Essa é minha história, a história da minha sobrevivência.
Nascida no dia 05/12/2007 às 11:45 da manhã de cesária prematura, nascia Andressa Maranhão Borba. Crescida no alecrim, mais específicamente na guarita, Andressa morava com sua avó, seu avô, seus dois primos e sua mãe, a família que todos sonhavam, cheia de felicidade (e um pouco de caos, claro kkk). Desde pequena, ela vivia na igreja, era conhecida como a neta de seu felipe e uma querida por todos. Um dia, tudo parecia estar normal, você estava brincando com suas bonecas e de repente você escuta o barulho de uma ambulância na porta da sua casa, era a vovó, desmaiada. Todos correram para o hospital, e ao chegar lá descobrem que era cancêr no fígado, em estado avançado. Rapidamente, meu avô compra as passagens dos meus tios (minha família é do rio de janeiro), avisando que vovó não teria muito tempo de vida. No dia 29/03/2014 vovó faleceu. Ali, na sua partida, ela não levou somente si, levou toda nossa família, a nossa felicidade, e por mais que eu estivesse em um quarto, rezando para que Deus não a levasse, minha família estava em outro quarto pedindo que ele fizesse a vontade d\\\'ele, eles ganharam.
No ano seguinte, era o mesmo vazio de sempre, não só pela casa, mas nos nossos corações, vovô já não ria e nem se alegrava como antes. O meu primo, que morava comigo, se chama caio, e bom... ele é complicado. O caio é um menino muito inteligente, passou em duas federais, em concursos militares, mas ele ficou perdido após a morte de vovó, e se perdeu nas drogas, levando tudo que restava e até mesmo o que não podia restar da nossa família (atualmente ele está bem e limpo, ano passado arranjei um emprego para ele no mesmo local em que trabalhava).
Mas voltando... no ano de 2016, fui morar com minha avó paterna, no qual passei três anos da minha vida, metade em Pitangui e a outra metade em barra do rio, foram momentos inesquecíveis, meus avós são tudo para...
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Essa é minha história, a história da minha sobrevivência.
Nascida no dia 05/12/2007 às 11:45 da manhã de cesária prematura, nascia Andressa Maranhão Borba. Crescida no alecrim, mais específicamente na guarita, Andressa morava com sua avó, seu avô, seus dois primos e sua mãe, a família que todos sonhavam, cheia de felicidade (e um pouco de caos, claro kkk). Desde pequena, ela vivia na igreja, era conhecida como a neta de seu felipe e uma querida por todos. Um dia, tudo parecia estar normal, você estava brincando com suas bonecas e de repente você escuta o barulho de uma ambulância na porta da sua casa, era a vovó, desmaiada. Todos correram para o hospital, e ao chegar lá descobrem que era cancêr no fígado, em estado avançado. Rapidamente, meu avô compra as passagens dos meus tios (minha família é do rio de janeiro), avisando que vovó não teria muito tempo de vida. No dia 29/03/2014 vovó faleceu. Ali, na sua partida, ela não levou somente si, levou toda nossa família, a nossa felicidade, e por mais que eu estivesse em um quarto, rezando para que Deus não a levasse, minha família estava em outro quarto pedindo que ele fizesse a vontade d\\\'ele, eles ganharam.
No ano seguinte, era o mesmo vazio de sempre, não só pela casa, mas nos nossos corações, vovô já não ria e nem se alegrava como antes. O meu primo, que morava comigo, se chama caio, e bom... ele é complicado. O caio é um menino muito inteligente, passou em duas federais, em concursos militares, mas ele ficou perdido após a morte de vovó, e se perdeu nas drogas, levando tudo que restava e até mesmo o que não podia restar da nossa família (atualmente ele está bem e limpo, ano passado arranjei um emprego para ele no mesmo local em que trabalhava).
Mas voltando... no ano de 2016, fui morar com minha avó paterna, no qual passei três anos da minha vida, metade em Pitangui e a outra metade em barra do rio, foram momentos inesquecíveis, meus avós são tudo para mim, mas foram também momentos de repúdio, onde uma menina dos 7 aos 10 anos sofria assédio pelos próprios tios e ninguém fazia nada. Morria de medo de sair de casa, me sentia e me sinto suja o tempo todo, dói saber que nunca mais me sentirei aquela menininha pura.
Em 2019, minha mãe me leva para voltar a morar com ela, mas era tão estranho, porque quando vovó era viva, ela vivia em festas, então não tinha ela totalmente como figura materna, mas fui mesmo assim. No mesmo ano em que vovó faleceu, ela conheceu meu padrasto (mas nunca fui com a cara dele, ele tinha umas brincadeiras chatas de me agarrar...). Em 2020, nos mudamos para Parnamirim, e ali minha vida mudou totalmente, eu me perdi. Minha mãe e meu padrasto começaram a trabalhar na prefeitura de pedra grande, interior do rn, e aos 13 anos de idade comecei a morar só, vendo eles somente uma vez na semana (com sorte duas), vivia de comida congelada e industrializados, cheguei a pesar quase 90kg. Com a solidão e desprezo, sem se sentir amada direito, me afundei na depressão, não tomava mais banho, não levantava da cama, eu não me reconhecia mais. Passei a sobreviver de automultilação e de remédios que me tirassem daquela realidade. Foram dois anos difíceis, mas minha mãe notou, e procurou ajuda, ou melhor uma aujuda, como passava muito tempo só, mamãe me deu minha companheira de vida, que segue comigo até hoje, que me deu e me dá forças, minha cachorrinha, minha jully. Mas claro que só ela não seria suficiente, então, mãe procurou um psicólogo para mim, mas eu não era aberta, nunca fui de falar sobre meus sentimentos, até porque nem eu sabia direito o que eu sentia. E aos poucos, meu mundo foi ficando cinza, mais escuro, e eu não via mais saída, até a escola notou, então disseram que se minha mãe não ficasse em casa para cuidar de mim, eles chamariam a polícia. Me senti melhor, mas ainda sim vivendo de automutilação e bebida, sim, bebida alcoólica, tinha virado a pessoa que tanto julguei, minha mãe, aquela que bebe para escapar da realidade.
2023, ano mais difícil da minha vida, minha primeira tentativa de suicídio forte, três dias na UTI, e mais de uma semana internada. Nada se compara com a dor de olhar para seus pais e verem a tristeza em seus olhares, e simplesmente não poder fazer nada, por que como você vai explicar para aqueles que te deram a vida que você não quer mais viver?... logo após, me internei em uma clínica psiquiátrica, a Vila Vic, um espaço acolhedor, que (em tese) me fez se sentir melhor, só que sempre é assim, você acha que está melhorando e depois vem tudo à tona. Passei mais de um mês afastada da escola, mais graças a Deus, tive apoio do meu coordenador (Leandro) e de dois queridos professores que me ajudaram nessa jornada, Paulo Sérgio e Daniel, obrigada por terem ficado ao meu lado, vocês salvaram uma vida. Nesse mesmo ano, em outubro, após ter me mudado para nova parnamirim, onde moro atualmente, fiz o despertar, um encontro para jovens que mudou a minha vida, minha perspectiva de vida e do mundo, ali eu me encontrei e me tornei mais do que uma pessoa, mas a morada de Deus.
Eu achei que estava melhor, estava a meses limpa da automutilação e de pensamentos negativos. Em janeiro de 2024, minha tia veio nos visitar, junto com meu primo ícaro, e nesse mês, meu mundo desabou de novo. Eu dormia com minha mãe e meu padrasto no quarto, eles na cama e eu em um colchão. Em um final de semana qualquer, fomos à lagoa, e ao chegar em casa parecia estar tudo bem, até que meu padrasto se aproxima, e sinto aquelas mãos, aquelas malditas mãos, em meu corpo... eu paralisei, sem dormir de madrugada, vejo ele novamente chegando, deitou-se perto de mim no colchão e tentou passar a mão de novo, já querendo tirar minha roupa, rapidamente corro para o quarto da minha tia, chorando, desesperada, não acreditando em nada do que tinha acontecido, minha tia ficou do meu lado, mas aquele desgraçado, ele se fez de vítima, fazendo com que minha mãe não acreditasse em mim. Estava completamente desolada, sem saber o que fazer, só rezava e pedia a Deus e nossa Senhora para me dá uma saída porque só ele poderia me dá forças. Pensei em várias hipóteses, de sair de casa, voltar a morar com minha avó paterna ou com meu pai, mas eles não tinham e nem tem condições para me criar.
Prazer, me chamo Andressa e sou mais uma sobrevivente. Atualmente moro com minha mãe e meu padrasto, moro praticamente só de novo, mas com a mentalidade mais forte, crendo e pedindo a deus para iluminar a minha vida e me tirar dessa casa. Queria que minha mãe enxergasse o marido que tem, dói saber que ela sempre irá escolher ele ao invés de mim, mas apesar de tudo, eu amo minha mãe e faria de tudo por ela. Sei que não estou mais só, tenho amigos e um namorado incrível, e sei que com eles, eu consigo muito mais.
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