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Por: Gladson Silva Siqueira , 11 de abril de 2025

Um dia após meu aniversário

Esta história contém:

UM DIA APÓS MEU ANIVERSÁRIO, fui até o ponto do ônibus para ir ao trabalho, como sempre faço rotineiramente. Já pararam para pensar que todo ano é quase sempre a mesma coisa: comemoramos o novo ano, pulamos carnaval, completamos anos, pagamos boletos, o agiota, acordamos e levantamos todo santo dia para ir ao trabalho. Alguns acordam todo dia para ir atrás de trabalho. A vida é injusta para todos nós. Refletia sobre tudo isso enquanto a condução não vinha e eu me atrasava mais ainda para chegar na escola. Naquele dia, os alunos prometeram me receber com um caloroso “Parabéns”. Pelo o meu atraso, talvez tivessem eles desistido. Pensava sobre isso também. Mas aí, algo - alguém, na verdade - curioso apareceu, dissipando aquelas incertezas de quem já passara dos quarenta. Era uma mulher de cabelos vermelhos, ralos e com fones de ouvido. Ela certamente ouvia uma canção feliz, porque o corpo dela estava feliz, dançante, malemolente. Ela cantava com o corpo e com a boca. Ainda cheguei a ouvir fragmentos sussurrados da letra da música. Era algo que dizia “que o amor…, que o amor… Permita que o amor invada a sua casa…”. Não lembrei de pronto, porque ela estava no próprio ritmo e não no do cantor da música - como deve acontecer na vida, não é! - cada um no seu ritmo. Somente com o tempo é que a melodia veio, distante, como uma memória que vem lá do fundo de dentro da gente, atravessando um túnel comprido e decorado com muitas imagens estáticas, sonoras, filmicas, dores, decepções, angústias, traumas. Mas a música veio como um olho d’água e tornou-se límpida na superfície da minha lembrança. Era a canção “A sombra da maldade” da famosa banda de pop/reagge brasileiros Cidade Negra. Essa canção faz parte o 3º disco cujo título “Sobre todas as forças” foi lançado em 1994, aos meus 11 anos de idade. Eu já curtia Cidade Negra e suas filosofias musicadas. Hoje, aos 42 anos, no ponto do ônibus, aquela...

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