A minha infância foi no interior, pobre, meu pai tinha um comércio onde no qual parava o ônibus e esse ônibus deixava a mala dos Correios e a gente levava para a agência próxima da nossa casa. Eu simplesmente achava bonito aquilo, porque a minha cidade era do interior e as pessoas estudavam fora. Então eu sempre via as pessoas colocando as cartas nos Correios, e eu mesmo cheguei a levar correspondência pras fazendas próximas. Aprendi a gostar do Correio. Em 72 eu vim embora pra Brasília e fui morar perto do Correio. Depois conheci um senhor e uma senhora dos Correios e ele tinha uma coleção de selos e eu ficava olhando aquilo. Ele percebeu e falou pra mim que quando eu completasse dezoito anos ele ia me arrumar um trabalho lá.
Bom, quando eu completei 18, apareceu o concurso, e eu fui pra Porto Alegre, fiz um aprendizado, e comecei a minha vida nos Correios ainda em Brasília. Trabalhei em diversos lugares pelos Correios até me aposentar e me associar à Associação dos Aposentados, porque eu não queria ficar parada dentro de casa.
Eu até já participei de um concurso pra Rainha dos Aposentados. Acho que a minha história é uma história de amor pelos Correios. A associação cuida do aposentável e dos aposentados. Isso é muito importante pras pessoas e pra instituição cuidar das pessoas. É também é uma maneira de gente se encontrar, porque quando a gente trabalha num local, descobre muitos amigos que depois podem ficar perdidos.