P/1- Boa tarde, Claiton.R/1- Boa tarde.P/1- Inicialmente, eu vou pedir pra você falar o seu nome completo, local e data de nascimento.R/1- Meu nome é Claiton José Melo. Eu nasci em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.P/1- Qual data?R/1- E a data de nascimento é 26 de maio de 1968.P/1- Claiton, como é que você ingressou no Banco do Brasil?R/1- Eu entrei no banco em 1992, como Menor Auxiliar de Serviços Gerais (MASG). Era o cargo que tinha à época, onde o banco chamava jovens e adolescentes que estavam estudando na rede pública. Então, havia uma seleção prévia na escola, onde a escola indicava alguns estudantes para irem até o banco e lá serem entrevistados. Então, eu entrei no banco em 1982 neste cargo, nesta função.P/1- E depois você fez concurso?R/1- E aí, então, na época, 1982, ainda não tinha o Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi votado lá em 1988, que aí definiu que só poderia ter trabalhadores adolescentes a partir dos 16 anos. O que o banco tem hoje, no caso. Então, essa modalidade também o Banco utilizava o concurso interno. Então, quem era funcionário do banco como Menor Auxiliar de Serviços Gerais, nesse cargo, podia fazer o concurso interno do Banco do Brasil. Como outros níveis, o nível de assessoramento, por exemplo, os contínuos. Era uma outra categoria que também podia fazer concurso interno para admissão funcional. Como carreira administrativa, que é o nome do cargo.P/1- Em qual cargo você entra, então, nesse concurso?R/1- Não, no concurso, então, eu fiz o concurso, eu fiz dois concursos internos. O primeiro, eu não passei em português. Então, tinha, teve uma segunda chance. Então, isso foi legal porque, na época, estudante, você não tinha muito essa noção, com 14, 15 anos de uma profissão. Aquela situação da juventude, da adolescência. Mas, felizmente, passei no concurso interno. E aí, fui assumir no banco, de fato, como funcionário de carreira, como posto efetivo que se chama ou...
Continuar leituraP/1- Boa tarde, Claiton.R/1- Boa tarde.P/1- Inicialmente, eu vou pedir pra você falar o seu nome completo, local e data de nascimento.R/1- Meu nome é Claiton José Melo. Eu nasci em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.P/1- Qual data?R/1- E a data de nascimento é 26 de maio de 1968.P/1- Claiton, como é que você ingressou no Banco do Brasil?R/1- Eu entrei no banco em 1992, como Menor Auxiliar de Serviços Gerais (MASG). Era o cargo que tinha à época, onde o banco chamava jovens e adolescentes que estavam estudando na rede pública. Então, havia uma seleção prévia na escola, onde a escola indicava alguns estudantes para irem até o banco e lá serem entrevistados. Então, eu entrei no banco em 1982 neste cargo, nesta função.P/1- E depois você fez concurso?R/1- E aí, então, na época, 1982, ainda não tinha o Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi votado lá em 1988, que aí definiu que só poderia ter trabalhadores adolescentes a partir dos 16 anos. O que o banco tem hoje, no caso. Então, essa modalidade também o Banco utilizava o concurso interno. Então, quem era funcionário do banco como Menor Auxiliar de Serviços Gerais, nesse cargo, podia fazer o concurso interno do Banco do Brasil. Como outros níveis, o nível de assessoramento, por exemplo, os contínuos. Era uma outra categoria que também podia fazer concurso interno para admissão funcional. Como carreira administrativa, que é o nome do cargo.P/1- Em qual cargo você entra, então, nesse concurso?R/1- Não, no concurso, então, eu fiz o concurso, eu fiz dois concursos internos. O primeiro, eu não passei em português. Então, tinha, teve uma segunda chance. Então, isso foi legal porque, na época, estudante, você não tinha muito essa noção, com 14, 15 anos de uma profissão. Aquela situação da juventude, da adolescência. Mas, felizmente, passei no concurso interno. E aí, fui assumir no banco, de fato, como funcionário de carreira, como posto efetivo que se chama ou carreira administrativa em... Isso foi em setembro de 1987, se não me engano. Foi essa data que eu assumi no Banco do Brasil, aí, como funcionário.P/1- O que que significava ser funcionário do Banco do Brasil, naquele momento?R/1- Olha só, tem um mito do funcionário do Banco do Brasil, né? O funcionário do Banco do Brasil em algumas regiões, em algumas cidades, principalmente no interior do país, ainda hoje, são reconhecidos como pessoas de referência na comunidade. Ser um gerente do Banco do Brasil em muitas cidades, ainda hoje, é...P/1- Status.R/1- É status, é um cargo importante, é um cara que conversa com o prefeito, que é amigos dos comerciantes, enfim. Nas cidades já, por exemplo, São Leopoldo, que é uma cidade, já era uma cidade industrial, uma cidade relativamente importante pro Rio Grande do Sul, ser funcionário do Banco do Brasil não tinha esse glamour, vamos dizer assim. Mas, foi muito importante pra minha vida porque eu construí tudo, toda a minha vida em cima do trabalho e esse trabalho no Banco do Brasil.P/1- Como é que você veio parar aqui em Brasília?R/1- Brasília foi uma possibilidade. Na verdade, foi uma oportunidade que eu dei a mim e, ao banco ainda. Porque eu já estava no banco, como funcionário, de 1987. Em 1997, eu tomei a posição de buscar um novo horizonte. Fazer alguma coisa diferente porque estava há 10 anos numa agência. Então, eu queria, na verdade, fazer algo diferente, né, ter uma outra perspectiva de trabalho. E, inclusive, a possibilidade de sair do banco. Então, eu conhecia já algumas pessoas que estavam em Brasília. Eu já tinha estado em Brasília em 1992, fazendo um trabalho na área de comunicação do banco, à época. E conversando com uns amigos que estavam aqui, eles falaram: “não, então vem pra cá, faça uma experiência em Brasília, no banco ainda, né?” E aí, eu pensei: “de fato, é eu acho que é oportunidade boa de talvez continuar no banco e ver um outro banco”. Uma coisa é a realidade na agência, onde você está operando o tempo todo, você não pensa, você opera o que está colocado, né? E vim pra Direção Geral. Eu vim, no caso, pra Diretoria, na verdade não era diretoria, à época, em 1998. Era Unidade de Negócios Comerciais, que hoje, atualmente, é Diretoria Comercial. Fiz um estágio, eu vim como colaborador, na verdade. Então, à época, a Direção Geral, em algumas áreas, em algumas unidades, tinha essa, chamavam colaboradores, e aproveitavam aqueles que eles julgassem importantes, ou que tivesse, enfim, dado uma contribuição. E, felizmente, eu fiz o, fiquei 30 dias aqui, como colaborador e, no final dos 30 dias, me convidaram pra ficar na unidade comercial. Eu atuava na área de negócios com pessoa jurídica, no desenvolvimento de produtos. Na agência, eu trabalhava com isso, no atendimento a pessoas jurídicas. Então eu tinha um conhecimento de mercado, de produtos. E, aqui, eu fui aproveitado na Direção Geral, pro desenvolvimento de novos produtos.P/1- E a vinda pra FBB, como que ela aconteceu?R/1- Então, na comercial, eu conheci o Jacques. Ele ficou uma fase, foi, eu acho, de 1999 a 2000, por aí, que a gente se conheceu, e felizmente viemos nos encontrar na Fundação. Eu já estava e o Jacques veio assumir a presidência. Foi uma coincidência muito boa. Mas o fato é que a minha formação é Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo. Eu estava na comercial e, enfim, conheci algumas pessoas que estavam aqui, na Fundação. E teve uma oportunidade na Fundação de uma vaga para Assessor de Imprensa, assessoria... Na verdade, àquela época, 1999, a Fundação estava se reestruturando, existia um processo de reestruturação interna, onde a área de comunicação, na verdade, começava a ter um papel mais importante, pela estratégia, né? E então, estava se conformando uma nova equipe. E houve, à época, uma seleção entre 15 pessoas e eu fui aproveitado nessa seleção. Foi final de setembro de 1999 que eu vim pra Fundação efetivamente. Eu acho que isso foi no meio do ano de 1999, passaram alguns meses, depois eu vim assumir aqui a esse desafio de construir, de lá pra cá, todo um processo de comunicação, um novo processo de comunicação na Fundação. P/1- Sente diferença sensível em trabalhar no banco e na fundação, nesse momento que você vem pra cá?R/1- São coisas totalmente distintas, né? Primeiro, que o negócio do banco é ganhar dinheiro. E está ganhando muito dinheiro. Ainda bem. E o negócio da fundação é um negócio, vamos dizer, é fazer ação social, é fazer a mudança da realidade acontecer de fato, enfim. Então são coisas distintas, não tem como comparar, né, alhos com bugalhos aqui. Claro que a gente traz toda uma cultura do Banco do Brasil. Uma cultura de controle, uma cultura do bancário em si, na verdade. E algumas coisas estão aqui na Fundação, vamos dizer, contaminadas com isso.P/1- Como que é o seu trabalho aqui na Fundação? O que que você faz, sua área, Ex:_______?R/1- Na Fundação, então, o meu histórico na Fundação foi bem legal, do ponto de vista profissional. Porque eu vim pra trabalhar como assessor de imprensa. A gente estava num período de transição. Eu cheguei nesse período de transição. Desenvolvemos alguns produtos de comunicação, à época. Em 2000, eu já fui convidado a trabalhar como assessor sênior, quer dizer, eu já ascendi profissionalmente. Nós desenvolvemos muita coisa a partir de 2000. Houve uma mudança muito grande na Fundação, com essa nova perspectiva de desenvolver projetos estruturados e não mais atender no balcão. Então, foi um desafio muito grande comunicar isso. E uma das coisas que aconteceu naquele período, eu lembro como se fosse ontem, nós respondíamos uma média de 200, 300 cartas por dia, recusando projeto, e explicando nessas cartas essa nova estratégia, essa nova forma de atuar. Então, foi um momento muito rico de construir um novo posicionamento institucional, né?P/1- Que hoje está consolidado.R/1- Que hoje, aparentemente, nós conseguimos mostrar pra segmentos importantes da sociedade um novo fazer da Fundação. Então, essa foi uma fase bastante dura, vamos dizer assim. A partir de 2001, a gente começa um posicionamento institucional muito importante com o conceito da tecnologia social, com o lançamento do prêmio. Então, esse período, de 2001 pra cá, é um período onde a Fundação consegue se construir no Terceiro Setor como organização de referência sobre um conceito fundamental que é o da tecnologia social. Então, o trabalho da comunicação nesse último período foi construído em cima dessa estratégia. De mudar o perfil, mudar o posicionamento que tinha na cabeça das pessoas, de uma organização que era meramente financiadora de projetos, pra uma organização que transitou num discurso de ter seus projetos estruturados, pra uma organização hoje, que define estrategicamente a sua atuação.P/1- Tem algum caso marcante que você viveu aqui na Fundação? Algum momento que você passou, não sei, alguma viagem que tenha te sensibilizado, assim, que te tocou de alguma maneira? Algum projeto, alguma coisa que você viu, alguma coisa que você ouviu?R/1- É que na verdade, na Fundação, como a gente faz uma coisa que mexe com as pessoas, existe de fato um elemento que a atividade social, o fazer social, ele é, e quando você consegue identificar que ele, de fato, aconteceu e transformou a realidade, ele é emocionante de fato. Enfim, em qualquer circunstância, se você tiver uma sensibilidade, você vai perceber que a sua contribuição, a contribuição institucional da organização pra mudança de situação de uma comunidade dada, aquilo é um resultado espetacular. E, de fato, causa nas pessoas envolvidas uma sensibilização, uma situação de satisfação, né? Eu acho que tem vários casos aqui na fundação que eu já fiquei muito emotivo e com vontade de fazer mais ainda. Eu acho que isso que retroalimenta o nosso fazer aqui.Eu acho que tem alguns casos, por exemplo, do BB Educar. O momento onde muitas vezes a gente faz filmagens, a gente encomenda esses trabalhos de ir lá no interior do país ver como isso funciona, ver como é a reação das pessoas, né? Eu já tive presente em algumas cerimônias dessas, algumas atividades dessas. Hoje, no trabalho que a gente tem, nas cadeias produtivas, na cajucultura, por exemplo. Uma atividade que a gente está desenvolvendo muito forte. É muito gratificante ver a alegria e o envolvimento das comunidades. E a satisfação que elas têm, delas falarem, elas discursarem, elas comentarem quanto aquilo, quanto a sua vida modificou por causa daquilo, por causa daquela intervenção, por causa daquela articulação que a Fundação foi a protagonista, vamos dizer assim. Protagonista de fazer aquela articulação. Porque hoje o nosso conceito é justamente que o protagonismo está nas pessoas em fazer a modificação social acontecer, e não na organização.P/1- Você poderia traduzir pra gente a Fundação Banco do Brasil em algumas palavras ou em uma palavra?R/1- Acho que uma palavra, sim, chave e que faz parte do nosso posicionamento institucional e faz parte da nossa missão é articulação. No Brasil, o Brasil, enfim, é um país de muita demanda social. E o papel que a fundação desenhou no último período, a partir de 2003, com a nova gestão, com a gestão do Jacques e de toda a equipe que está aqui hoje, foi de buscar construir uma organização que alinhave, dê pontos em algumas possibilidade de construir mudança social, transformação social. Então, a nossa intervenção hoje, a mudança hoje de forma de atuar, tendo um foco muito claro na geração de renda, que é uma demanda social muito grande, que é onde de fato pode acontecer...P/1- Transformação.R/1- Transformação real, né? Onde as pessoas se emancipam, não ficam dependendo do Bolsa Família. Inclusive isso é uma coisa que a gente tem procurado mostrar, que nas comunidades hoje, acontece de fato isso. Existe uma porta de saída. Existe possibilidades concretas hoje, a partir da articulação que a gente está promovendo junto com os ministérios, junto com outras organizações, com outros atores sociais, uma mudança de fato que acontece, uma nova perspectiva. Então, acho que a palavra que resume muito a fundação, hoje, é articulação.P/1- O que você acha da importância desse trabalho de registrar a memória da Fundação Banco do Brasil?R/1- A memória, na verdade, é tudo, né? Até pra gente a memória é fundamental. Se a gente não tiver memória, a gente não vai poder recordar o que é bom, e recordar o que é ruim, melhorar o que a gente precisa, resolver no dia a dia, na nossa vida. Eu acho que pras instituições é a mesma coisa, né? O resgate de um dado, de um fato é muito significativo pras corporações. A fun..., por exemplo, o caso concreto que a gente está realizando na Fundação, eu acho que é exemplar porque... Primeiro, por ser a Fundação Banco do Brasil uma organização que já tem 20 anos e já demonstrou e já deu uma contribuição pra sociedade. E isso precisa estar registrado, isso precisa estar documentado, precisa ser divulgado. Então, fazer a memória da fundação é um elemento que vai contribuir, e muito, pra história daqui pra frente, né? Vai mostrar possibilidade da gente escrever novas histórias nos próximos anos.P/1- Claiton, muito obrigado pela sua entrevista, em nome do Instituto Museu da Pessoa, a gente agradece a sua participação.R/1- OK, estou à disposição.
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