Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Personagem: João Carlos Hey
Por: João Carlos Hey, 24 de agosto de 2024

Um tal de Getúlio

Esta história contém:

Um tal de Getúlio

Um tal de Getúlio

Eu com cinco anos de idade. Minha irmã recém-casada. O meu cunhado estava de folga na semana. Os dois resolveram visitar um irmão dele que morava em Morretes. Levaram-nos com eles. Eu e minha mãe.

Foi a minha primeira viagem de trem. Uma empolgação de fazer dó. Sentado junto à janela, não desgrudava os olhos lá de fora. Na descida da serra deslumbrava-me com a paisagem e passava medo nos túneis. Coisa apavorante. Acendiam-se as luzes do vagão.

- Já é noite, mãe?

A composição pendurada na rocha, não se via o chão. O resto do trem sumiu na curva.

- Mãe, estamos no céu? Este negócio não cai?

Mostraram-me o Véu de Noiva. Fiquei procurando a noiva. Quase perdi a beleza da cascata despencando majestosa. Na estação de Banhado, pensei que ia ter de pisar na água e na lama ouvindo o coaxar de sapos e rãs. Nada disso, era só o nome do lugar. Obrigatório o café com leite e o famoso bolinho da graxa. Depressa para não perder o trem.

Alguém indicou uma cruz, dizendo que ali haviam matado o barão. O que seria barão? Pelo jeitão solene com que a pessoa falou, devia ser gente importante. Muito mais tarde fiquei sabendo que se tratava do Barão do Serro Azul, fuzilado no km 65 juntamente com outros acusados de revolucionários e traidores. Ele por ter diplomaticamente poupado Curitiba de males maiores durante a ocupação da cidade pelos gaúchos na Revolução Federalista.

A ponte São João. Magnífica. Não esqueceria nunca. Meu nome, festas juninas, fogueira, o céu cheiinho de balões confundindo-se com as estrelas. Bombinhas e traques, fogos. Muito pinhão e quentão. Noite de São João. Sou João por sua causa, nasci no mês dele.

- Bonita a nossa ponte, São João.

Acabou a descida, chegou Morretes. Então é isso? A estação, a praça. Um rio de água limpa, como eram quase todos os rios daquela época. Mais aquele de água da serra, geladinha. Gente pouca e sossegada. Ninguém corria....

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

O forró nos trilhos
Texto

Enock Ribeiro de Albuquerque

O forró nos trilhos
O coração da Rede Ferroviária
Texto

Geraldo Lopes da Costa

O coração da Rede Ferroviária
Olha o maquinista!
Vídeo Texto

João Carlos de Mendonça Vasconcelos Filho

Olha o maquinista!
O trem da alegria
Texto

Caetano Pontes Cordeiro

O trem da alegria

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.