Minha história começou no dia 16 de março de 1966, quando Euzébio me pediu em namoro. Eu com 16 anos, ele com 18 anos. Era num namoro inocente. Após três meses aconteceu o primeiro beijo.
Encontrávamos só as terças, quintas, sábado e domingo de 19 às 21:30 como era permitido por nossos pais. Os encontros era ficar assentado no sofá, com família ao redor ou pra assistir algum filme, ou ir ao cinema (detalhe: durante o dia), ou levar irmãos menores para comprar balas e pirulitos.
Em 1968, minha amiga organizou um piquenique em Pedro Leopoldo a 54 km de BH, na Fazenda do Urubu, com cachoeira e terreno de terra.
Não me cabia de tanta emoção esperando o dia para irmos juntos - eu e meu namorado. Porém ele teve que viajar a trabalho para a cidade de Monte Carmelo. E eu fiquei sem notícia, sem saber se ele iria, pois as passagens do ônibus já estavam se esgotando.
Foi quando para minha surpresa, ele envia um telegrama, pedindo para reservar seu lugar para o piquenique. Lembrando que: não tínhamos meios de comunicação via telefone, só por telegramas ou cartas.
Minha mãe só autorizou que fôssemos, se levássemos a minha irmã menor. É claro que fiquei triste, já fazia planos para ficarmos juntinhos e sozinhos.
E fomos nós três. Foi um dia inesquecível. Beijos (suaves) sempre de mãos dadas, perna roçando com perna, braço com braço. Às vezes, cobria o chão com a toalha e onde ficamos deitados, trocando carinhos. Apenas isso. Mas ao final do dia, minha irmã caiu na cachoeira e quebrou dois dentes.
Ao chegar em casa, fui castigada, pela falta de cuidado em não olhar minha irmã. Minha mãe exigiu que terminássemos o namoro. Sofremos muito. A gente se amava.
Após 12 meses de término, voltamos o namoro. Em 1978 casamos e estamos juntos até hoje.
Um telegrama - um piquenique, dois dentes quebrados. Acontecimentos que não nos impediu de viver o nosso amor.
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