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Por: Museu da Pessoa, 31 de outubro de 2013

Voz de locutor

Esta história contém:

Voz de locutor

Sou o segundo filho de uma escadinha de seis, meu pai trabalhava na RFFSA, estrada de ferro de Belém e minha mãe era empregada doméstica. Entrei pra escola com sete, oito anos mas não tenho muitas lembranças da minha infância.

Comecei a trabalhar com 20 anos, fiz concurso para telegrafista e passei, na época eu alcancei o Código Morse, mas só que eu não sabia operar com ele, aí eu comecei a trabalhar com outros maquinários, né? Em termos de telegrama. Eu trabalhei muito tempo à noite, de madrugada também, né? Aí quando chegava os turistas muitos deles eu nem entendia a língua, o idioma, aí eles “emputavam” comigo, eu já: “Não. É só escrever que aí eu conto tudinho, digo quanto é que você paga tudinho”. Mas uma hora da manhã, duas, três horas. Não tinha horário. Trabalhava no fonado, aquele que só ligava e o pessoal dizia que eu tinha a voz muito bonita, que eu não acho e que eu podia ser um locutor, não sei o que. Mas eu nunca achei que minha voz fosse tão. Eu falo muito baixo, não sei falar...

Dados de acervo

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P/1 – Seu Aldenor, o senhor pode falar conversando olhando pra mim, tá? Seu Aldenor, qual o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Aldenor Brito de Almeida, natural de Belém do Pará.

P/1 – Nasceu onde?

R – Belém do Pará.

P/1 – Que cidade?

R – Belém capital.

P/1 – Na capital. Qual data?

R – No dia quatro de maio de 1955.

P/1 – Seus pais são de Belém do Pará?

R – São.

P/1 – Da própria capital?

R – Própria capital.

P/1 – Você passou sua infância lá? Até quantos anos você viveu em Belém do Pará?

R – Até os meus nove a dez anos.

P/1 – Como é que era Belém do Pará na sua infância?

R – Na minha infância assim, eu não posso nem... Como é que eu posso dizer? Era bom, eu brincava, era criança, né?

P/1 – Quais eram as brincadeiras de infância?

R – Bom, brincava de carro, aqueles carrinhos de madeira, brincava de bila, que mais? Que chamam de peteca, sei lá. Eu nunca gostei foi de raia, essas coisas.

P/1 – Com quem que você brincava?

R – Com os colegas, meus irmãos.

P/1 – Quantos irmãos você tem?

R – Atualmente somos quatro.

P/1 – Mas eram em quantos?

R – Seis.

P/1 – E qual que você é na escadinha aí desses seis?

R – Eu sou o segundo.

P/1 – Seu pai fazia o quê?

R – Trabalhava na RFFSA, na estrada de ferro.

P/1 – Fazendo o que?

R – Ele era chefe de trem.

P/1 – E a sua mãe?

R – A mamãe é doméstica.

P/1 – Como é que era a convivência na sua casa? Quem que exercia a autoridade, o seu pai ou a sua mãe?

R – O meu pai.

P/1 – Você ia com o seu pai no trabalho? Chegou a ver o que ele fazia?

R – Ia muitas vezes.

P/1 – Como é que era?

R – Andar de trem. Achava bom.

P/1 – Como que você andava de trem? Que trem que era?

R – Um trem que ia pra interior, né? Aí viajava pro interior de trem. Eu achava bom. Achava divertido.

P/1 – E pra escola, com quantos anos você entrou?

R – A escola entrei com meus eu...

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