Todo dia é um novo dia na AmBev

P/1 – Bom dia!

R – Bom dia!

P/1 – Você poderia falar o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Alexandre Ferronatto(?), 20/07/68, nascido em Canoas.

P/1 – Ferronatto, a quanto tempo você trabalha na companhia?

R – Vou fazer 15 anos agora, o ano que vem.

P/1 – E você entrou como, qual era o seu cargo, como você chegou?

R – Eu entrei na companhia através da Antártica, né, trabalhei na Antártica um período anterior, entrei como office-boy na Antártica, aí já fui para o CPD, fiquei um ano e meio de office-boy, fui para o CPD, aí comecei pegando cargos dentro do CPD e aí antes da fusão da Antártica eu era encarregado da informática da Antártica em Porto Alegre.

P/1 – E ficava em Porto Alegre.

R – Na Antártica de Porto Alegre.

P/1 – Quando você entrou você já conhecia outras pessoas que haviam trabalhado lá?

R – Não, foi numa agência de emprego que eu conheci e me mandaram para lá, eu tinha 14 para 15 anos, foi bem rapidinho.

P/1 – E quando você chegou lá, como é que era, era o que você esperava?

R – Eu tinha 14 para 15 anos, né, então eu estava procurando um emprego.

P/1 – Era um trabalho.

R – Era um trabalho de office-boy que eu esperava que fosse, só que daí precisou de uma vaga na informática eu fiz alguns testes preliminares e me encontrei na informática, fui aos poucos subindo, fazendo faculdade, fazendo cursos e vi que era o que eu gostava, né, gosto até hoje de informática, foi uma coisa meio casual o teste, passei no teste, vários exames foram feitos na época e eu me adaptei.

P/1 – E como era, nesse período que você entrou a Antártica?

R – A Antártica era uma empresa, vamos dizer assim, que não tinham muitos desafios, ela tinha a concorrência que era a Brahma, então nós tínhamos aquele foco, tinha que vencer a Brahma, nem se falava em Coca-Cola, o nosso carro-chefe é a cerveja, então a nossa gerência e diretoria sempre focava, temos que combater o inimigo Brahma, então tinha que mostrar o que a companhia queria que a gente fizesse para bater as nossas metas, mas não eram metas desafiadoras, eu não sentia muito essas metas desafiadoras porquê eu era da informática e quem sentia muito o processo era o pessoal da área comercial, mas num todo eu percebia que a Antártica não tinha um desafio, como atualmente é a empresa.

P/1 – E na sua área, que era a informática, que você passou no CPD, como que a Antártica lhe dava com isso, ela tinha equipamentos que eram de ponta ou...

R – Nós tínhamos a Antártica em São Paulo que era a matriz da informática, ficavam os gerentes lá, a parte de programação e desenvolvimento, mas eram as pessoas de ponta que davam suporte para o usuário, montavam micro, montavam servidor, então a nossa referência sempre era o pessoal de São Paulo, a gente ia para São Paulo para fazer treinamento, eles vinham para nos ensinar também, eles tinham tecnologia de ponta, a Antártica sempre teve equipamentos de ponta, então era uma troca, a gente ia para lá, eles vinham para cá, nós tínhamos na época 12 pessoas na informática, então a gente dividia o Rio Grande do Sul em 12 pessoas.

P/1 – Nesse período qual era o carro-chefe da Antártica?

R – Na realidade o carro-chefe da Antártica é a Cerveja Antártica e o Guaraná Antártica, porque a Antártica usava dois produtos para bater a Bhrama, um que era o Guaraná Antártica e outro que era a Cerveja Antártica, que junto com a Polar, que no Sul a Polar é muito forte, ela vendia muito mais do que a Antártica, então ela usava a Polar para bater a Bhrama e usava o Guaraná Antártica para bater tanto a Bhrama quanto a Coca-Cola, assim que funcionava.

P/1 – E quando houve a fusão como é que foi isso?

R – Para mim foi um susto, eu estava em Joinville na época, nós atendíamos também em Joinville, na época Antártica era Rio Grande do Sul e Santa Catarina, nós estávamos em Joinville de manhã montando uma rede de dados e estava a televisão no GN Gestão, aparece lá o rapaz falando da fusão da Antártica e da Bhrama e nós ficamos nos olhando, o gerente da companhia olhando para nós, porque a gente percebeu que não foi uma coisa que foi divulgada nem a nível de diretoria regional da companhia, foi uma coisa de alto escalão mesmo, tanto é que o gerente da fábrica ligou para a diretoria de Porto Alegre, eles não sabiam de nada também, nós nos juntamos com o inimigo, aquela sensação de eu lutei com o cara até agora e agora vou ter que me juntar a ele, né, então para mim aquilo foi um impacto, porque eu tinha aquela cultura de sempre bater no inimigo, que era a Bhrama, e agora você se junta a ele, realmente o seu lado psicológico fica..., o pessoal, não de mais idade, mas de mais casa, como eu tinha, sofreu um certo abalo, como é que nós vamos tratar isso agora, nós fizemos uma fusão, nós somos amigos agora, eu passei quase um ano tentando me adaptar a isso, era aquela rixa que tinha entre Antártica e Bhrama, como a Bhrama também tinha com a Antártica e vice-versa e a AmBev conseguiu de alguma maneira juntar isso, não foi fácil juntar essas duas culturas, a gente sabia que a Bhrama tinha uma filosofia de audácia, de procura, de desafio, não que a Antártica não tinha desafio, mas a Antártica era mais mãezona, ela te dava todas as metas, ela procurava sempre bater a Bhrama, mas a Bhrama na realidade sempre foi mais robusta, mais atrás de meta e isso para nós foi um choque de cultura, de desafio, que hoje é a AmBev, hoje você não vê mais quem é da Antártica e da Bhrama, a gente se misturou e tornou-se hoje a visão da AmBev, mas no início, nesse primeiro ano, um ano e meio para nós, tanto na área de informática, como na área comercial, o pessoal da Antártica sentiu o impacto dessa fusão, dessa cultura.

P/1 – Na verdade é o que você está falando, que tem uma outra cultura, misturou as duas e tem uma cultura AmBev hoje, como é essa cultura AmBev?

R – Hoje a cultura da AmBev te pede muito desafio, cada dia que tu vem aqui de manhã é um novo dia, nunca é o dia anterior, ela te coloca metas todos os dias, metas diárias, metas mensais, metas anuais, ela te dá liberdade, a Antártica era uma empresa muito engessada, você tinha que pedir muito, oh, eu quero falar com o gerente, eu quero falar com o diretor, na AmBev, por exemplo, tu pega um gerente no banheiro, no refeitório, numa sala totalmente informal, a AmBev é totalmente informal quanto à chefia, acabou aquele negócio de sala fechada, hoje é um salão aberto, grande, que está o teu diretor do lado do gerente, que está do lado do diretor, como se fosse um conjunto só, então eu posso chegar no diretor da companhia e falar como eu estou falando com você agora, ele não vai me descriminar, ele não vai me tratar diferente e nesse ponto a gente sentia que na Antártica para falar com o diretor tinha que falar com a secretária, tinha que falar com o gerente, até chegar no diretor, aqui tu fala com um gerente da fábrica, como eu te falei, num banheiro, no corredor, você decide coisas no corredor, ela te dá um poder de agilização muito grande, a AmBev te dá possibilidade de desenvolver, tu chega para o gerente mostra o problema e mostra a solução para ele, vocês sentam, conversam, então a AmBev ela tem essa agilidade, essa urgência de resolver, as coisas correm muito depressa, por isso que eu te falei que um dia é diferente do outro aqui, a gente tem essa filosofia.

P/1 – Você estava falando eu estava pensando, na linha, quando se atinge a meta toca uma sirene.

R – Sim, toca uma corneta.

P/1 – Que é uma coisa que eles vibram, isso passa para quem está fora, para você que está fazendo uma outra coisa, todo mundo sente?

R – Sente, por que na verdade o que acontece, como a gente tem a gerência, tanto fábrica como todos os gerentes a gente tem seguido reuniões com pessoal da fábrica, tanto o pessoal de linha, como o pessoal geral, administrativo, financeiro, tudo, então o que os gerentes fazem, eles passam as metas, tanto de produção, tanto de OBZ(?), então quando bate uma meta numa linha reflete o quê, poxa, bateu nossas metas, a gente tem as metas na cabeça, a gente tem que bater produtividade, vai dar um lucro maior para a companhia, vai voltar em bonificação para nós, quando a gente gasta menos, economiza volta também, a gente está economizando pela empresa e de uma maneira ou de outra esse dinheiro vai voltar para mim, principalmente as linhas, a parte industrial, que os caras trabalham para caramba, uma meta que sempre é desafio, todo mês a companhia bota um desafio a mais, tem que fazer mais e claro que todos os setores tem os seus problemas e as suas dificuldades e eles conseguem superar isso, então eles passam aquela alegria, poxa, estamos batendo mesmo com a dificuldade que a gente tem, não é o dinheiro, é administrar o dinheiro, você consegue administrar o dinheiro e consegue bater, consegue produzir, consegue distribuir, o pessoal do CDD(?) que trabalha conosco também fica alegre por que a gente consegue entregar o produto para o CDD(?), o CDD(?) entrega para o nosso cliente final, então eles transmitem para nós, tocar a corneta, aquelas reuniões que a gente faz com gerência, eles vibram, eles batem - estamos chegando lá, não vamos perder - , eles colocam isso na gente e mexe contigo, dá uma adrenalina e a gente pensa mais, não é nada impossível, a gente acha que uma meta é impossível, eles conseguem, não é impossível. O ano passado a gente tirou o segundo lugar, eu estou a seis anos aqui, Sapucaia tirou sexto, oitavo e esse ano nós fomos o segundo lugar na companhia, quer mais orgulho que a gente chegar numa fábrica mista que é a Guts, que é gigante, numa fábrica que também é grande em Sapucaia, mas só produz refrigerante, é muito gratificante, chegamos lá junto com os caras e foi tudo assim: eles desafiam, a gente corre atrás das metas, não é fácil bater, mas eles dão aquela incentivada.

P/1 – Hoje onde você está, o que você está fazendo é uma coisa que você queria, chegar onde você está.

R – Sim, hoje eu cheguei o que, na unidade, seria o topo, eu coordeno o CPD aqui de Sapucaia, daqui só para São Paulo, todas as outras unidades que a Ambev tem de informática são iguais, a mesma função, então seria para a Ambev São Paulo, DTI, seria o maior da empresa na minha área, então esse é o meu desafio, tentar ir para São Paulo, só não vou ainda porque tenho uma dificuldade de formação, não estou formado ainda na faculdade, tenho mais um ano de formação, a companhia quer uma pessoa formada para ter mais tempo para eles e a faculdade acaba me segurando, eu não posso largar a faculdade, eu estou no final, eu vejo que muitas vezes eu perdi oportunidades por não estar formado, não por culpa da companhia, ela tem uma regra - oh, Alexandre tu quer subir, tu tem que ter esse padrão - e ainda não estou encaixado nesse padrão, não é um castigo, mas é um desafio para eu terminar a faculdade, eu vejo que a companhia te dá muitas oportunidades, hoje tem gerentes que estão aqui, outros que estão em São Paulo, tem pessoas da informática da Ambev de São Paulo que estão na Venezuela, na Bélgica, são dá informática, mas estão formados, estão na pós graduação, eu vejo que a Ambev dá muita oportunidade para crescer, mas ela exige uma formação mínima, atualmente eu não estou mas vou alcançar essa meta, até o final do ano eu me formo, é isso que eu penso, eu vou terminar a minha faculdade, até para estar mais disposto para a companhia, vou ter mais disposição para estar em outro lugar, em outra cidade, outro estado.

P/1 – Nesse tempo todo que você tem de companhia, qual foi o seu maior desafio?

R – Eu tive dois desafios grandes: uma foi implantar o SAP na Antártica, em 99, falando da Antártica, foi em 1999, foi implantar o SAP, sistema cooperativo da companhia, foi o primeiro desafio que a gente teve com informática lá, o pessoal de São Paulo desceu, nós ficamos praticamente três meses treinando pessoas, treinando sistemas, instalando micro e outro desafio foi em 2001, quando deu a fusão, a Ambev também comprou o sistema SAP e foi implantar nas unidades dela o SAP, nós ficamos praticamente cinco, seis meses nesse desafio, todas as unidades nesse mesmo desafio, que foi um grande desafio para a companhia, muda de cultura, muda de sistema, muda a forma de trabalhar, isso é difícil para o usuário compreender, o usuário tem dificuldade, a gente tirou todo um sistema que a Brahma tinha, botou um sistema que a Antártica tinha, quando a Antártica, na mesma cultura, tinha um sistema muito antigo, botou um sistema novo, tiveram dúvidas, problemas surgiram, noites que a gente virou trabalhando, ensinando o usuário, isso faz parte do processo, só que a companhia tinha um prazo, então era cobrado o prazo, máximo data tal, são seis meses o máximo, e toda a companhia ia virar um sistema, não era só Sapucaia, a gente dependia de outras pessoas, então era trabalhar sábado e domingo, virar noites, treinar usuários, esses foram dois momentos que eu participei nas duas companhias, que foi a implantação do SAP, foi dado o desafio, a companhia desafiou: “Olha pessoal tanto tempo, nós vamos fazer, não tem volta, vocês vão se dedicar, custe o que custar vocês vão fazer.” Esses foram dois desafios grandes que eu passei, fora desafios de OBZ(?), que a gente tenta reduzir custo, mas acho que o maior que eu peguei na Antártica e na AmBev foi a troca de sistema, SAP.

P/1 – Você teve esses desafios, e qual foi, ou provavelmente mais de um, o momento que mais te marcou nesses anos?

R – Em termos de desafio, de informática ou de vida pessoal?

P/1 – Não de desafio, algo que te marcou, que você sempre lembra.

P/1 – Eu sempre vou me lembrar daquele dia, (risos) 31 de março, 30 de março, desculpa, o dia da fusão, uma coisa que me marcou, até então a gente não tinha uma visão profissional do que ia acontecer no futuro, hoje eu posso falar que aquilo foi uma coisa que veio fechar, a fusão, hoje esta empresa está do tamanho que está graças a fusão, acho que eu jamais imaginaria, jamais me passaria na cabeça, que a Antártica e a Braga um dia iam se juntar, acho que até o pessoal da Bhrama nunca imaginaria, a gente vê aí telefonia comprando uma a outra, mas nós na cultura da bebida, Antártica e Bhrama se juntando..., em termos pessoais é uma coisa que marcou muito, não acreditava, não passou pela cabeça duas companhia rivais se juntarem e formar a grande companhia que é hoje, isso pessoalmente foi..., vou sempre me lembrar daquele dia, a gente levou aquele susto e na parte de informática realmente foi o SAP, a companhia mudou a cultura, ficou mais ágil, hoje ela tem muito mais informação, você pode estar nos Estados Unidos você tem informação correta, ágil, antigamente as empresas não tinham essa informação, hoje elas têm unificado, se for em Manaus você tem a mesma informação, se você for nos Estados Unidos você tem a mesma informação, então essa unificação que a companhia fez, que foi um desafio, ela continua fazendo desafios nessa parte, juntar essa duas tecnologias, esse ramo de cerveja, de produtos, tudo numa coisa só, num sistema só, realmente a informática tem uma grande participação nessa parte, juntar essas duas culturas e esses dois sistemas da companhia.

P/1 – Hoje, qual você acha que é o produto carro-chefe da companhia?

R – Se eu pensar em termos de refrigerante da companhia eu tenho certeza que é o Guaraná Antártica, para cerveja a própria Bhrama, porque na realidade a Bhrama está exportando para vários paises, hoje tem Bhrama na Alemanha, tem Bhrama na China, tem Bhrama na Rússia, claro que o carro-chefe maior da AmBev é a cerveja, mas ela não está deixando de lado o refrigerante, ela tem várias marcas, ela tem a Pepsi, ela tem a Tim, tem a própria Antártica, o Guaraná Antártica, mas eu vejo que o maior dela é a cerveja e ela está conseguindo para o mundo a Cerveja Bhrama e trazendo também as cervejas de lá para cá, mesmo ela não tendo um nome, vamos dizer assim, conhecido, mas a Bhrama ficou mais fácil, por ser mais curto, Bhrama, é tão fácil de falar, Bhrama, então a Bhrama conseguiu colocar para o mundo a cerveja dela, eu ainda acho que o carro-chefe da companhia é a cerveja, mas não está deixando de lado o refrigerante, tem um carro-chefe forte que é o Guaraná Antártica, para mim ainda são esses dois produtos a Cerveja Bhrama e o Guaraná Antártica, seriam os dois tops da companhia, os dois carros-chefe que impulsionam a companhia, o Guaraná Antártica e a Cerveja Bhrama, que dão uma mídia maior, que conseguem colocar no mercado mundial esses produtos.

P/1 – A gente estava falando dessa coisa da AmBev que expandiu, que está fora do Brasil, cada vez crescendo mais e tem produtos excelentes ela consegue fazer tantos negócios fora, não só por ter um produto bom, você acha que conta a política que ela tem, a preocupação com o meio ambiente, você acha que isso passa?

R – Sim, passa, porque a companhia quando contrata um gerente ou um funcionário, seja jornalista, seja um operador de linha, o que ela passa para você, é que você tem que ter desafio, ela embute aquilo, você tem que ter uma meta tua e a companhia vai crescer junto contigo, então ela te prepara, ela não te joga lá na fogueira, ela vai fazer um trabalho com as pessoas, com a gerência, para que você dê um fruto maior para a companhia, ela te prepara para isso, ela consegue te colocar, você está numa grande companhia, não está num refrigerante qualquer, ela te proporciona treinamento, ela te dá uma visão, ela te bonifica para isso, ela te dá um retorno de salário para isso, ela tem todo um processo de pessoas que trabalham contigo, ela não te deixa sozinho, me deu uma meta agora se vira, não, tem o apoio da gerência, tem o apoio do gerente da gestão, tem um trabalho por trás que te impulsiona a fazer isso, bater aquela tua meta.

P/1 – Você passa a maior parte do seu tempo aqui na companhia, trabalhando, deve acontecer muita coisa dentro da fábrica, você lembra de alguma coisa que aconteceu com você ou com algum colega, uma pegadinha, uma coisa mais engraçada?

R – Foi essa troca do sistema, não é propriamente engraçado, porque quando você troca um sistema você sempre tem a resistência, isso marcou muito porque como as pessoas são resistentes com uma mudança e eu senti em dois níveis essa mudança, tanto na Antártica quanto na Bhrama, então a gente escutava – ah, isso não vai funcionar, não sei o que lá, vamos voltar para o antigo, ah Ferronatto isso não dá assim, o micro trava, o servidor trava, é uma porcaria - não debochando da gente, mas aquela resistência, a gente escutava piadinha de tudo que é lado, do sistema, na minha área, área industrial não sei te dizer porque eu não convivo muito com a área industrial, mas na minha área, o suporte para o usuário, que eu ando toda a fábrica, eu escutava - Ah, mas o sistema não vai dar certo. - aquela resistência, debochavam da gente um pouquinho, porque mudar, então isso me marcou como um deboche, a companhia está tendo uma visão de unificar tudo, melhorar a vida daquele cara que fazia o trabalho em dobro, hoje a companhia conseguiu reduzir até o tempo de trabalho, agilizou o trabalho e na época o pessoal falava piadinha para nós - Pô, os caras da informática... - quando não funcionava, as vezes travava, eles – Pô, essa porcaria não funciona. - riam da gente, acho que o que me marcou muito foi essas coisas de sistema.

P/1 – Qual a importância que a companhia tem na sua vida?

R – O primeiro susto foi quando deu a fusão, segundo susto foi que ela reconheceu, ela foi capaz nesse processo de fusão de reconhecer as pessoas que achavam que podiam investir, eu poderia ter sido uma pessoa desligada da empresa e ela teve essa visão, pessoas foram capacitadas para tratar desses assuntos – Poxa, tem o Ferronatto lá na informática da Antártica, como é que é esse cara, o que ele faz, vamos investir nele? - essa companhia teve a capacidade de ver as pessoas - Olha, o Ferronatto está lá, talvez o Zezinho não sirva, mas o Ferronatto sirva. - ela teve esse senso crítico, quando ouve aquela fusão toda nós pensamos, vamos todos para a rua agora, algumas pessoas foram desligadas, talvez por não serem competentes outras porque queriam sair, para mim marcou essa companhia porque ela teve esse senso crítico de selecionar, pegar os melhores, ela quer o melhor para desafiar, aquela pessoa que vista a camiseta e isso eu tenho visto, eu estou vestindo a camisa da Ambev e ela está me proporcionando isso, ela me selecionou na época da fusão, eu estou demonstrando nesses cinco, seis anos que eu estou aqui dentro que o que ela fez comigo em 2000 realmente valeu a pena, ela soube me selecionar naquela época e hoje eu estou mostrando para eles que realmente valeu a pena eles terem investido em mim.

P/1 – Como você vê a companhia hoje com essa preocupação de resgatar a memória, de construir um acervo, você acha que isso é importante...

R – Eu acho importante porquê juntou duas culturas, como eu falei, uma Antártica que tinha 115 anos quase, a Bhrama também mais de 100 anos, tanto que têm pessoas que eram de 60 anos que estão hoje na companhia, são pessoas que eles consideram, essa pessoa começou lá embaixo como varredor, foi vendedor, foi diretor, os próprios imóveis da companhia, a cultura, cartazes, equipamentos, essa parte de museu, de peças, de cultura mesmo, como era a Antártica, como era a Bhrama, é importante porque hoje ela é uma companhia única, com a fusão da Bhrama e Antártica e mais as fusões que aconteceram depois, é legal conhecer mais a Embev, na Bélgica, como é a cultura deles, hoje eles conhecem esse trabalho da Antártica e da Bhrama que a gente está juntando, daqui a algum tempo eles vão estar - como era a Embev, a cultura deles - aquela pessoa que tem 65 anos, que se aposentou na Bhrama, se aposentou na Antártica, ter essas pessoas, fotos dessas pessoas, acho que é uma cultura da companhia, hoje ela tem seis anos, mas daqui a 50 anos, vamos olhar lá em 1999, aí em 2006, toda essa cultura de fotos, de equipamentos, de testemunho de pessoas, eu abracei a Antártica agora abracei a Ambev, acho que é importante para uma companhia desse tamanho ter uma visão do passado e mostrar para o pessoal daqui a 50 anos, lá atrás tinham pessoas que suaram a camisa para vocês estarem nessa companhia gigante que vocês têm hoje e no futuro vai ser gigante mais ainda, resgatar isso, precisa ter essa memória da companhia, seja em foto, depoimento ou em peça, equipamento, como era fabricado a cerveja, acho importante. É uma coisa muito bonita que a companhia está fazendo, resgatando a alma da Antártica, a alma da Bhrama, as pessoas que ajudaram a crescer tanto a Antártica como a Bhrama, e hoje juntaram está esta “baita” companhia que é a Ambev.

P/1 – Nós estamos chegando ao final, tem alguma coisa que você queria falar, que você acha importante, que a gente não...

R – A companhia cresceu muito, a gente até se assusta, passa uns meses a Ambev juntou tal cervejaria, a Ambev comprou tal cervejaria, a gente percebe que a companhia está crescendo muito, a cada dia que passa ela cresce tanto em cher de mercado, como em aquisição de novas companhias, então a gente vê que por trás têm pessoas de alta capacidade, desde o nível de gerência, como nível de operação, porque tanto o operário produz, como tem aquela cabeça pensante que é a diretoria, a Ambev tem muitas pessoas capacitadas, por isso que ela faz muitas trocas, ela capacita pessoas, ela quer pessoas bem capacitadas, ela tem uma visão muito grande ainda, ela quer ser número um do mundo e ela vai conseguir porque ela é capacitada, ela tem pessoas no quadro que têm capacidade para fazer isso e ela aplica essas pessoas, ela treina essas pessoas, a Ambev vai crescer muito mais em cher, em cervejarias que ela vai adquirir, ela é uma companhia gigante de cervejaria que futuramente vai comandar o mundo das cervejarias através da competência, de pessoas que estão hoje suando a camisa e são recompensadas por isso e vai se tornar uma grande companhia no futuro.

P/1 – Você queria deixar um recado para a companhia, para os seus colegas, falar alguma coisa?

R – Eu gostaria de falar que todo dia é um novo dia aqui na companhia, você sempre chega de manhã tem um novo desafio e que isso realmente passe para cada funcionário, desde a diretoria até o operador mais baixo, que cada dia que ele vier aqui ele vai ter um novo desafio, vai ter problemas, ele vai ter que superar esses problemas, porque a companhia te desafia para isso e todos nós como funcionários temos orgulho de trabalhar nessa companhia cada vez mais gigante, mas sempre se lembrando que todo dia que a gente chegar aqui é um novo dia, é um novo desafio e que a gente tenha capacidade desafiar nossos colegas, dar força para os nossos colegas, nós estamos numa grande companhia, isso eu quero deixar para os funcionários.

P/1 – O que você acho de estar aqui conversando com a gente?

R – Achei legal (risos), achei que foi bem descontraído, eu vou fazer 15 anos de companhia no ano que vem, é legal fazer isso, gostei, resgatar, isso o que a instituição está fazendo agora, pegando pessoas, pegar pessoas que estão se aposentando, elas talvez tenham muitas histórias, na minha área não tem muitas história, mas o pessoal que trabalha nas linhas, o pessoal que trabalha no chão de fábrica com certeza tem muito mais histórias para contar do que eu, que trabalho mais no micro.

Eu acho muito legal isso que vocês estão fazendo, acho que tem que resgatar, pegar o depoimento franco das pessoas, eu estou falando abertamente para ti, não tem nenhum texto na minha frente, o que eu estou falando eu estou falando de boca, uma coisa sincera, eu acho legal a companhia resgatar isso, ver que ela tem muitas pessoas muito boas aqui, que ela precisa cada vez mais cuidar dessas pessoas da companhia, ter aquela visão de aproveitar, desafiar as pessoas.

Muito legal.

P/1 – Está bom!

R – Está bom! (risos)

P/1 – Obrigada por ter vindo.