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História
Personagem: Alan Geraldo
Por: Alan Geraldo, 19 de fevereiro de 2024

Tombo da Luana

Esta história contém:

Tombo da Luana

Lugar de nascimento e criação é lembrança por demais intensa.

Na época, pra mim, nem bonito era. Não porque não era.

Mas por ser tão meu, tão único, por ser tão absolutamente meu sertão aquela roça, que era do pai e foi do avô, que o bonito e o feio não eram nem mesmo uma ideia pensada, ouvida ou dita.

Hoje, na lembrança, e na presença só por visitação por causa de migração minha, vejo e lembro-me de um lugar de água pura e paisagem ainda mais, só que banhada de sol, vento, e às vezes muitas, chuva fina e grossa.

E tem tudo que pássaro de cerrado que canta e pia. Pintassilgo, Picapau e Sabiá. Pardal, Bentivi e Seriema. Tiziu, Trinca-ferro e Passopreto. Maria preta e branca. Canário, Jacú e Curiango. Cabeçinha preta e de fogo. Coleirinha. Papaarroz, Papacapim.

E tantos mais e muito mais que meu pai me ensinou. Ensinou nome de pau e mato também. Urtiga foi das primeira. Congonha, capim gordura. Braquiaria das muitas que tinha. E que braquiaria veio da África, disse pra mim. Capim Napiê, cidreira, campo. Me ensinou até fazer queimada, igual os índios faziam. E depois meu avô, e acho que o avô dele também.

Tem lembrança de caça e valentia que só menino sobrinho de gente com raça antiga, que dizem cigana, pode ter. Tidaniel me fez pedaço maior de gente em muita ocasião. Me levou à caça de tudo que é bicho. Paca, tatu, Preá e Jacú. Até me pendurou na árvore pra garantir que eu não caísse em espera de paca gorda. E na caça que dei foi tiro de espingarda. Dali em diante, nem lembrava porque, me fiz maior.

Empreitada de cavalo e égua, e até mula boa, tive com Tisrael. Léguas e léguas na beira da linha de trem. Passando em fazenda grande e roça pequena. Sertão de minas só que não tão sertão assim. Era meu sertão, pra mim.

Tem certas lembranças que é mais de sentimento do que de pensamento. Lembrança de pai e mãe. É lembrança forte toda vida. E por mais que o roteiro...

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