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Por: Museu da Pessoa, 4 de julho de 2013

Descongelando o futuro

Esta história contém:

Descongelando o futuro

A história dos meus pais foi essa: mamãe estava no bonde, no carnaval, com um casal de amigos, e papai estava ali na frente da escola de direito de São Francisco. Então o bonde estava passando, papai conhecia o casal de amigos, casados, que a mamãe estava junto. Então papai viu mamãe, pegou uma serpentina, jogou, caiu no colo dela, e ela falou “é esse”. Eles ficaram casados muitos anos. Sempre foram muitos divertidos. E práticos. Então na nossa caixa de cartas, onde punha leite e tudo, já tinha um vidro de Maravilha Curativa, já tinha um pacote de algodão. A gente adorava, porque tinha de tudo, às vezes tinha palavrão, coisas que não se falavam, era muito divertido. E um dia meu irmão, pequeno, foi ficar na casa da minha avó e daí quando voltou chorava, chorava, daí minha mãe não sabia o que era, ele falou “ah, mãe, toda vez que eu vou na casa da vovó tem pastel e trombada”. Estudei no Porto Seguro. O colégio tinha uma coisa que era fantástica, ele falava pra você: “escolhe cinco roupas, essas cinco roupas vão te acompanhar” – por quê? As pessoas que vinham da Alemanha, da Guerra, vinham sem dinheiro, nenhum; então fulano era um grande industrial, chegava aqui ia ser chacareiro, porque ele não tinha o que fazer. Então, eles saíram de lá com uma mão na frente outra atrás, mas eles tinham muita coisa na cabeça. Então, eles conseguiram porque eles tinham coisa na cabeça. Então isso foi uma coisa que me marcou muito, que eu nunca tive medo de nada, porque eu sempre soube que se eu tivesse com a minha cabeça inteira eu podia fazer qualquer coisa. Ah, eu tinha vontade de fazer Direito, mas no fim não deu certo e a mamãe me obrigou a fazer Secretariado, porque eu falei que ia fazer Clássico, ela falou “isso não dá diploma, então você vai fazer Secretariado”. Minhas duas irmãs tinham feito. Fiz um ano e meio, não suportei, aí eu fiz Madureza, que é supletivo hoje,...

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Dados de acervo

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P1 - Vou começar pedindo pra você falar seu nome, local e data de nascimento.

R- Meu nome é Cristina Azevedo Costa, eu sou nascida em São Paulo, em 22 de novembro de 1944.

P1 - Cristina, seus pais são de São Paulo?

R- Mamãe é de São Paulo, paulista, paulistana, do Largo de São Paulo, como ela fazia questão de dizer. Papai era sergipano.

P1 - Como que era o nome deles?

R- Papai era o Aldo Azevedo e mamãe, Maria Vornehmering de Azevedo.

P1 - Vamos falar um pouquinho da sua origem familiar: os seus avós paternos são de onde?

R- São todos de Sergipe.

P1 - Os avós, a família do seu pai vem de Sergipe...

R: Do papai, Azevedo de Sergipe... E papai veio pra cá, pra São Paulo, com 18, 19 anos, e depois ficou sempre aqui.

P1 - O que que seus avós paternos faziam, vc sabe?

R- Eles eram fazendeiros, em Nossa Senhora das Dores, que é perto de Aracaju.

P1 - E seu pai trabalhava na fazendo com eles, ou...?

R Ele... É, acontece que o pai dele faleceu quando ele tinha dois anos. Então ele ficou na fazenda, depois eles tinham uma empresa de tecelagem, de fios.

P1 - Além da fazenda.

R- É além da fazenda... E quando ele se mudou pra são Paulo, ele montou uma tecelagem e... Fábrica de tapetes também.

P1 - Por que ele decidiu sair de lá e vir pra cá?

R- Ah, o sonho era vir pra são Paulo. Naquela época, isso... Papai era de 1900. Então ele veio pra cá em 1920, 19, 20, porque são Paulo era, continua sendo, a locomotiva, mesmo, do brasil. E aqui aconteciam as coisas, aqui, tudo, todas as novidades, todas as coisas, vinham primeiro pra são Paulo – pro Rio de Janeiro que era capital –, mas do trabalho mesmo sempre foi são Paulo.

P1 - Aí ele veio pra são Paulo e se estabeleceu aonde? Ele veio com 19 anos, você falou?

R- É ele veio pra cá, aí eles ficaram morando... ele ficou morando no bairro do Belenzinho. Depois que eles vieram pro Jardins, a mamãe morava em Higienópolis, e... É bem do começo do século.

P1 - Mas seu pai veio sozinho ou...

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