Patrimônio mundial e as vozes que mantêm vivo o Centro Histórico de São Luís

O Núcleo Museu da Pessoa Guardiões em Rede, em São Luís (MA), é o destaque da edição de dezembro do Núcleos em Ação. A iniciativa reforça que um território reconhecido como patrimônio mundial se sustenta, sobretudo, nas pessoas que lhe dão vida diariamente.

O Núcleo Museu da Pessoa Guardiões em Rede nasce do Programa Patrimônio em Rede e os Guardiões da Memória realizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (IESTI), propondo um olhar mais amplo sobre patrimônio e valorizando quem constrói o cotidiano do Centro Histórico.

A proposta é simples e potente: reconhecer os moradores como agentes da história. Eles mantêm vivo o território que recebeu o título de patrimônio mundial, por meio de seus saberes, ofícios e modos de viver.

Patrimônio mundial e narrativas que formam o tecido cultural

Para cumprir essa missão, o Núcleo Museu da Pessoa concentra esforços no registro de narrativas de quem vive, trabalha e circula pelo Centro Histórico de São Luís. Dessa forma, são documentadas experiências sobre ofícios tradicionais, celebrações religiosas, práticas coletivas e manifestações da cultura popular.

Essas expressões formam o tecido cultural que sustenta o valor de São Luís como patrimônio mundial. E, ao mesmo tempo, reforçam a importância de uma consciência patrimonial crítica, baseada na participação da comunidade.

Formação em Tecnologia Social da Memória

Durante o ano, o Núcleo Museu da Pessoa realizou uma Oficina de Tecnologia Social da Memória. Nela, guardiões e participantes externos compartilharam histórias, criaram linhas do tempo coletivas e exercitaram o método que orienta a ação.

Em seguida, o núcleo documentou sete Histórias de Vida de pessoas profundamente ligadas ao Centro Histórico. As entrevistas revelam, com clareza, os valores afetivos, sociais e culturais que estruturam esse território reconhecido como patrimônio mundial.

Entre as pessoas entrevistadas, destaca-se Maria da Graça Ferreira Torres, a Vó Graça. Nascida na década de 1940, ela representa a força feminina que atravessa gerações em São Luís. Já foi vendedora ambulante, coreira e parteira.

Seu vínculo com a cultura popular, especialmente com o Tambor de Crioula, mostra como o patrimônio mundial também é preservado por meio de práticas vividas no corpo, na fé e na comunidade.

Entre para a Rede de Núcleos do Museu da Pessoa

Se você deseja saber mais sobre como participar nas próximas turmas e entender como funciona o apoio do Museu para criar exposições, documentários e outros produtos culturais a partir de histórias de vida, acesse a página da formação em Memórias e Histórias de Vida e confira todas as informações necessárias.

Núcleos em Ação: Patrimônio Mundial como força coletiva em São Luís

A série Núcleos em Ação destaca, todo mês, um projeto criado pelos Núcleos da Rede do Museu da Pessoa. Neste ciclo, o foco está no Núcleo Museu da Pessoa Guardiões em Rede, que demonstra que preservar é, antes de tudo, escutar. E, sobretudo, reconhece as vozes que mantêm vivo um dos centros históricos mais importantes do país.

No mês anterior, o destaque foi o Núcleo Museu da Pessoa Memórias do Rio Grande, que coloca as histórias do Morro Grande (SP) no centro, registrando afetos, identidades e lutas daquele território, contribuindo para o fortalecimento da memória local e coletiva.