Cordelista na vila
“Sou um iniciante
Na arte de escrever
Mas quero fazer história
Pra você gostar de ler
Adoro o que estou fazendo
Em Roraima estou vivendo
Só saio quando morrer”
(Souza; Otaniel,2008)
Começo com esse trecho do cordelista Otaniel Mendes de Souza, maranhense que escolheu o estado de Roraima para morar, se fixando por um bom tempo na Vila Central-Cantá, agricultor, agente comunitário de saúde e escritor, com 57 anos começou a cursar o ensino médio na Vila Central e lá despertou o interesse por escrever.
Conhecido na Vila como cutião, seu Otaniel é exemplo de um homem do campo que não nega sua identidade, grato pela vida que tinha e com muita vontade de escrever.
“A vida deste maranhense é engraçada de ler
Sempre batalhando
Muito rico nunca conseguiu ser
Com fé em Deus trabalhando
E em Roraima lutando
Mas só sai quando morrer”
(Souza; Otaniel,2008)
Pensei em escrever sobre outro pessoa do campo, porém, me deparei com um grande questionamento íntimo, por que não falar de um familiar meu, né? Estou esperando o que para falar de alguém que eu convivi e tenho orgulho de sua história, por que procurar tão longe se tenho tão perto? Tenho que começar a preservar a minha história familiar, não há melhor pessoa para fazer isso do que eu.
Então esse é meu pai um homem que amava o campo, concluiu seus estudos já tarde, porque mais novo não teve oportunidade de fazer, era um ser humano muito autêntico, curioso, determinado, correu atrás de publicar seus cordéis com todas as dificuldades encontradas. O que importa é que ele conseguiu e viveu sua história como ele decidiu, ele fez sua história acontecer, meu pai é referência de que nunca é tarde para ir além dos limites que as circunstâncias da vida nos mostram, todo sujeito tem sua forma de saber e meu pai buscou transformar sua realidade.
Meu pai me ensinou que se você quer tudo perfeito nunca iremos...
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Cordelista na vila
“Sou um iniciante
Na arte de escrever
Mas quero fazer história
Pra você gostar de ler
Adoro o que estou fazendo
Em Roraima estou vivendo
Só saio quando morrer”
(Souza; Otaniel,2008)
Começo com esse trecho do cordelista Otaniel Mendes de Souza, maranhense que escolheu o estado de Roraima para morar, se fixando por um bom tempo na Vila Central-Cantá, agricultor, agente comunitário de saúde e escritor, com 57 anos começou a cursar o ensino médio na Vila Central e lá despertou o interesse por escrever.
Conhecido na Vila como cutião, seu Otaniel é exemplo de um homem do campo que não nega sua identidade, grato pela vida que tinha e com muita vontade de escrever.
“A vida deste maranhense é engraçada de ler
Sempre batalhando
Muito rico nunca conseguiu ser
Com fé em Deus trabalhando
E em Roraima lutando
Mas só sai quando morrer”
(Souza; Otaniel,2008)
Pensei em escrever sobre outro pessoa do campo, porém, me deparei com um grande questionamento íntimo, por que não falar de um familiar meu, né? Estou esperando o que para falar de alguém que eu convivi e tenho orgulho de sua história, por que procurar tão longe se tenho tão perto? Tenho que começar a preservar a minha história familiar, não há melhor pessoa para fazer isso do que eu.
Então esse é meu pai um homem que amava o campo, concluiu seus estudos já tarde, porque mais novo não teve oportunidade de fazer, era um ser humano muito autêntico, curioso, determinado, correu atrás de publicar seus cordéis com todas as dificuldades encontradas. O que importa é que ele conseguiu e viveu sua história como ele decidiu, ele fez sua história acontecer, meu pai é referência de que nunca é tarde para ir além dos limites que as circunstâncias da vida nos mostram, todo sujeito tem sua forma de saber e meu pai buscou transformar sua realidade.
Meu pai me ensinou que se você quer tudo perfeito nunca iremos fazer nada, a vida é feita de imperfeições, meu pai era desprovido daquelas regras da escrita perfeita, porém, isso não o limitou de querer escrever seus cordéis, ele se esforçou para escrever orações e conseguiu.
Pai, sempre quero carregar muito do senhor, muitas vezes me pego orgulhosa de mim, por ver tanto de você na minha existência!
Eu sou muito grata por ter tido o senhor, Pai...
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