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Por: Museu da Pessoa, 6 de maio de 2015

Burro eu não sou de jeito nenhum

Esta história contém:

Burro eu não sou de jeito nenhum

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Meu nome é Antonio Ferreira da Silva, nasci no dia 10 de outubro de 1948, em Caxias, Maranhão. Eu não tive aquela alegria que todo mundo tem hoje: os filhos vão pro colégio, estudam, faz um curso... Quando eu vim pra Fercal, eu vim foi em 88, no dia 1º de agosto eu cheguei aqui. Eu não sabia nada, saí do Nordeste. Eu me criei na roça, mas não gosto da roça. Aí eu falei: “Vou colher essa roça, vou vender esse arroz e vou embora. Vou pra Brasília”. Peguei dois meninos, os mais velhos, e trouxe. Minha mulher ficou com os dois mais novos lá.

Eu tinha uma tia que morava aqui na Ciplan, aqui no Queima Lençol. A minha tia falou, um domingo: “Meu filho, você dorme aqui. Amanhã, segunda-feira, você vai numa entrevista na Ciplan, quem sabe ela não vai pegar você pra trabalhar?”. Amanheceu o dia, eu fui. Cheguei e tinha muita gente na fila: “Meu Deus, não vai dar certo aqui, não”... Eu entrei; comecei a trabalhar.

Quando eu peguei o dinheiro, mandei no endereço onde minha mulher estava. Chegando lá, ela não me avisou que vinha embora: pegou o dinheiro, comprou a passagem e veio. Já era na segunda-feira, eu voltei já pra trabalhar, chegou uma pessoa e falou pra mim: “Rapaz, tua mulher tá aí!”. “Não. Minha mulher? Como é que ela veio pra cá?” Ela pegou um táxi, desceu na Ciplan, e cadê o dinheiro? Que ela não tinha o dinheiro para pagar o táxi. O taxista foi perguntando pelo meu nome: “Não. Não tem essa pessoa aqui, não”. Eu tinha um apelido aqui, Tião Segundo, porque tinha o Tião Primeiro, que parecia comigo. Então, estavam procurando o meu nome e ninguém achava. Aí um guarda da Ciplan falou: “Olha, eu vou pagar o táxi, ele vai embora, e eu vou levar você mais seus filhos lá pra casa, amanhã eu compro uma passagem e mando vocês de volta”. Na hora daquela conversa, chega uma pessoa, olha pra esse menino meu e fala: “Rapaz, eu acho...

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Em Caxias quando jovem

Dados da imagem Antonio quando jovem na praça principal da cidade, onde ia para encontrar com amigos e conversar.

Período:
Ano 1985

Local:
Brasil / Maranhão / Caxias

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
juventude, praça, amizade

Antonio quando jovem na praça principal da cidade, onde ia para encontrar com amigos e conversar.

Começo de vida em Fercal

Dados da imagem Os filhos de Antonio, Ismael, Lilian, Jeniel e Lucimeire, brincando na chácara onde a família morou quando chegou em Fercal.

Período:
Ano 1988

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
infância, filhos, brincadeira

Os filhos de Antonio, Ismael, Lilian, Jeniel e Lucimeire, brincando na chácara onde a família morou quando chegou em Fercal.

Festa de aniverário

Dados da imagem Festa surpresa preparada pela esposa e família para comemorar os 40 anos do sr. Antonio. De camisa rosa o seu tio abraçado com a esposa do sr. Antonio.

Período:
Ano 1988

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
aniversário, festa, tio, esposa

Festa surpresa preparada pela esposa e família para comemorar os 40 anos do sr. Antonio. De camisa rosa o seu tio abraçado com a esposa do sr. Antonio.

SINDILIMPEZA

Dados da imagem Antonio, à época diretor do SINDILIMPEZA, em encontro de sindicalistas durante o 5º Contracts- CUT.

Período:
Ano 1990

Local:
Brasil / São Paulo

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
reunião, cut, sindicato, contracs, sindilimpeza

Antonio, à época diretor do SINDILIMPEZA, em encontro de sindicalistas durante o 5º Contracts- CUT.

Comemoração de aniversário

Dados da imagem Sr. Antonio comemorando o aniversário com amigos queridos, como Osmar e sua esposa Maria (no canto direito da foto).

Período:
Ano 1990

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
aniversário, amigos

Sr. Antonio comemorando o aniversário com amigos queridos, como Osmar e sua esposa Maria (no canto direito da foto).

Reconhecimento e agradecimento

Dados da imagem Eliana Pedrosa, à época representante distrital, agradecendo o trabalho de Antonio, acompanhado de sua esposa Maria de Jesus Alves,  junto a comunidade de Fercal.

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Antonio Ferreira da Silva

História:
Burro eu não sou de jeito nenhum

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
política, habilitação, eliana pedrosa

Eliana Pedrosa, à época representante distrital, agradecendo o trabalho de Antonio, acompanhado de sua esposa Maria de Jesus Alves, junto a comunidade de Fercal.

Dados de acervo

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Votorantim Fercal

Depoimento de Antônio Ferreira da Silva

Entrevistado por Marcia Trezza e Tereza Ferreira da Silva

Fercal, 6 de maio de 2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV002_Antônio Ferreira da Silva

Transcrito por Ana Carolina Ruiz

P/1 – Seu Antônio, nós vamos começar a entrevista, fala o seu nome completo, por favor.

R – Meu nome é Antônio Ferreira da Silva.

P/1 – O senhor nasceu quando? Que data?

R – Eu nasci no dia dez de outubro de 1948.

P/1 – Em que lugar o senhor nasceu?

R – Caxias, Maranhão.

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – Meu pai se chama João Ferreira da Silva, Antônia Ferreira da Silva também, minha mãe. Foram umas pessoas criadas na roça, mas naquela luta, aquela coisa, só que muita gente lá falava assim: “Hoje eu não tenho o que comer em casa”. Mas nós lá na casa dos meus pais, por isso que eu falo, a gente trabalhava muito, mas não passava fome. Meu pai era uma pessoa, um homem muito trabalhador, nunca triscou a mão na gente, ele nunca bateu em nenhum de nós, nunca falou com a cara ruim, nunca maltratou nenhum. A minha mãe era mais cruel um pouquinho, né? Porque se todos os dois fossem do mesmo jeito, eu acho que não dava certo. Minha mãe era mais cruel um pouquinho, ela era mais carrasca um pouco, fazia aquelas coisas, mas foi muito bom. Eu não tive aquela alegria que todo mundo tem hoje, os filhos vão para o colégio, estudam, faz um curso, faz aquilo. Eu não tive isso, mas eu dou o maior dez, o maior valor na minha mãe e meu pai que foram as pessoas que me criaram, criaram eu, nós somos sete irmãos. Então criou a gente no maior carinho e não deixava nós passarmos fome porque nós éramos pobres, nós tínhamos fartura. Nós tínhamos muita fartura, nós tínhamos aqueles, não sei se a Tereza chegou a alcançar aqueles “paiolzãos” de arroz, de farinha, tapioca. Criava muito porco, galinha, cabrita, essas coisas. Então nós não chegávamos a passar fome. Nós éramos...

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