Maria Ferreira de Azevedo, conhecida como Meury, é uma sobrevivente e uma fonte de inspiração. Atualmente com 47 anos, nasceu no seringal do município de Sena Madureira, interior do Estado do Acre, no dia 16 de maio de 1975. é a irmã mais velha dos 9 filhos de Alzenira Ferreira Lira e do falecido Francisco Silva de Azevedo, trabalhadores rurais no campo (seringueiros) e informais na cidade (empregada doméstica e carpinteiro). Sua infância se resumiu a ajudar, desde muito cedo, a cuidar dos irmãos mais novos, pelo fato de a família passar por constantes dificuldades socioeconômicas no interior do estado, mudou-se com os pais e os irmãos para a cidade de Rio Branco, em busca de condições de vida que fossem melhores e favoráveis daquelas vivenciadas na sua terrinha natal.
Entretanto, ao chegar na nova cidade, com grandes expectativas para um novo recomeço, muitos foram os desafios e os problemas que surgiram com a nova readaptação da família, pois não tinham onde morar e nem possuíam empregos, o que já incluía a incerteza de saber se iriam comer no dia seguinte, visto que o pouco que conseguiam, geralmente, era proveniente da ajuda de doações de pessoas desconhecidas que se comoviam pela família. Por viver nessa condição precária, ainda nova, passou a trabalhar como babá, e por esse motivo, embora estivesse matriculada em uma escola da cidade, a frequentava muito pouco, por não ter o que vestir e nem dinheiro para ir, visto que por conta da localidade, que era distante da residência em que vivia, ela acabava dependendo do ônibus. Deixar de trabalhar não era uma opção, por conta dos seus esforços incessantes, conseguiu estudar até o sexto ano do ensino fundamental.
Casou-se muito cedo com o seu primeiro amor, e o salário que recebia como babá e outros bicos passaram a ser direcionadas ao próprio sustento e ao sustento da nova família que estava sendo formada. Com o passar dos anos, perdeu o pai. A sua mãe e os seus irmãos...
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Maria Ferreira de Azevedo, conhecida como Meury, é uma sobrevivente e uma fonte de inspiração. Atualmente com 47 anos, nasceu no seringal do município de Sena Madureira, interior do Estado do Acre, no dia 16 de maio de 1975. é a irmã mais velha dos 9 filhos de Alzenira Ferreira Lira e do falecido Francisco Silva de Azevedo, trabalhadores rurais no campo (seringueiros) e informais na cidade (empregada doméstica e carpinteiro). Sua infância se resumiu a ajudar, desde muito cedo, a cuidar dos irmãos mais novos, pelo fato de a família passar por constantes dificuldades socioeconômicas no interior do estado, mudou-se com os pais e os irmãos para a cidade de Rio Branco, em busca de condições de vida que fossem melhores e favoráveis daquelas vivenciadas na sua terrinha natal.
Entretanto, ao chegar na nova cidade, com grandes expectativas para um novo recomeço, muitos foram os desafios e os problemas que surgiram com a nova readaptação da família, pois não tinham onde morar e nem possuíam empregos, o que já incluía a incerteza de saber se iriam comer no dia seguinte, visto que o pouco que conseguiam, geralmente, era proveniente da ajuda de doações de pessoas desconhecidas que se comoviam pela família. Por viver nessa condição precária, ainda nova, passou a trabalhar como babá, e por esse motivo, embora estivesse matriculada em uma escola da cidade, a frequentava muito pouco, por não ter o que vestir e nem dinheiro para ir, visto que por conta da localidade, que era distante da residência em que vivia, ela acabava dependendo do ônibus. Deixar de trabalhar não era uma opção, por conta dos seus esforços incessantes, conseguiu estudar até o sexto ano do ensino fundamental.
Casou-se muito cedo com o seu primeiro amor, e o salário que recebia como babá e outros bicos passaram a ser direcionadas ao próprio sustento e ao sustento da nova família que estava sendo formada. Com o passar dos anos, perdeu o pai. A sua mãe e os seus irmãos passaram por mais dificuldades, na maioria das vezes, sua mãe tinha que decidir entre trabalhar para sustentá-los ou cuidar dos filhos mais novos, que, no fim, acabavam ficando sob o cuidado dos irmãos mais velhos, atualmente, a sua mãe é aposentada. Ao longo desse casamento, com o sonho de ter filhos nessa união estável, teve 3 filhas.
No ano de 2013, recebeu o diagnóstico, aos 38 anos, de câncer de mama em estágio avançado, foi um choque para todos, inclusive para o seu companheiro de longa data, ambos se separaram e sob a guarda dela ficaram as filhas, e hoje em dia tem 3 netos, que moram juntos com ela na sua casa própria. Em meio a tantas mudanças bruscas que o câncer afetou, ela teve que sair do trabalho, embora gostasse muito do seu emprego. Ao longo da vida com o câncer, passou por todos os procedimentos e tratamentos, incluindo cirurgias e a retirada de uma das mamas, que a afetou profundamente e gerou inseguranças, mas com o apoio dos familiares e amigos, conseguindo vencer o câncer durante 9 anos.
Todavia, no final do ano de 2021 e início de 2022, o câncer começou a dar sinal de retorno e com isso as longas sessões de quimioterapia retornaram novamente, a impossibilitando de receber visitas da sua família, que mesmo a quilômetros de distância a ajudaram no que foi possível. Por mais difícil e cansativo que tenha sido até os dias atuais, o sentimento de esperança não morreu, em meio a tantas dificuldades e obstáculos no seu caminho, ela continua cada vez mais forte e grata por tudo o que conseguiu e por tudo o que passou, permitindo que a sua história de luta inspire outras pessoas e desejando que as suas filhas e netos conquistem tudo aquilo que não foi possível para ela, e a mensagem que ela deixa para todos aqueles que estão na mesma situação que ela é: A vida da gente não é fácil, a palavra que eu deixo para aqueles que estão na mesma situação é que não desistam, se pegue em Deus, o tratamento é ruim, não desista, não desista dos seus sonhos, que dá tudo certo (Maria Azevedo, 2022).
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