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Por: Museu da Pessoa, 10 de junho de 2015

É muito suor mesmo

Esta história contém:

É muito suor mesmo

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Eu moro aqui na Fercal. Nasci no hospital de Sobradinho em 26 de agosto de 1977. Meu pai trabalhou na Tocantins, na Ciplan, na Igesp, nessas empresas que ficam aqui dentro da Fercal. E a minha mãe é dona de casa, já trabalhou fora também, mas hoje trabalha em casa mesmo e cuida das crianças, principalmente dos netos. Eu lembro, mais ou menos de 6 pra 7 anos, que eu morava aqui na Fercal, só que morava na chácara. Eu caminhava mais ou menos de cinco a seis quilômetros pra ir pro colégio na Rua do Mato. Então a dificuldade da minha mãe era enorme, ela que levava, ela que buscava. Muitas vezes eu até dormia na casa de uma avó que morava na Rua do Mato, pra facilitar. Então com o passar do tempo, de 7 pra 8 anos, o meu pai chegou à conclusão de vender [a chácara] por causa dos estudos da gente, que ficava muito difícil, e foi morar em Sobradinho. Com uns 14 anos eu voltei pra Fercal. Como tinha restado um terreno ainda da família, a gente veio morar aqui no Alto Bela Vista. Foi uma infância muito sadia: soltei muita pipa, joguei muita biloca, brinquei de “infinca”. “Infinca” é um pedaço de arame que você dobra e sai infincando no chão. Infinca, infinca e você vai um tentando fechar o outro e riscando.

Em 1990, não tinha água, não tinha luz. Meu pai conseguiu puxar uma rede de luz de mais ou menos 500 a 600 metros, e a gente tinha que tomar banho nesse rio que chama Sucuri hoje. Aí o meu pai conheceu um senhor que diz que lá onde ele morava, que é um morro, tinha água. Aí meu pai ficou pensando: “Mas como é que tem água?”. O senhor falou: “Não, se você abrir uma cisterna aqui, ela vai dar água rasinha”. Hoje eu guardo em homenagem ao meu pai essa cisterna, hoje ela está com dez metros, tem água potável. Quando chovia não tinha como a gente subir porque não tinha estrada. Eu lembro disso até hoje, meu pai trabalhava no 18, num comércio, ele tinha um carrinho e muitas vezes a...

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Imagem de:
Jeferson da Silva Alarcão

História:
É muito suor mesmo

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

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Votorantim Fercal DF

Depoimento de Jeferson da Silva Alarcão

Entrevistado por Tereza Ferreira da Silva e Marcia Trezza

Fercal, 10/06/2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV011_Jeferson da Silva Alarcão

Transcrito por Karina Medici Barrella

MW Transcrições

P/1 – Diga seu nome, local e data de nascimento.

R – Meu nome é Jeferson, eu moro aqui na Fercal. Nasci no hospital de Sobradinho e a data de nascimento é 26 de agosto de 1977.

P/1 – Jeferson, qual o nome dos seus pais?

R – Meu pai chama Gerson Gomes, já falecido, e a minha mãe é Jocelina da Silva Alarcão.

P/1 – E o que fazia o seu Gerson Gomes e o que faz a sua mãe?

R – Meu pai trabalhava nas empresas, ele era motorista, trabalhava com máquina pesada. Trabalhou na Tocantins, já trabalhou na Ciplan, na Igesp, essas empresas que ficam aqui dentro da Fercal a maioria ele já trabalhou. E a minha mãe é dona de casa, já trabalhou fora também, mas hoje só trabalha em casa mesmo e cuida das crianças, principalmente dos netos. Na verdade é dos netos, que os filhos, sou eu e mais dois irmãos, todos são casados, então só sobraram os netos mesmo pra ela cuidar.

P/1 – Falando em neto e em crianças, qual é a lembrança que você tem de quando você era criança?

R – Olha, eu lembro mais ou menos de seis pra sete anos, eu lembro que eu morava aqui na Fercal mesmo, só que morava na rural, na chácara. E o que eu lembro muito é que eu caminhava mais ou menos de cinco a seis quilômetros pra ir pro colégio na Rua do Mato. Eu morava na Boa Vista e estudava na Rua do Mato que era onde tinha um colégio. Então a dificuldade da minha mãe era enorme, de todo dia a gente ter que ir pro colégio andando, então ela que levava, ela que buscava. E muitas vezes até eu dormia na casa de uma avó que morava na Rua do Mato pra facilitar. Então com o passar do tempo, de sete pra oito anos, o meu pai chegou a conclusão de vender por causa dos estudos da gente, que ficava muito...

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