Hoje com 52 anos sinto que vivi mais de uma vida nessa mesma existência. Depois de 41 mexendo com tecnologia da informação, quero terminar meus dias alfabetizando jovens e adultos.
Nasci em Porto Alegre em 1971, filho de uma professora e um tipógrafo. Vida simples de classe média baixa, onde estudar era o mais importante. Se eu tentasse trabalhar levava uma surra do meu pai, que apesar de todos os problemas (daria horas de vídeo só para contar essa triste parte da infância), fazia de tudo para nos dar o básico que ele não teve na sua infância. Dado o machismo na época, ele pegava todo o salário da minha mãe todo 5 dia útil do mês. Foi nesse tempo (1982) que aprendi a falsificar o contra-cheque (holerite por essas bandas, creio) da minha mãe, com lápis borracha e uma máquina de escrever. Assim transformava 1800 em 1300 cruzeiros e ela podia usufruir de 500.
Mas fomos descobertos e ela se negou a dar o dinheiro para ele e pergunto o que eu queria: um microcomputador. No caso um TK-83, com 16 Kbytes de memória para ligar na televisão preto e branco. Aí passei de falsificador a programador em Basic (só lendo o manual) com 11 anos. E o que era hobby virou profissão, apesar do meu desejo de ser professor, tal qual minha mãe. Mas ela vaticinou que os computadores eram o futuro do mundo.
Como bom filho segui o conselho materno... Mas depois de 2 filhos, 2 depressões, 1 ENEM, 1 SISU e 4,5 anos de Pedagogia, creio que é a hora de viver a 3a vida nessa existência. Mas isto é uma looooonga históri que quero contar ao vivo para o Museu da Pessoa. ;)