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Por: Museu da Pessoa,

Do sítio do pica-pau amarelo à família que emociona

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Do sítio do pica-pau amarelo à família que emociona

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Eduardo Goldenberg é o meu nome. Carioca da Tijuca, 27 de abril de 1969. Entre aslendas e mistérios da família, estaria a de que o meu pai teria tido a visão de um índiona véspera do meu nascimento, avisando da minha chegada. Estou, portanto, àsvésperas de completar o meu primeiro meio centenário.Por toda a infância, lembro de ter morado a um passo de minha avó e minha bisa.Costumo dizer que minha memória assinala uma criação sempre “no meio domatriarcado”. Era uma vila, uma verdadeira comunidade. Ela existe até hoje e asrecordações dali parecem não desagarrar de mim – frequentemente me vejo em seuportão, procurando aquele menino que conheceu o carinho, o afeto, os cuidadosespeciais naquele lugar. Até hoje eu a comparo a uma espécie de Sítio do Pica-pauAmarelo, com direito a avó e bisa de mesmo nome: Matilde. Ali, todas as minhasvontades eram feitas, eu tinha colo e contação de histórias. Onde a gente soltava pipa,pulava amarelinha, jogava bola de gude. Passeava no táxi do “seu” Mário. Aliás, eraisso que eu queria ser quando crescesse: motorista de táxi, como o “seu” Mário. Até,em conexão com esse desejo de criança, um amigo meu, taxista, me deu de presente“um dia de táxi” quando eu fiz 40 anos. Juro que eu chorei, de emoção, do primeiro aoúltimo passageiro.Mas, voltando à infância, guardo na memória o contato com os avós. A história,contada entre dentes, de uma inicial rejeição à minha mãe por ser uma “goi” - nãojudia. De encontrar com o meu avô quase todos os dias, numa roda de aposentados,ele falando ídiche com os companheiros, me acarinhando e colocando uma moeda emmeu bolso. Nessa época, a “gói” já tinha sido aceita.Mas depois, com o tempo também, acho que isso foi esfumaçando, sabe? Eu tenho umamemória do meu avô, de um homem muito terno…Nós não participávamos – que eu me lembre – de cerimônias...

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PCSH_HV755_Eduardo_Goldenberg _ rev

ENTREVISTA DE EDUARDO GOLDENBERG

ENTREVISTADO POR CAROL MARGIOTTI E JOYCE YUMI MATSUNAGA

SÃO PAULO, 12 DE ABRIL DE 2019

PROGRAMA CONTE SUA HISTÓRIA

ENTREVISTA NÚMERO PCSH_HV755 _ rev.

TRANSCRITA POR SELMA PAIVA

REVISÃO PAULO RODRIGUES FERREIRA

P/1 – Obrigada, Eduardo! Bom dia, muito obrigada por estar aqui hoje com a gente e, para começar, seu nome completo.

R – Bom dia! Imagina! Eduardo Braga Goldenberg.

P/1 – O local e a data do seu nascimento.

R – Eu nasci no Rio de Janeiro, na Tijuca, no dia 27 de abril de 1969.

P/1 – E você sabe por que seus pais lhe deram esse nome, Eduardo?

R – Não sei. Nunca perguntei. Você acabou de me dar uma grande ideia. Não sei. Eu sei que tem uma história engraçada com o nome que os meus pais deram aos filhos, porque eu tenho dois irmãos que são Fernando e Cristiano. E o que eu sei é que o Cristiano era para se chamar Gustavo, minha mãe queria F e G, mas meu pai foi registrar e deu Cristiano. Por conta do personagem do Tony Ramos em uma novela, na época, e não seguiu a sequência dela. Mas eu não sei por que Eduardo. Não sei, mas vou perguntar. Você acabou de me dar uma grande ideia.

P/1 – Mas na ordem de nascimento...

R – Eu sou o mais velho. Depois tem Fernando, em 1971 e Cristiano, em 1975.

P/1 – E seus pais contavam para você sobre como foi o dia do seu nascimento?

R – Não contavam muito. Mas quando eu fiz quarenta anos, a minha mãe me deu de presente o meu álbum de bebê e um diariozinho, uma cadernetinha preta - uma espécie de um Moleskini - com o diário do meu primeiro ano de vida. Desde dois dias antes do nascimento, até eu completar um ano, um pouquinho mais de um ano. E aquilo ali, para mim, foi uma coisa a qual eu recorria febrilmente muitas vezes, sabe? Para poder, enfim, saber das coisas, saber como aconteceram as coisas, como as coisas se deram e tal. Mas não, de falar, nunca; assim... Muito, não. Eu sei de histórias que...

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