Olá !
Me chamo Marina Mayuruna Wadick, sou do povo Matses/mayuruna da Terra Indígena Vale do Javari- Am. Está localizada no extremo oeste do estado do Amazonas. Nascida na Aldeia e criada no Município de Atalaia do Norte-Am. Saí pela primeira vez da minha cidade para conhecer o mundo em 2013, quando completei 16 anos, morei 1 ano em São Paulo - SP, cidade grande e mais populosa do País. Fui para estudar e em 2014 retornei a minha cidade para concluir o ensino médio e trabalhar com minha família. Em 2015 voltei para SP com uma Bolsa de estudo oferecido por uma instituição religiosa para fazer faculdade, assim tive a oportunidade de me formar e retornar para meu povo em 2018, como professora e trabalhei entre 2019 a 2020 como Coordenadora Pedagógica da minha etnia. Nesse período ganhei a experiência de atuar em campo e enfrentar os desafios de viajar de “Canoão” (tipo de barco a motor) pelos rios Javari e Jaquirana na Amazônia, fazendo orientação pedagógica, entregando livros didáticos e merenda escolar para as Escolas Indígenas dessas calhas de rio. Em meio a isso pude lembrar também das experiências que tive estagiando nas escolas de São Paulo e observei que os alunos indígenas de 1 ano aprendiam de acordo com a realidade deles, na língua deles com a escrita e oralidade. Notei também, que da mesma forma que os alunos não indígenas pedem ao professor para irem ao banheiro, toda turma quer ir. Nas escolas indignas, em que há uma estrutura de sala de aula diferente, eles pediam para ir tomar banho no rio, pois no Amazonas a temperatura é bem alta, e claro, como todo educador compreensivo, o professor indígena deixava. Os alunos iam até o rio se molhar e depois retornavam para estudar sem muita demora, isso me surpreendeu muito e achei incrível. Pois percebi uma educação diferenciado sem fugir da responsabilidade, mas de ensinar conforme a realidade do aluno indígena. Por fim, reconhecer a Educação Escolar Indígena é...
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Olá !
Me chamo Marina Mayuruna Wadick, sou do povo Matses/mayuruna da Terra Indígena Vale do Javari- Am. Está localizada no extremo oeste do estado do Amazonas. Nascida na Aldeia e criada no Município de Atalaia do Norte-Am. Saí pela primeira vez da minha cidade para conhecer o mundo em 2013, quando completei 16 anos, morei 1 ano em São Paulo - SP, cidade grande e mais populosa do País. Fui para estudar e em 2014 retornei a minha cidade para concluir o ensino médio e trabalhar com minha família. Em 2015 voltei para SP com uma Bolsa de estudo oferecido por uma instituição religiosa para fazer faculdade, assim tive a oportunidade de me formar e retornar para meu povo em 2018, como professora e trabalhei entre 2019 a 2020 como Coordenadora Pedagógica da minha etnia. Nesse período ganhei a experiência de atuar em campo e enfrentar os desafios de viajar de “Canoão” (tipo de barco a motor) pelos rios Javari e Jaquirana na Amazônia, fazendo orientação pedagógica, entregando livros didáticos e merenda escolar para as Escolas Indígenas dessas calhas de rio. Em meio a isso pude lembrar também das experiências que tive estagiando nas escolas de São Paulo e observei que os alunos indígenas de 1 ano aprendiam de acordo com a realidade deles, na língua deles com a escrita e oralidade. Notei também, que da mesma forma que os alunos não indígenas pedem ao professor para irem ao banheiro, toda turma quer ir. Nas escolas indignas, em que há uma estrutura de sala de aula diferente, eles pediam para ir tomar banho no rio, pois no Amazonas a temperatura é bem alta, e claro, como todo educador compreensivo, o professor indígena deixava. Os alunos iam até o rio se molhar e depois retornavam para estudar sem muita demora, isso me surpreendeu muito e achei incrível. Pois percebi uma educação diferenciado sem fugir da responsabilidade, mas de ensinar conforme a realidade do aluno indígena. Por fim, reconhecer a Educação Escolar Indígena é entender que por mais que vivamos no mesmo planeta, as sociedades trabalham das distintas formas para formar a identidade de seu povo e construir conhecimentos ao mesmo tempo, a nossa trabalha de modo coletivo para abrir a mente dos mais novos. Essa Experiência foi na Aldeia Cruzeirinho parte não demarcada pela União, e que pertence ao Exército. A Escola é de Madeira com zinco furado, com duas salas de aula apenas. Minha intenção é de levar melhorias a essa Comunidade por meio da Educação e Projetos de incentivo a Cultura.
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