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História
Personagem: Paulo Tiefenthaler
Por: Museu da Pessoa,

Uma inteligência anárquica

Esta história contém:

Uma inteligência anárquica

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Meu pai nasceu na Suíça, mas ele veio para o Brasil com 12, 13 anos. Minha mãe é de Teresópolis, fluminense. Eu nasci na Suíça porque eles estavam viajando alguns meses, e eu acabei nascendo. Pulei fora, na Suíça, mas eu cheguei no Rio com dez dias de vida. Eu sempre falo: “Eu sou de Copacabana”. Ali eu fui criado e morei mais de 20 anos. Meu pai morreu eu tinha 17 anos. Primeira vez que eu fui num enterro de alguém foi no dele, uma relação com a morte muito louca porque eu vi meu pai morto no caixão. Não me emocionava, não ficava triste, não sentia. Parecia que aquilo não tava acontecendo na verdade! Ele era representante comercial e corretor, e trabalhava com corretagem de fábricas à venda. Eram negócios muito incertos. Tinham fases maravilhosas, um bom dinheiro em casa, e às vezes era uma fase mais dura. Lá em casa sempre vivia altos e baixos. Ele sempre falava: “Você vai estudar, fazer doutorado e ser um doutor em uma empresa”. Ele não me viu virar artista. Mas a minha infância foi muito divertida. Um apartamento cheio de vida, com muita felicidade, muita coisa boa. Meu pai era muito engraçado, meio palhaço e era um cara que amava a família. Muita festa, muito jantar.

Escola Suíço-Brasileira, em Santa Teresa, é onde eu estudei toda a minha vida, quase até o final. Como eu comecei a fazer muita bagunça, eu era o cara mais popular da minha escola, até que fui convidado a me retirar. Isso pra mim foi uma honra. Eu fui entender o caos, nesse sentido de fazer bagunça. O que era isso na verdade? Era vontade de fazer arte. Era uma inteligência anárquica de uma criança, junto com outras pessoas, que queriam simplesmente desconstruir aquela rigidez que às vezes a gente não entendia. No Colégio São Paulo eu terminei a escola, depois eu fiz faculdade. Sou formado em Jornalismo, tenho a faculdade de Filosofia incompleta, fiz Escola de Teatro e sou autodidata em Cinema. Eu quase segui a carreira de...

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Dados de acervo

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P/1 – Paulo, você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Paulo Tiefenthaler, eu nasci na Suíça, na cidade de Chur.

P/1 – Quando?

R – Vinte e cinco de junho de 1968

P/1 – Seus pais são da Suíça também?

R – Meus pais não, quer dizer, meu pai sim. Meu pai nasceu na Suíça, mas ele já veio pro Brasil com 12, 13 anos. Minha mãe é de Teresópolis, fluminense.

P/1 – E seus avós?

R – Avós por parte de pai, a minha avó é paulista e o avô era alemão, suíço na verdade, e por parte de mãe minha avó é portuguesa e o meu avô é mineiro, brasileiro.

P/1 – E seu pai veio cedo pra cá por quê?

R – Meu pai veio cedo pra cá porque minha avó já morava aqui, ela é nascida em São Paulo, o pai era alemão, mas ela foi criada em Cuiabá. Quando ela tava mais ou menos com 17 anos ela foi pra Europa junto com as irmãs. Eram sete irmãos, dois homens e cinco meninas. Foram todos pra Europa e aí umas ficaram, uma foi pra França, outra pra Suíça, outra pra Alemanha e ela casou então na Suíça com esse Tiefenthaler, teve dois filhos.

P/1 – Conheceu ele nessa viagem?

R – Conheceu lá nessa viagem, com 17, 18 anos. Foi parar em Zurich, conheceu Tiefenthaler, o Emil Tiefenthaler, que é meu avô, aí casou com ele, teve dois filhos, o Ralph e o Peter, o Peter é mais novo que o meu pai e a situação na Europa tava um caos, por causa da Segunda Guerra Mundial. A Suíça não fazia parte da guerra, mas como tudo em volta tava em guerra, evidentemente que a Suíça mesmo não estando em guerra também havia aquela crise econômica e uma certa tensão lá. Então ela resolveu voltar pro Brasil e botou o marido e os dois moleques no navio e voltou pro Brasil e trouxe os meninos e o marido. Papai chegou aqui no Rio com mais ou menos 13 anos assim.

P/1 – Teresópolis?

R – Em Rio de Janeiro, Niterói. Abriu uma pensão em Niterói. E logo depois meu avô morreu, meu tio também morreu alguns...

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