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Por: Museu da Pessoa,

Vida sustentável: de volta às origens

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Vida sustentável: de volta às origens

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Meu nome é Maria Lúcia de Souza Vieira, eu nasci em Teresina, capital do Piauí, no dia 30 de junho de 1961.

As mulheres de origem negra, de escravos, trabalhavam boa parte no interior de Pernambuco e outra parte no Piauí, ou seja, eu tenho parentes em Pernambuco, Zona da Mata, no estado do Ceará e no estado do Piauí. E os vamos chamar de branco são de origem europeia, holandeses e portugueses. Então pelo lado das mulheres, de origem negra, os homens de origem europeia.

(...)

o meu pai era extremamente machista, autoritário, onde as mulheres não tinham essa liberdade de estudar, era mais para os homens. As mulheres não podiam brincar de bola, pular a cerca, arame farpado, empinar pipa. E eu sempre fui, assim, muito livre, apanhei muito de palmatória por isso. E para estudar foi uma briga muito grande, então no primeiro momento, eu queria ser livre, depois, já na adolescência, eu fui formatando, vamos dizer assim, a questão profissional, ora advogada, ora engenheira, ora guia turística, que é daí que eu fui para Geografia. A Administração de Empresas foi para me manter, ou seja, salário... A gente tem ideia de que administrador, de que o advogado, de que o engenheiro, ganham muito bem. E eu cheguei a trabalhar na área, porém eu me frustrei. Ficar plantada numa sala o dia inteiro, sem ver se choveu, se ver... Eu trabalhei no Shopping Paulista quando eu cheguei aqui a São Paulo, e eu lembro que um dia eu saí do Shopping Paulista e eu fui chorando até a Brigadeiro Luís Antônio, porque choveu e eu não tinha tido o privilégio de ver a chuva. Porque o shopping abre das dez até as dez, só que para quem trabalha essa parte burocrática, você entra, tipo, seis da manhã, cinco horas da manhã, como eu trabalhava ligada à gerência, tinha que receber mercadoria. E o shopping fecha, as pessoas continuam trabalhando ali dentro, então eu me sentia presa, totalmente prisioneira. Por isso Administração de Empresa, apesar de ter sido...

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Projeto Memorial Espaço de Bitita

Depoimento de Maria Lúcia de Souza Vieira

Entrevistada por Jorge Luiz Alonso e Rosângela Parlamento

São Paulo, 04/04/2019

Realização Museu da Pessoa

PCSH_HV723_ Maria Lúcia de Souza Vieira

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – Então vamos lá, Maria Lúcia. Qual o seu nome, o local e data de nascimento?

R – Meu nome é Maria Lúcia de Souza Vieira, eu nasci em Teresina, capital do Piauí, no dia 30 de junho de 1961.

P/1 – Legal. Vamos começar pela sua família. Você sabe a origem, assim, da sua família?

R – As mulheres de origem negra, de escravos, trabalhavam boa parte no interior de Pernambuco e outra parte no Piauí, ou seja, eu tenho parentes em Pernambuco, Zona da Mata, no estado do Ceará e no estado do Piauí. E os vamos chamar de branco são de origem europeia, holandeses e portugueses. Então pelo lado das mulheres, de origem negra, os homens de origem europeia.

P/1 – Agora vamos dar um pulinho para a sua infância. O que você queria ser com essa passagem da infância para a fase adulta? Você tinha planos?

R – Tinha. Mas assim, esses planos, eles mudavam conforme a família. Porque assim, o meu pai era extremamente machista, autoritário, onde as mulheres não tinham essa liberdade de estudar, era mais para os homens. As mulheres não podiam brincar de bola, pular a cerca, arame farpado, empinar pipa. E eu sempre fui, assim, muito livre, apanhei muito de palmatória por isso. E para estudar foi uma briga muito grande, então no primeiro momento, eu queria ser livre, depois, já na adolescência, eu fui formatando, vamos dizer assim, a questão profissional, ora advogada, ora engenheira, ora guia turística, que é daí que eu fui para Geografia. A Administração de Empresas foi para me manter, ou seja, salário... A gente tem ideia de que administrador, de que o advogado, de que o engenheiro, ganham muito bem. E eu cheguei a trabalhar na área, porém eu me frustrei. Ficar plantada numa...

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