, que eu mais acredito hoje, que eu estou mais determinada a pensar e ajudar a construir e formatar esse projetão de futuro do esporte. Acho que não respondi o que você queria, né? (risos)
P - Eu estou pensando assim, está respondido claro. Então eu vou mudar a pergunta, que tal me descrever uma situação, conte uma história, sua, relacionada como esporte, uma vivência sua, um campeonato na escola (risos).
R - Uma vivência?
P - A cesta há um segundo (risos).
R - Tem tantas... Deixa eu lembrar de uma marcante... final do campeonato paulista... regional – deixa eu ver que ano foi 86...lembrei (risos) é que a idade é uma coisa complicada – no campeonato regional da Baixada Santista em 1986... foi um dos últimos anos que eu joguei mais assim voltado para o lado profissional do basquete mesmo, né? Aconteceu uma coisa muito interessante, porque nós estávamos jogando numa cidade da região da Baixada Santista que era Cubatão. Cubatão era uma cidade que devido ao pólo industrial 70% da população quase era masculina por conta da COSIPA – refinaria, todas as empresas – então geralmente as quadras de esportes eram muito mais freqüentadas por homens do que por mulheres, mulheres eram poucas. E devido a estrutura que a cidade oferecia, estrutura de esporte mesmo de quadra, quadras de boa qualidade, a final do campeonato foi em Cubatão. E quando nós estávamos descendo do ônibus pra entrar dentro do ginásio todo mundo pensando “acho que é um time masculino” que estaria descendo e viram que era um time de mulheres. Era muita gente, porque era raro ter atividade de esporte em Cubatão, então a gente chegou. A gente foi descendo do ônibus e “mais é um time de mulher?” “Mas elas vão jogar o que?”, alguns homens comentavam assim, e a gente entrando, “ah deve estar jogando peteca” e aí o outro falou assim: “ Não, elas estão com uma bola de basquete, elas vão jogar basquete” “ah não, mas mulher não sabe jogar basquete”. E aí a gente olhou e falou: “Ah, mulher não sabe jogar basquete, né? Então tá, esperem pra ver”. Aí começou o jogo, era São Vicente vezes Santos. Nós tínhamos um time em São Vicente que era formado pelas mulheres mais altas da região – todo mundo queria jogar em São Vicente, mas em São Vicente só tinha um clube que era o Tumiarú e Santos tinha o Saldanha, tinha o Vasco, o Atlético, enfim, tinha muito mais times do que São Vicente. E aí nós entramos para jogar, tinha lá a torcida natural de Santos e São Vicente, algumas pessoas de Cubatão que foram assistir. E aí começou o jogo, quando o nosso time fazia cesta (risos) o público de Cubatão vaiava, quando do outro time fazia cesta eles: “Eh, que não sei o que” e a gente não entendia o que estava acontecendo. E aí eu tinha a Sandra e a Sandra falou assim “Eu tenho que descobrir o que está acontecendo porque eu não vou sair assim de Cubatão sem saber o que está acontecendo”. E aí a gente depois que terminou o jogo tal foi uma festa, nosso time foi campeão todo mundo comemorando, e aí ela chegou e perguntou pra um dos meninos assim: “Por que quando o nosso time tava fazendo a cesta vocês vaiavam o time? Vocês torcem pro Santos, pro time de Santos? São Vicente é tão mais próximo de Cubatão, tem essa relação cultural mais próxima e tal, até por conta do rio que atravessa aqui (risos) o que nos dividi é um rio não é uma estrada como no caso de Santos”, aí eles disseram assim: “Não, é que quando vocês entraram a gente tava tentando paquerar vocês e vocês não olhavam pra gente” ________ mas paquerar?, ela perguntou assim, “A gente falou que vocês jogavam peteca, que vocês faziam isso e aquilo outro e vocês nem olharam pra gente” e ela falou: “A gente ta pensando que vocês estavam discriminando por não acreditar que a gente joga basquete e ele falou: “Não, era só uma maneira de chamar a atenção de vocês e a gente ficou e começou a torcer para o time de Santos”, aí eu peguei e falei assim: “É uma questão de comunicação, né?”. A gente entrou revoltada com eles por não entenderem que a gente jogava basquete, duvidaram da nossa capacidade (risos) de jogar basquete quando eles queriam na realidade era fazer, falar um “Oi, tudo bem? Como é que tá?” “A gente vai jogar basquete sim, nós somos um time feminino, mas a gente joga basquete sim”, mas enfim coisas um pequeno olhar de comunicação de falar “oi tudo bem? Como é que tá?” ou não “a gente vai jogar basquete sim”, não a gente se recusou – a gente entrou “imagina, eles estão duvidando da nossa capacidade de jogar basquete, eles vão ver o que a gente vai fazer nessa quadra”. Foi uma parte engraçada assim, foi uma coisa bem... foi um detalhizinho, né, essa foi bem engraçada...
P - E essa você trouxe até aqui
R - Essa eu trouxe até aqui
P - E continua aplicando no dia-a-dia (risos)
R - Exatamente (risos). Não duvidaram da capacidade e aí foram coisa que foram acontecendo no decorrer assim que é muito engraçado, né, eles não duvidaram da nossa capacidade naquele momento o que eles queriam era que a gente olhasse pra eles e nada além disso (risos).
P - E agora pensando no hoje, o nome da Associação que você trabalha?
R - Geledés.
P - Aliás, Geledés por que?
R - Geledés é um nome yorùbá. Na realidade, você escreve Geledés mas se pronuncia Geledés. É um nome de origem yorùbá, na realidade é gęlędę que é uma sociedade secreta de mulheres negras que viviam na Nigéria que desenvolviam culto yorùbá, que é um culto ligado à religião de matriz africana, no Brasil é conhecida como candomblé e é um culto dirigido e feito somente por mulheres que também tinham como missão cuidar da aldeia aonde elas viviam, das crianças que viviam nessa aldeia, da alimentação e do plantio. Quando a gente traz o nome gęlędę pro contemporâneo a gente põe Geledés, a gente não usa originalmente a palavra gęlędę em respeito inclusive a essa tradição. Esse culto gęlędę é um culto que foi tombado pela UNESCO, faz parte do Patrimônio Histórico da Humanidade por ser um culto muito específico que mexe com todos os elementos da natureza. Aqui no Brasil você tem algumas casas de candomblé que tem uma relação com esse culto, que fazem a prática desse culto que tá ligado às orixás femininas, não todas, é bom dizer que gęlędę as orixás que estão relacionadas é Nanã, Iemanjá e Oxum, são essas as orixás femininas que tem a representatividade das gęlędęs, que fazem parte do culto. Então a gente traz esse nome pro contemporâneo e a gente amplia, porque a gente trabalha com saúde, com educação, com direitos humanos da população negra, e em especial das mulheres negras, né, nos trabalhamos com o atendimento às mulheres em situação de violência de qualquer etnia, com atendimento à vítimas de discriminação racial de qualquer raça e etnia, com formação de lideranças comunitárias e nós temos um centro de documentação onde a gente tem um acervo da história da população negra, enfim, tudo que está relacionado à história do negro no Brasil, à história da mulher negra no Brasil, a gente tem um acervo histórico que a gente utiliza para pesquisa, algumas escolas, universidades também passam por lá para fazerem pesquisas.
P - E Eliana você podia nos descrever, nos contar alguma situação dentro da Geledés que foi muito marcante para você? Se tiver relacionada ao esporte também, eu não sei.
R - Acho que uma situação marcante dentro do Geledés é em 2003 quando eu assumo a Diretoria, né, porque eu venho de uma outra cidade – eu venho de Santos – eu já conhecia a Geledés, eu sempre quis trabalhar no Geledés que é uma das organizações assim que eu achava que tem um trabalho muito importante, uma seriedade, um compromisso e assim sou super fã de Suely Carneiro que é uma as lideranças de Geledés, então eu sempre quis. Então o grande momento da minha vida foi assumir, quando eu entro pra dentro do Geledés isso pra mim é maravilhoso. E aí dentro dessa questão do esporte eu acho que um grande momento pra mim relacionado ao esporte e ao que eu faço foi quando a gente fez o terceiro Encontro da Rede Nacional de Esporte pela Mudança Social dentro do Geledés, quer dizer é uma organização que não tem dentro do seu projeto se programar a questão do esporte, mas dentro da articulação da rede conseguiu levar pra dentro da organização um encontro tão importante que a gente realizou no ano passado – mais ou menos nessa época, né – e quando a gente leva pra dentro da organização a gente também está fazendo duas, três coisas que são super importantes: uma que é fortalecer a diversidade da rede de esporte, porque a gente não tem só organizações que trabalham com esporte, mas tem no caso organizações como o Geledés que não atua na área do esporte mas que tem uma proposta de trabalhar a inclusão e sabe que o esporte é uma ferramenta importantíssima pra trabalhar essas questões e aí você mostra o outro lado da organização e fortalece as relações dentro da rede e acho que isso é uma coisa importante, quer dizer não é a prática do esporte mas é a vivência, fortalecer a vivência da rede de esporte dentro de uma organização que não atua. Quer dizer, fortalece a nossa diversidade que é um grande ponto da rede é esse, a diversidade de estar tratando dessas ações.
P - Então pra gente finalizar uma pergunta super simples que é qual é o seu maior sonho?
R - Nossa, o meu maior sonho Eh, eu não sei, são tantos... tantos. O meu maior sonho (pausa) nossa você me pegou, é difícil... Um Brasil mais humano, mais igualitário. Meu maior sonho é esse.
P - Ok.
R - Esse é...você vai ficar interrompendo a minha entrevista? (riso) Acho que o meu mairo sonho é esse um Brasil mais humano, mais igualitário, mais tolerante, principalmente quando você pensa nessa intolerância que você assisti hoje que leva a casos extremos de violência. E aí você pega a intolerância religiosa, a intolerância com o meu vizinho, a intolerância com o meu filho, com o meu marido, enfim, que leva a várias situações de violência. Acho que um país mais tolerante, mais humano, mais igualitário.
P - Ok, Eliana. Muito obrigado.
R - Por nada. Se não ficou bom não vou gravar de novo (risos).
(Volks?)
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