Retalhos da minha história, escrevo talvez para satisfazer meu ego e, quem sabe alguém que viveu nos mesmos lugares e época, lembrem de mim ou de alguém da minha família, já que cito personagens e lugares pelo verdadeiro nome ou apelido. Ficarei feliz só pelo fato de poder escrever.
A História
Nasci no Alto Rio Acre, no ano de 1954, na localidade do lado boliviano de nome arrepiante, porém era ou talvez ainda seja um paraíso amazônico. \\\"Praia do Inferno\\\". Tinha esse nome não sei ao certo, pelo fato de numa curva do rio, no verão amazônico formava uma grande e perigosa cachoeira, onde era comum acontecer naufrágios de pequenas canoas. Porém no lado oposto, na outra margem, formava uma linda praia de areias muito brancas.
Anos mais tarde, por volta de 1958, mudamos para um local rio acima chamado \\\"Belo Horizonte \\\". Lá formou-se uma comunidade de brasileiros e bolivianos. Foi criado uma escola rural, bem improvisada mesmo, cuja professora e toda a estrutura era da Bolívia, vivíamos em harmonia, dentro do possível. Nessa escola fui alfabetizado em espanhol, destaque-se que a disciplina era bem rígida, com uso de palmatória e outros instrumentos de tortura. Lá nasceram minhas irmãs: Ana Maria e Maria do Socorro, foram registradas e batizadas como cidadãs bolivianas. Até o padrinho de uma delas, era o líder da comunidade, Capitan Renê. Compadre dos meus pais. Nesse lugar, também faleceu a quinta filha do casal, Dangueira & Tereza, uma criança de nome Maria Antônia, toinha. Eu sou o quarto filho.
Tempos depois fomos morar mais para interior, longe da margem do rio, um dia de viagem a pé, numa colocação de seringa chamada São Salvador, \\\"vizinhas\\\" de outras três com nomes de: Baixa Verde, Piancó e Cacimbão, pertencente ao Seringal \\\" Baturité que ficava do lado boliviano e de frente do outro Seringal de nome Quixadá. Na nova colocação, vivemos até 1967 se não me engano, produziamos borracha, castanha e...
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Retalhos da minha história, escrevo talvez para satisfazer meu ego e, quem sabe alguém que viveu nos mesmos lugares e época, lembrem de mim ou de alguém da minha família, já que cito personagens e lugares pelo verdadeiro nome ou apelido. Ficarei feliz só pelo fato de poder escrever.
A História
Nasci no Alto Rio Acre, no ano de 1954, na localidade do lado boliviano de nome arrepiante, porém era ou talvez ainda seja um paraíso amazônico. \\\"Praia do Inferno\\\". Tinha esse nome não sei ao certo, pelo fato de numa curva do rio, no verão amazônico formava uma grande e perigosa cachoeira, onde era comum acontecer naufrágios de pequenas canoas. Porém no lado oposto, na outra margem, formava uma linda praia de areias muito brancas.
Anos mais tarde, por volta de 1958, mudamos para um local rio acima chamado \\\"Belo Horizonte \\\". Lá formou-se uma comunidade de brasileiros e bolivianos. Foi criado uma escola rural, bem improvisada mesmo, cuja professora e toda a estrutura era da Bolívia, vivíamos em harmonia, dentro do possível. Nessa escola fui alfabetizado em espanhol, destaque-se que a disciplina era bem rígida, com uso de palmatória e outros instrumentos de tortura. Lá nasceram minhas irmãs: Ana Maria e Maria do Socorro, foram registradas e batizadas como cidadãs bolivianas. Até o padrinho de uma delas, era o líder da comunidade, Capitan Renê. Compadre dos meus pais. Nesse lugar, também faleceu a quinta filha do casal, Dangueira & Tereza, uma criança de nome Maria Antônia, toinha. Eu sou o quarto filho.
Tempos depois fomos morar mais para interior, longe da margem do rio, um dia de viagem a pé, numa colocação de seringa chamada São Salvador, \\\"vizinhas\\\" de outras três com nomes de: Baixa Verde, Piancó e Cacimbão, pertencente ao Seringal \\\" Baturité que ficava do lado boliviano e de frente do outro Seringal de nome Quixadá. Na nova colocação, vivemos até 1967 se não me engano, produziamos borracha, castanha e agricultura de subsistência.
Por insistência de minha saudosa mãe, Tereza ou Terezinha como a chamavam, convencera meu pai João Viana de Almeida (seu Dangueira), a vir morar mais próximo da cidade no caso Brasileia, onde estudássemos. Foram uns três dias de viagem numa ubá, toda família, dormíamos nas praias.
Chegando em Brasileia, fomos morar na comunidade chamada Colônia São Francisco, lá ajudei a construir a igrejinha e participei de muitos arraiais. Fui por algum tempo leiteiro na fazenda do Sr. Mansour.
Em 1968, por problemas de saúde, viajei a tratamento a Rio Branco. Primeira viagem de avião, após o retorno à Brasileia, ainda no mesmo ano volto para Rio Branco, precisava continuar o tratamento, fiquei em definitivo em Rio Branco.
Só retornei a Brasileia em 1973, como Cabo Exército Brasileiro, fui promovido a Cabo Almir. Quando dei baixa em 1974, vim em seguida para Porto Velho RO, aqui construí família e vivo até hoje. Gosto muito da minha cidade.
Continua no próximo episódio...
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