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História

Nasci no Pará, Belém,

Num domingo iluminado,

Onze de maio marcado,

Dia das Mães celebrado.

Era meio-dia certinho,

Que momento abençoado!

Veio ao mundo pintadinho,

Sinais cor de café com leite,

Medo dos doutores veio,

Levaram-me pra outro leito,

Santa Casa do Rio, lá

Fizeram exame perfeito.

Disseram: “É neurofibromatose,

Doença que acompanha o corpo,

Entorta a coluna, mas não o peito,

Se cuida direito, não tem sufoco.”

Desde pequeno nadava forte,

Pra não deixar nada de sufoco.

O judô entrou na rotina,

Magro, pequeno, sem moleza,

Viajei Pará, Maranhão, Ceará,

Mostrava força e destreza.

Ganhava e apanhava com coragem,

Era luta e muita beleza.

Aos onze, veio a tristeza,

Minha vó materna partiu,

Ela que era minha advogada,

Me defendeu até o fim.

No hospital brigou pra eu vê-la,

Mas o destino assim quis.

Aos doze, a doença apertou,

Veio o câncer a me assombrar,

Fígado, pulmão e testículos,

Mas não parei de lutar.

Quimioterapia sofrida,

Mas eu não deixei de amar.

Aos quatorze, o amor retornou,

De meninice reapareceu,

Foi breve, mas ficou marcado,

Sorriso que nunca morreu.

Comecei a beber também,

A vida assim cresceu.

Pais queriam doutor, advogado,

Engenheiro, não professor,

Mas eu quis ser ator na vida,

Sonho de muita cor.

Bom mentiroso, brincalhão,

Na arapuca da Matinta me dei mal,

Levando susto e risada,

Essa história não foi nada mal.

Aos quinze, perdi a virgindade,

Sem glamour, só verdade,

Quebrei clavícula no tatame,

No judô, com dificuldade.

Perdi meu avô materno,

Cuidei dele com lealdade.

Mais tarde, veio outra paixão,

Inteligente, bem cuidada,

Com ela achei a paz,

Mas a vida é pesada.

Pandemia fechou o mundo,

Vó paterna foi chamada.

Tranquei-me, estudei e trabalhei,

Pais queriam futuro brilhante,

Mas escolhi a História,

Ensinar foi meu instante.

Passei na UFPA,

Com luta perseverante.

Com dezoito, o pai me chamou,

Pra primeira bebida...

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Palavras-chave: cordel

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